‘Cavaleiro da Lua’

A mais nova série do UCM navega entre elementos da mitologia egípcia e da saúde mental

Rebecca Carvalho
Araetá
4 min readMay 14, 2022

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Por Rebecca Vieira de Carvalho Lopes

Poster de Cavaleiro da Lua (2022)

A minissérie “Cavaleiro da Lua” é a adição mais recente ao Universo Cinematográfico da Marvel e segue a trajetória de um super-herói que sofre com transtorno dissociativo de identidade. Assim, ao longo dos seis episódios acompanhamos a historia de Steven Grant, um funcionário do British Museum, que mais tarde descobre que compartilha o corpo com o mercenário Marc Spector. Além disso, Marc possui um pacto com o deus egípcio da Lua Khonshu, que tem como objetivo impedir que a deusa Ammit seja libertada. Steven se vê preso em uma guerra entre divindades egípcias, sendo perseguido por Harrow, leal servo de Ammit.

A obra conta com seis episódios e é criação de Jeremy Slater. Ademais, sua direção se divide entre as mãos de Mohamed Diab, Justin Benson e Aaron Moorhead. A série também possui grandes nomes em seu elenco, com
Oscar Isaac como protagonista e Ethan Hawke no papel do antagonista.

Oscar Isaac em “Cavaleiro da Lua” (2022)

Em questão ao conteúdo, “Cavaleiro da Lua” traz temas pouco utilizados nos filmes da Marvel Studios. A saúde mental de Marc é fortemente abordada, com seus traumas, momentos de depressão e como a mente humana pode responder a situações traumáticas por meio da dissociação. Esse é um ponto positivo da obra e extremamente importante, principalmente pelo tamanho do público da Marvel. Dessa forma, informando e normalizando o tema.

Tendo em mente essa duplicidade do personagem principal é esperado que seja um desafio representá-lo. Entretanto, Oscar Isaac não deixa a desejar com sua atuação. Ele cria uma distinção bem coerente entre Marc e Steven, trazendo peculiaridades e trejeitos únicos para cada um deles. É possível diferenciar ambos os personagens pela postura, sotaque e linguagem corporal. O que torna bem interessante assistir a atuação convincente de Isaac nesse papel.

Oscar Isaac em “Cavaleiro da Lua” (2022)

Além disso, o que me cativou na série foi toda a remontagem da mitologia egípcia. Os produtores trazem elementos imagéticos próprios para essa misticidade que são muito satisfatórios, mesmo que as vezes pequem no uso de efeitos especiais que não agradem tanto. Entretanto, a cena em que Khonshu e Marc mexem no céu estralado traz uma beleza estética única para a obra. O deus egípcio da Lua também apresenta em seus diálogos um embate moral com Ammit. Isso aponta um questionamento intrigante sobre a aplicação da justiça na sociedade e como isso pode prejudicar o livre arbítrio. Já que, enquanto Ammit julga as pessoas pelos atos que ainda nem cometeram, Khonshu protege os inocentes ao castigar os que já pecaram.

Porém, mesmo com todos esses pontos positivos, o formato de “Cavaleiro da Lua” não me agrada muito e evidencia um fato presente nas séries anteriores da Marvel Studios: a Marvel não sabe fazer séries. Todas suas produções parecem um longo filme recortado em partes para servir ao formato, e “Cavaleiro da Lua” não escapa disso. Muitas vezes dando introduções demasiadamente longas e ignorando ganchos que serviriam para o próximo episódio. Ademais, o final da obra não me agradou muito devido a sua conclusão apressada.

Em suma, mesmo com uma finalização corrida dos conflitos ainda vale a pena assistir “Cavaleiro da Lua”. Muito devido aos novos elementos utilizados na minissérie, como a misticidade egípcia e todo o desenvolvimento de Marc Spector.

Vá lá!

Onde? Disney+

Quanto? A partir de R$ 27,90, entretanto os preços variam conforme o tipo de assinatura

Quando? Por enquanto, a minissérie esta disponível na plataforma de streaming por tempo indeterminado

Foto da Autora

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