Algazarra

Pedro Junqueira Caldas Marques

Pedro Junqueira Caldas Marques
Araetá
4 min readDec 1, 2019

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Algazarra é EP lançando em 2019 pela banda Jáiz, da qual faço parte. O grupo composto por bateria, baixo, guitarra, voz e piano produziu para o lançamento 5 músicas originais; De Fato, Fissuras, Empurra-Empurra e por fim Bichossai. A análise é compartilhar e criticar a forma/processo de criação de uma obra, no caso, musical. Seu início, sua criação, seus erros, seu desempenho, suas limitações, e propriamente a tentativa análise como algo por fora, portanto, contato dessa obra com o público, onde não há conhecimento prévio, apenas sua existência; estimulo que toca de forma variada aqueles que tiverem contato com a obra.

A arte tratando-se de uma produção. Neste caso um processo lento, cerca de 2 anos, desde a primeira música até a disponibilização em uma plataforma digital. A criação é algo complexo, talvez por isso seja um dos maiores pilares da sociedade, a arte como algo que consumismo pauta de certa o sistema vigente, mas deixemos isso de lado. Falemos de música que é o que queremos saber. Em uma pegada de artistas reconhecidos como RHCP, Liniker e os Caramelows, Gil, Tim Maia até Stevie Wonder; obviamente apenas um repertório, algo onde tentamos tirar proveito para a criação. Criar um som é algo complexo, delimitar um gênero, Rock, Blues, MPB, “Tropical”, Funk (Americano no caso, apesar de ressalvas para o fenômeno que foi e é o Funk Brasileiro). Até mesmo Jazz foi algo a ser visado, por sua própria forma musical, recurso técnico. Apesar de tudo isso, no fim, nos tornamos um Pop Rock, ou pelo menos apenas na documentação da própria música, mas essa é a parte futura.

Estabelecido o caminho que escolhemos seguir o desenvolvimento das músicas, passemos para seu processo de criação; analisando friamente e na tentativa de observar como um mero consumidor, o EP consiste em uma descrição jovial sobre o meio em que pertence, propriamente São Paulo, não há escapatória disso . Em uma enrustida dançante e até mesmo pop, visto que segue um padrão estético do presente, tem um apelo linguístico atual. Mas a consistência o EP parte mais do que isso, parte da vivência da criação; portanto fruto do ambiente de sua criação; shows em casas pequenas, lugares distantes, horários loucos, apoio de próximos, sons de palco péssimos. Mas além de onde tocamos, nossa vivência sobre essa experiência, isso refletiu no que produzimos. No final, fala sobre a vida, momentos onde talvez outros consigam se relacionar.

Desenvolvimento da ideia .Com o passar do tempo, a meta de cinco músicas foi estabelecida para pensarmos em gravar, só depois de um ano aproximadamente chegamos ao momento esperado. Apesar de shows foi necessário investir para conseguir realizar um trabalho bom. A gravação rolou no próprio local onde nos encontramos para tocar. Mesmo após um dia inteiro de gravação chegamos a voltar no outro dia para vermos um bruto do som e decidirmos o que acrescentar e mais detalhes para o som. O processo inteiro foi bem desgastante, mas que teve um valor extremamente significante. Depois da gravação ainda ocorreram diversas versões para cada, até o dia quando o martelo foi batido. Nesse momento o que tínhamos era a possibilidade de ouvir pelo WhatsApp o som, o já foi incrível, até pelo fato de certa facilidade para o contato.

Mas o que queríamos era publicar, para isso o processo de tornar nossa música legalmente reconhecida, tendo que nos documentar como músicos, banda e propriamente falando, a música. Esse foi um processo extremamente longo, se documentar pela ABRAMUS (Associação Brasileira de Música e Artes), para categorizar e gera um número sobre nós mesmo; assim nos tornamos Pop Rock. Gerando nossa existência e, portanto, direitos, fomos atrás de sua publicação. Para nos colocar em plataformas e ter acesso a uma disponibilidade para um publico, era necessária uma distribuidora, por recomendação fomos pela Tratore. E assim dia 23 de Setembro de2019, Algazarra saia pelo Spotify, iTunes, Deezer, entre outros.

O processo de produzir arte, pelo menos na forma institucionalizada, foi concluído. Uma aventura. O primeiro show depois disso, o show de lançamento foi um marco, pelo fato das pessoas agora conseguirem escutar a música foi estabelecida outra relação, apesar de alguns já saberem sobre as músicas, foi o primeiro momento onde muitos cantarem e passarem um sentimento, para nós, que sabiam o que escutavam, o que viviam. Obviamente todo show transmite um resposta do público, e é nisso que faço o apelo dessa crítica, a análise de sentir o que a arte produz nos outro, o que tentamos transmitir e o que recebemos de leitura, essa conversa. O feedback é o que impulsiona a arte. Algo dançante, sensível, bruto, alegre, tudo, tudo reflete nesse processo.

Algazzarra — Banda Jáiz 2019

Por fim, um breve esclarecimento sobre o todo. A sua existência funciona. O engraçado desse mundo tecnológico é que ele te conta sobre o seu impacto, ele documenta seu alcance. De certa forma reage a sua música; seu feedback em seguidores, número de ouvidas, som mais ouvido, local dos ouvintes, portanto até onde chegamos. É por si uma critica a arte, a mensura. Faça parte disso.

Disponível Em: https://open.spotify.com/album/13cgPCrtAi34SobTz0SGIW?si=uWTCWLshRHe3RThDrR80Fg

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