A Voz da Arte
Ana Clara Domingues Benez
Acreditando que a arte e a tecnologia podem caminhar juntas, a Ogilvy e a IBM, numa parceria, criaram um projeto para deixar o passeio ao museu mais interativo.
O projeto usa o poder do Watson — sistema de inteligência artificial ou computação cognitiva — desenvolvido pela IBM, para informar os visitantes a respeito de algumas obras expostas no local de um jeito mais interativo e interessante. A sensação esperada é de estar perguntando informações sobre a obra para alguém que entenderá você, independente da forma que a pergunta for feita (pois sim, houve uma preocupação com expressões e regionalismo ao se criar o Watson).
A exposição é composta por sete obras, sendo elas: Mestiço, de Cândido Portinari (1934); Saudade, de Almeida Junior (1899); Ventania, de Antonio Parreiras (1888); São Paulo, de Tarsila do Amaral (1924); O Porco, de Nelson Leirner (1967); Bananal, de Lasar Segall (1927); e Lindonéia, a Gioconda do subúrbio, de Rubens Gerchman (1966); distribuídas em várias salas diferentes dentro da Pinacoteca, é uma pequena exposição porém com um valor e significado muito grande, e o tempo médio gasto para apreciar todas as obras depende de você, afinal, é uma exposição interativa!
Quando chegar à Pinacoteca, o visitante recebe um smartphone com fone de ouvido e o aplicativo do projeto instalado no aparelho. Usando o kit, o visitante pode andar pelo museu e receberá notificações quando estiver próximo de alguma das obras interativas. O Watson possui, em média, 50 respostas baseadas no conteúdo histórico de cada obra. Uma curiosidade que vale destacar, é que, a cada resposta dada para um visitante, o Watson aprende novas formas em que a mesma pergunta pode ser feita, melhorando o tempo todo. Deficientes auditivos podem participar da experiência por meio de conversa escrita (chat).
Sabemos que muitos museus hoje disponibilizam rádios que explicam a obra, mas esses equipamentos não interagem com o público. Com o Watson, a proposta é que os visitantes possam conversar com as obras, literalmente, facilitando assim, o acesso à arte e cultura, fazendo do museu um espaço mais acessível para quem não tem o costume de visitá-lo.
“Queremos que o visitante experimente uma nova forma de ir ao museu, interagindo com as peças de arte e esclarecendo suas principais dúvidas em tempo real. As curiosidades sobre as obras que selecionamos são inúmeras e conversar com elas é uma forma individualizada e estimulante de aprender. O objetivo final é que as pessoas terminem a visita entendendo um pouco mais sobre arte e com a experiência de que o museu é, sim. divertido”, afirma Fabiana Galetol, executiva de comunicações externas da IBM Brasil.
Já visitei alguns museus na minha vida, e o que mais me marcou até hoje foi o The Sixth Floor Museum (localizado no antigo edifício do Depósito de Livro da Escola do Texas, narra o assassinato do presidente John F. Kennedy em 22 de Novembro de 1963), porém nunca tive uma experiência como tive na Pinacoteca. A “Voz da Arte” me trouxe algo de novo, achei impressionante o fato de poder fazer qualquer pergunta para uma obra e ser respondida corretamente, como se estivesse conversando com uma amiga. Além de ter gostado por ser algo novo e tecnológico (o que me deixa animada em pensar nas coisas incríveis que teremos no futuro), acho muito legal por ser algo que atrairá mais pessoas ao museu! Acredito que quanto mais acesso à cultura, melhor somos como pessoas e cidadãos.
Vale ressaltar que a iniciativa é inédita no Brasil, e a campanha foi premiada com 3 leões no Festival de Cannes de 2017.
Onde: Praça da Luz, 2 — São Paulo | SP
Quanto: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia). Crianças com menos de 10 e adultos com mais de 60 anos não pagam. Aos sábados a entrada é gratuita para todos os visitantes.
Quando: De quarta a segunda, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h).
Até quando: 31 de Dezembro de 2017.
Links relacionados: http://pinacoteca.org.br/visite/a-voz-da-arte/