‘ADÃO NEGRO’
Moldado por clichês e cenas de ação genéricas, novo filme da DC diverte, porém não inova
por Lucas Lopes Lima
Anunciado há surpreendentes 15 anos, antes mesmo do surgimento do Universo Marvel nos cinemas, Adão Negro finalmente vem à vida no segundo semestre de 2022, sendo mais um filme que compõe o conhecido “Universo DC”, um dos universos de heróis existentes no mercado(detendores dos direitos de heróis como Aquaman, Mulher Maravilha, Batman, Superman, etc). Produzido e distribuído pela Warner Bros, o principal responsável pela realização e concretização deste projeto após tantos anos é do ator Dwayne Johnson, popularmente conhecido como The Rock que, juntamente com o diretor Jaume Collet-Serra (com quem já havia trabalhado nos long-metragens Jungle Cruise 1 e 2, que tiveram uma recepção morna do publíco), a união dessa dupla trouxe as telas de cinema a história de origem deste anti-herói dos quadrinhos da Dc Comics. Todavia, sua narrativa chega atrasada em muitos aspectos, se o longa tivesse estreado próximo ao ano de seu anúncio poderia ter surpreendido e sido consagrado como um pioneiro ao subgênero de super herói, tal como Homem de Ferro fez em 2008, todavia, ao chegar em 2022 após uma saturação desta vertente dos filmes de ação, Adão Negro entrega o básico, sem inovar.
O elenco é composto por outras grandes estrelas de Hollywood: o ator em ascensão Aldis Hodge(que teve papeis importantes em filmes aclamados como Uma Noite em Miami e Homem Invisível e Gavião Negro; Pierce Brosnan, eternizado no mundo do cinema como o agente 007, como Senhor Destino; o clássico ator de comédias românticas da Netflix, Noah Centineo, como Esmaga-Átomo; e a jovem Quintessa Swindell como Ciclone. É inegável que todos os atores citados são extremamente talentosos e carismáticos, entretanto, nem mesmo a união destes poderosos artistas impediu a obra de entregar personagens vazios e sem profundidade na trama. Se Esmaga-Átomo e Ciclone fossem cortados do longa, ele ainda seria o mesmo. É surpreendente que em 125 minutos tenhamos majoritariamente cenas de ação genéricas interligando as sequências do filme que momentos que aprofundem quem são esses personagens.
A trama possui uma premissa interessante. Teth-Adam,(outro nome que Adão Negro possui) após 5.000 anos preso, é liberto por caçadores de relíquias em um país fictício chamado Kandaq, que se localiza no Oriente Médio. Os Estados Unidos, ao ver nele uma possível ameaça a sua nação e notando que seu poder pode destruir o governo autoritário presente no país, que serve aos interesses norte-americanos, envia a “Sociedade da Justiça” para enfrentar e eliminar o protagonista. Estão presentes aqui temas como imperialismo, a percepção de que bem e mal é volátil, a que diferentes fins a violência pode servir, mas nenhum desses temas consegue passar do raso em sua profundidade, pois com o surgimento de um vilão explicitamente mal no terceiro ato que literalmente serve a Satã, todos esses temas são invalidados. Ao invés disso, o longa usa seu tempo em cenas de ação que nada acrescentam na história, dialogos que servem somente para alívio cômico que destoam do tom da obra e do foco no desenvolvimento da relação de Teth Adam com uma família de civis, que mais pareceu uma exigência do ator The Rock do que algo que o roteiro pedia.
O filme tem bons momentos que divertem, mas nada que compense a ida ao cinema vê-lo. Se um dia tiverem a oportunidade de ver o filme em casa é um bom passatempo, pois, apesar de seus problemas narrativos, Adão Negro consegue entreter e divertir.
ONDE VER?
Disponível ainda em alguns cinemas pelo Brasil, todavia será lançado na plataforma de streaming HBO MAX e por ser uma produção original Warner Bros se manterá por lá
QUANTO E QUANDO?
Por se tratar de um serviço de streaming você poderá vê-lo a hora que desejar, basta que assine a HBO MAX que possui planos a partir de R$ 19,90 por mês
Você pode ler abaixo um artigo que traz a origem de Adão Negro nos quadrinhos!
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