Bird Box: uma metáfora da pós-modernidade
Por Giovanna Henriques Barbato de Souza
Nesse momento de pandemia onde temos que ficar todos em casa, acredito que o que não possa falta é um filme para assistir. Então se por acaso esteja procurando um filme de suspense e ficção científica com uma pitada de drama, acredito que o filme para ser visto é Bird Box.
O filme Bird Box, criado pela Netflix e dirigido por Susanne Bier, foi lançado em dezembro de 2018, sendo baseado no livro escrito por Josh Malerman em 2014.
O longa metragem tem como protagonista Sandra Bullock, interpretando Malorie, uma mulher que foi abandonada por seu marido estando grávida. Malorie se sente muito solitária, sem ter uma conexão com o seu bebê ainda não nascido e sem se atentar aos acontecimentos dos exterior. Um surto começa a se espalhar pelo mundo, fazendo com que as pessoas passem a se suicidar se olharem para uma entidade desconhecida, tendo como consequência as pessoas terem que andar vendadas, mas encontram uma forma para saberem se a entidade está por perto, os pássaros.
Cinco anos após o começo do surto, Malorie está com seus filhos que não conseguiu se conectar, os chamando de garoto e garota. A personagem acaba por ser uma mãe bem severa, privando as crianças do que ela acredita que vai causá-los mal. Para conseguirem sobreviver, eles acabam por buscar um refúgio do qual ouviram falar, sem saber se realmente existe, mas a jornada até lá é perigosa, tendo que ir pelo rio, sem que vejam o que está acontecendo. No final da trama Malorie se conecta com seus filhos quando acha o refúgio que estavam procurando.
As metáforas presentes pelo filme trazem desde problemas maternos até problemas sociais muito presentes na sociedade na qual vivemos, nesse mundo pós-modernidade.
No longa metragem temos uma mensagem passada que conta sobre o processo de uma maternidade. A ideia de maternidade no filme mostra como nem todas as mães se sentem conectados com seus filhos, tanto antes como depois de nascer e Malorie sente falta dessa conexão, ela não aceita a sua gravidez, sendo até mesmo considerado por ela a adoção antes do surto. A personagem tem o medo de sua vida não pertencer mais a si, e ter que dá-la a outra pessoa, que é o medo de muitas mães diante da nossa sociedade, que o processo de ter um bebê nem sempre é mil maravilhas.
Outra metáfora muito discutida sobre o que o longa metragem passa é sobre a depressão, uma doença muito presente no século XXI. A depressão vem em forma das entidades, sendo que quem olha para elas se suicidam pensando em coisas muito tristes que aconteceram na vida da pessoa. Dentro desse cenário temos diversos elementos do filme que vão representar algumas situações. A travessia pelo rio demonstra a nossa jornada de autoconhecimento para a busca da nossa própria felicidade, muitas vezes difíceis, com correntezas, mas podemos chegar lá. Os pássaros vão simbolizar a felicidade, os momentos felizes, que vão ser uma fonte para ser seguida, seguimos os pássaros para encontrarmos o caminho, vão mostrar a liberdade que podemos ter.
Quando Malorie chega com suas crianças no refúgio que tinha ouvido falar, vemos que é uma escola para cegos, simbolizando aqueles que passaram pela depressão, mostrando que existe sim uma luz no fim do túnel.
O filme traz uma história intensa, cheia de surpresas, onde passamos o filme todo esperando o que vai acontecer em seguida, tensos. É um bom filme, se procura algo relacionado a um mundo pós-apocalíptico, ou simplesmente um bom filme de suspense para ver.
Onde encontrar: Netflix (plataforma de streaming)
Quanto custa: de R$21,90 a R$45,90
Até quando: vai ficar na plataforma até tempo indeterminado
Saiba mais: