Bring me The Horizon: amo

Por: Victoria D’Almeida de Freitas

Victoria Freitas
Araetá
4 min readMay 16, 2019

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Foto promocional divulgando o álbum na página do Facebook oficial da banda

Lançado em janeiro de 2019, “amo” é o sexto álbum de estúdio da banda britânica de post-hardcore Bring me The Horizon. Ele foi caracterizado pelo afastamento ainda maior da banda do seu estilo original, mesclando o rock ao eletrônico.

Capa do ábum amo

O nome do álbum, por mais estranho que possa parecer à primeira vista, é a palavra “amo” da língua portuguesa. O cantor da banda e produtor do disco, Oliver Sykes, é casado com a modelo brasileira Alissa Salls desde 2017, daí originou sua inspiração para o nome. Um dos singles que precedeu o álbum foi a música “mother thongue”, isso é, “lígua mãe”, em que o cantor fala sobre seu relacionamento com a brasileira. Essa música foi uma das que se destacou para mim, por ser lenta e se aproximar de uma balada.

Foto da banda para divulgar os shows de 2019. No centro, o cantor Oliver Sykes

Originalmente, Bring Me The Horizon produzia músicas muito mais próximas do gênero post-hardcore. A partir do quarto álbum da banda, “Sempiternal”, de 2013, a banda começou a se aproximar de gêneros mais industriais, porém ainda com músicas pesadas. O quinto álbum, “That’s The Spirit”, foi o primeiro produzido pelo vocalista da banda e foi muito bem recebido pela critica, apesar de ter divido os fãs quanto a escolha de se aproximarem cada vez mais do Pop.

No caso de “amo”, a banda não só manteve a inclinação ao gênero Pop mas também produziu um CD bem experimental e único, não podendo ser definido muito bem com um só gênero musical. No entanto, algumas músicas mantém o caráter pesado da banda, como o single MANTRA, o mais famoso do álbum e também o primeiro single do novo CD, lançado ano passado. A música critica o fascínio religioso e pessoas que seguem cegamente o que lhes é proposto.

https://www.youtube.com/watch?v=VAXg78MKJcM

Outra música que traz o assunto religioso é “nihilist blues”, abordando temas como o niilismo, a fé e o sentido da vida humana (ou ausência dele). Ao contrário de MANTRA, essa música é lenta e ainda mais experimental, com influências do EDM. Ela possui participacão da artista canadense Grimes, conhecida por experimentar o Pop junto ao eletrônico.

https://www.youtube.com/watch?v=iwzfR7-33Wc

De forma geral, o álbum possui algumas músicas que se assimilam ao penúltimo álbum da banda, e meu favorito, That’s the Spirit, que combinou perfeitamente, na minha opinião, o estilo novo ao antigo. Isso resulta em músicas industriais e muito digeríveis, mas ainda com elementos únicos e que caracterizam a banda. Outras faixas são muito diferentes de tudo já feito por eles. Na minha opinião, desde “Sempiternal”, Bring me The Horizon tem evoluído musicalmente e, apesar de gostar de algumas músicas antigas, prefiro o estilo atual da banda ao estilo original, e acho que de fato eles amadureceram em termos musicais.

Foto autoral da banda durante o show no Lollapalooza Argentina, em 29/03/2019

Dito isso, gostei muito do álbum e dos experimentos de estilos feitos com sucesso por Bring me The Horizon. Sou contra o pensamento de que uma banda precisa manter-se fiel ao seu estilo e gênero inicial, pois música se trata também de experimentar, crescer e evoluir. Fico feliz que eles tiveram a oportunidade de gravar e lançar um disco que exprimiu a mensagem e o som que eles desejavam, abordando alguns assuntos diversos, mas profundos, de maneira sútil e agradável aos ouvidos.

Álbum: amo

Banda: Bring me The Horizon

Duração: 51 minutos e 54 segundos

Lançamento: 24/05/2019

País: Inglaterra

Gravadora: Sony, RCA

Produtores: Oliver Sykes e Jordan Fish

Onde: Disponível em serviços de Streaming, Youtube, Itunes, entre outros.

Quanto: £10.00 CD físico, R$22,90 Álbum digital no Itunes R$22,90

Foto por Giuliana Gobbato

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Victoria Freitas
Araetá

“Be clearly aware of the stars and infinity on high. Then life seems almost enchanted after all”