Crítica: The Cloverfield Paradox

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Araetá
Published in
4 min readMay 13, 2018

Por: Matheus Monteiro Alvarenga Sayão

Anteriormente entitulado “God Particle”, “The Cloverfield Paradox” foi lançado no dia 4 de Fevereiro de 2018 diretamente na plataforma Netflix. Dirigido por Julius Onah e produzido por J.J. Abrams, ele marca o terceiro filme na serie Cloverfield, sendo o primeiro, intitulado “Cloverfield”, lançado em 2008, e sua sequência, “10 Cloverfield Lane”, lançado em 2016.

A história se passa num futuro aonde toda a energia da Terra acabou. Nós acompanhamos a estação espacial Cloverfield e de sua tripulação enquanto eles buscam ligar o acelerador de partículas Shepard para fornecer energia para todo o planeta, que esta a beira de entrar numa terceira guerra mundial. Contudo, ao ligar o acelerador de partículas, a estação acaba sendo transportada para uma dimensão paralela,e a tripulação precisa achar um jeito de retornar para a dimensão deles.

Poster do filme The Cloverfield Paradox

Apesar do filme ser bem fraco e desinteressante, ele possui alguns pontos positivos, dentre os quais estão algumas dinâmicas entre os personagens. A tripulação da estação Cloverfield é composta por membros do mundo inteiro (inclusive o personagem Monk é brasileiro), o que não só é muito interessante de um ponto de vista da diversidade e do reconhecimento do desenvolvimento do setor aeroespacial no mundo inteiro, mas enriquece a dinâmica entre os personagens, pois as tensões entre as nações na Terra acabam afetando como a maneira como cada tripulante interage com seus colegas, gerando os poucos conflitos interessantes do filme. Além disso, os atores interpretaram bem os personagens, o que deixou estes momentos mais genuínos.

Um outro ponto positivo é que, assim como os dois filmes que o antecederam, “The Cloverfield Paradox” é um filme que não é possível de compreender por inteiro assistindo uma vez. Um dos grandes charmes da franquia é todo o mistério que ela criou, pois, apesar dos filmes se passarem no mesmo universo, eles tem muito pouco em comum, e muitas das informações que os interligam e explicam esse universo estão em sites criados pelos desenvolvedores dos filmes e pequenos easter eggs escondidos nos filmes, o que leva os fãs a pesquisarem e criarem teorias sobre o universo Cloverfield. E “The Cloverfield Paradox” não é diferente: sendo uma prequel de Cloverfield e 10 Cloverfield Lane, ele sasseia algumas perguntas sobre o universo ao mesmo tempo que planta novas, deixando os fãs ainda mais ansiosos para o próximo filme, chamado por enquanto de Overlord.

Tripulação da estação Cloverfield

Apesar de possuir muito potencial e fazer parte de um universo simplesmente sensacional, o filme em geral não é bom. Os poucos momentos interessantes do filme estão diluídos demais numa narrativa pouco intrigante e monótona, fazendo com que o espectador perca o interesse no filme muito rapidamente. O filme demora muito para resolver os conflitos que foram estabelecidos, e algumas das soluções foram muito pouco satisfatórias.

Outro ponto que pesou muito negativamente para foi o fato de que, na tentativa de manter o tom de mistério da franquia, alguns aspectos do filme ficaram completamente inexplicados e sem sentido, e isso tornou o filme ainda mais desinteressante. E mesmo com os conflitos entre os personagens sendo interessantes, cada tripulante tem pouco tempo de tela, e portanto, não possuem nenhum desenvolvimento sólido, o que leva a não nos importamos tanto com eles. Consequentemente os conflitos não tem peso emocional algum para o espectador.

Em suma, apesar de alguns poucos conflitos interessantes e o mistério característico da franquia, “The Cloverfield Paradox” é um filme fraco e esquecível, com uma história nada envolvente e personagens pouco desenvolvidos, que leva o espectador a não se importar com o as dificuldades e conflitos que eles devem superar.

Imagem de um boneco da empresa de refrigerantes Slusho, uma das conexões do universo Cloverfield.
Imagem do acelerador de partículas Shepard
Imagem da estação Cloverfield.
Selfie

Onde: Netflix

Quanto: 27,90 reais- preço padrão do serviço da Netflix.

Quando: 4 de Fevereiro

Até quando: Indefinido

Links relacionados:

http://www.ign.com/articles/2008/01/15/cloverfield-a-viral-guide: Site guia para os sites virais do universo Cloverfield

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