Crítica: The Cloverfield Paradox
Por: Matheus Monteiro Alvarenga Sayão
Anteriormente entitulado “God Particle”, “The Cloverfield Paradox” foi lançado no dia 4 de Fevereiro de 2018 diretamente na plataforma Netflix. Dirigido por Julius Onah e produzido por J.J. Abrams, ele marca o terceiro filme na serie Cloverfield, sendo o primeiro, intitulado “Cloverfield”, lançado em 2008, e sua sequência, “10 Cloverfield Lane”, lançado em 2016.
A história se passa num futuro aonde toda a energia da Terra acabou. Nós acompanhamos a estação espacial Cloverfield e de sua tripulação enquanto eles buscam ligar o acelerador de partículas Shepard para fornecer energia para todo o planeta, que esta a beira de entrar numa terceira guerra mundial. Contudo, ao ligar o acelerador de partículas, a estação acaba sendo transportada para uma dimensão paralela,e a tripulação precisa achar um jeito de retornar para a dimensão deles.
Apesar do filme ser bem fraco e desinteressante, ele possui alguns pontos positivos, dentre os quais estão algumas dinâmicas entre os personagens. A tripulação da estação Cloverfield é composta por membros do mundo inteiro (inclusive o personagem Monk é brasileiro), o que não só é muito interessante de um ponto de vista da diversidade e do reconhecimento do desenvolvimento do setor aeroespacial no mundo inteiro, mas enriquece a dinâmica entre os personagens, pois as tensões entre as nações na Terra acabam afetando como a maneira como cada tripulante interage com seus colegas, gerando os poucos conflitos interessantes do filme. Além disso, os atores interpretaram bem os personagens, o que deixou estes momentos mais genuínos.
Um outro ponto positivo é que, assim como os dois filmes que o antecederam, “The Cloverfield Paradox” é um filme que não é possível de compreender por inteiro assistindo uma vez. Um dos grandes charmes da franquia é todo o mistério que ela criou, pois, apesar dos filmes se passarem no mesmo universo, eles tem muito pouco em comum, e muitas das informações que os interligam e explicam esse universo estão em sites criados pelos desenvolvedores dos filmes e pequenos easter eggs escondidos nos filmes, o que leva os fãs a pesquisarem e criarem teorias sobre o universo Cloverfield. E “The Cloverfield Paradox” não é diferente: sendo uma prequel de Cloverfield e 10 Cloverfield Lane, ele sasseia algumas perguntas sobre o universo ao mesmo tempo que planta novas, deixando os fãs ainda mais ansiosos para o próximo filme, chamado por enquanto de Overlord.
Apesar de possuir muito potencial e fazer parte de um universo simplesmente sensacional, o filme em geral não é bom. Os poucos momentos interessantes do filme estão diluídos demais numa narrativa pouco intrigante e monótona, fazendo com que o espectador perca o interesse no filme muito rapidamente. O filme demora muito para resolver os conflitos que foram estabelecidos, e algumas das soluções foram muito pouco satisfatórias.
Outro ponto que pesou muito negativamente para foi o fato de que, na tentativa de manter o tom de mistério da franquia, alguns aspectos do filme ficaram completamente inexplicados e sem sentido, e isso tornou o filme ainda mais desinteressante. E mesmo com os conflitos entre os personagens sendo interessantes, cada tripulante tem pouco tempo de tela, e portanto, não possuem nenhum desenvolvimento sólido, o que leva a não nos importamos tanto com eles. Consequentemente os conflitos não tem peso emocional algum para o espectador.
Em suma, apesar de alguns poucos conflitos interessantes e o mistério característico da franquia, “The Cloverfield Paradox” é um filme fraco e esquecível, com uma história nada envolvente e personagens pouco desenvolvidos, que leva o espectador a não se importar com o as dificuldades e conflitos que eles devem superar.
Onde: Netflix
Quanto: 27,90 reais- preço padrão do serviço da Netflix.
Quando: 4 de Fevereiro
Até quando: Indefinido
Links relacionados:
http://www.ign.com/articles/2008/01/15/cloverfield-a-viral-guide: Site guia para os sites virais do universo Cloverfield