BLACK MIRROR- ARKANGEL

Isabella Staropoli
Araetá
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3 min readMay 6, 2018

Por Isabella Staropoli

Black Mirror foi criada e majoritariamente escrita por Charlie Brooker. A série foge dos padrões convencionais em vários aspectos. Os episódios são totalmente independentes entre si: diferentes personagens, locações, tramas e até mesmo diferentes realidades. A única ligação entre os eles é que todos exploram nossa realidade tecnológica, muitas vezes levando situações ao extremo e atingindo patamares inimagináveis.

O episódio a que me refiro, se chama “Arkangel”, em que o nome se da através de uma tecnologia de implante que permite que os pais acompanhem e monitorarem seus filhos. Este episodio em particular se trata de uma mãe solteira, Marie, que tem sua filha Sara , que após uma cena de desespero em que Marie "perde" sua filha de vista em um parque, ela vê como sua única esperança obter o chip de monitoramento (arkangel). Porem com o tempo, Marie vê que a menina esta crescendo e não precisa mais controla-la por um ipad, assim, desliga o aparelho e permite a filha a crescer sem o uso do mesmo.

Ao longo de sua adolescência rebelde, enquanto Sara amadurece, Marie fica atentada a usar o Arkangel novamente. Com isso, a mãe não aguenta sua tentações e acaba vigiando a vida da filha novamente, porem sem que ela saiba. O aparelho é efetivamente eficaz, porem se torna um obstáculo perigoso, tornando a vida de sua filha em um pesadelo. No final da historia, Sara descobre o que sua mãe tem feito e acaba quebrando o ipad na cara de sua mãe, matando-a.

Esse breve resumo, já deu para notar o foco da diretora (GILBERT), que além de trazer a inovação tecnológica, traz a idéia do relacionamento familiar problemático, em especial do amor materno quase sufocante. Em que a super proteção dos pais, pode trazer conflitos e não nos privar deles, não ajudar do que ajudar, ou seja, Gilbert (criadora do episódio), afirmou ainda que a moral do episódio é óbvia, diz que essa questão de que o impacto moral dos pais sob os filhos é importante com certeza, porem de uma maneira saudável e natural, onde seu filho(a) possa criar suas próprias asas, e não como mostra no episódio, em que uma obsessão, super proteção, deixou tomar conta do ambiente familiar, gerando desentendimentos.

O episódio é ótimo, indico demais, principalmente para o publico que gosta de drama e suspense. Me chamou a atenção saber que não chegamos a esse ponto de colocar chips em crianças, porem é algo que com certeza em tempos futuros serão opções para pais de família, assim, o que será de nós? Acho interessante conferir não só esse episódio mas como toda a série, vale a pena. A indicação é de 16 anos, pois contem varias cenas fortes.

Onde: Netflix (por um tempo indeterminado)

Quanto: assinaturas mensais a partir de R$ 19,90

Trailer do episódio: https://www.youtube.com/watch?v=nCcHpnYdQqc

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Críticas de Arte produzidas pelos alunos de Estética, disciplina da professora Edilamar Galvão ministrada no 3º Semestre dos cursos de Cinema, Cinema de Animação, Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Rádio e TV e Relações Públicas da FAAP.