Com amor, Simon

Pedro Vargas Cunha
Araetá
Published in
5 min readMar 26, 2018

Pedro Vargas Cunha

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A luz acabou, eram 18 horas de sábado, estava na Granja Viana (Casa dos meus pais) e precisava ver algum tipo de produção artística para fazer a minha crítica de arte e poder ganhar meus preciosos dois pontos para a aula de estética. Eu, como um bom garoto que cresceu no mundo da internet, pretendia baixar algum filme ou ver algum lançamento no Netflix para fazer a minha crítica, mas, como já dito, a luz acabou.

— — — — — — — — selfie a luz de velas— — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — —

Sem energia elétrica não tive escolha, gastei o resto de bateria do meu celular consultando os filmes que estavam passando no cinema e parti para minha pequena aventura. No cinema aqui perto encontrei somente duas opções: Maria Madalena dublado e Com amor Simon. Lá fomos nós, eu e minha fiel companheira Jany, também conhecida como minha mãe, para o cinema.

— — -Simon Spier — —

Óbvio que vimos o filme do Simon. Sala escura, economizando na pipoca, tudo começou com aquela típica abertura da FOX. O início do filme parte como qualquer filme de adolescente que se preste: O protagonista, Simon, em voz over conta sobre a sua vida enquanto passam na tela cenas do cotidiano de um bom belo garoto (muito bonito alias) de classe média americano. Eu, como um bom pseudo cult fã de filme de colegial, já julguei.

Mas quem diria que o filme me pegou? Fiquei grudado na tela o filme todo, ri bastante e por pouco não chorei. O filme conta a história de Simon, que tem uma vida completamente normal, tirando um segredo que ele guarda, ele é Gay. Até que um dia tudo muda, um garoto anônimo, chamado Blue, posta em um blog de fofocas da Escola que também é gay e os dois começam a trocar emails, virando a vida de Simon de cabeça para baixo.

O filme tem como principal atrativo o seu roteiro perfeito. Construído com extremo cuidado para falar sobre sair do armário de forma divertida e ao mesmo tempo acolhedora. Syd Field, em seu livro,Manual do Roteiro, compara o cinema clássico com copo, em que a forma sempre é a mesma, mas o que vem dentro do copo é cada vez uma coisa. No roteiro de Com Amor Simon, com certeza o conteúdo seria um milkshake de morango com cobertura de chantili, extremamente doce, macio e que você não consegue pensar em outro coisa até que acabe.

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Se assumir gay já foi tema de muitos filmes, mas a diferença desse filme, é que ele conta a história de um garoto sortudo: Pais super compreensivos e sensíveis, melhor amigos possíveis, bonito e de classe média, mas isso não faz com que sair do armário seja algo fácil de se fazer . Se auto aceitar, independente de onde você está nunca é fácil e é sobre isso o filme.

Mesmo o filme tendo como enredo principal uma paixão, o que anda me irritando, ele consegue colocar a mudança principal do protagonista não no amor e sim nele próprio. Acredito que, por ser uma paixão virtual, em que não mostra o ponto de vista do Blue, o longa abre portas para focar muito mais na relação de Simon com os amigos, com a família e com ele mesmo, o que acho essencial. Mas tenho que admitir, você sai do filme com vontade de se apaixonar.

A vida é como uma montanha-russa; às vezes estamos felizes lá no alto, outras vezes, estamos tristes e perto do chão
()()()()()()()()()Leah Burke (Katherine Langford)()()()()()()()()

Recomendo que todos assistam, inclusive héteros, o filme é bem humorado, conta uma história sobre auto aceitação, tem uma pitada de amor e um final surpreendente. Perfeito para dias que você queira sair do cinema com um sorriso no rosto.

Adendo final: O filme é uma produção da Fox, que não deve ter sido barata, feita para ter uma bilheteria razoável, porém ele continua sendo arte? Acredito que sim, ele realmente mexeu comigo, me levou para outro mundo e me devolveu um pouco diferente, mas isso o faz arte? Não tenho certeza, pensando nisso eu percebi que não sei definir o que é ARTE. Bjs

PS: vale a pena conferir a trilha sonora do filme

PS2: a luz voltou

PS3: legal lembrar que é uma super produção LGBT, acho que a primeira.

“Com amor Simon — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — Dirigido por Greg Berlant — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — Baseado no Livro “Simon Vs. a Agenda Homo Sapiens” (Becky Albertalli). — Lançado em 22 de março de 2018. — — — — — — — — — — — — — — — — — Protagonizado por Nick Robinson” — — — — — — — — — — — — — — — — —

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Em cartaz nos principais cinemas de SP, mas se você quiser companhia, o filme está passando no Itau do Shopping Frei Caneca (do lado da minha casa) as 21h50, só me chamar que eu vou! — — — — — — — — — — — — — — — — -A partir de 14,50 R$ — — — — — Todos os dias até sair de cartaz — — — — —

-— -Parte do cartaz do filme — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — —

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