The man in the high castle

Um convite para crer em realidades paralelas

Henriquesmuriel
Araetá
4 min readMay 3, 2020

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A série oferecida pelo serviço de streaming Amazon Prime busca imergir seu espectador em uma realidade que se passa na década de 60 sendo que o mundo vive as consequências de uma vitória alemã e japonesa na 2ª Guerra Mundial. No enredo é exposto que o mundo foi dividido entre territórios japoneses e alemães. O que é interessante é o fato de, diferente da maioria do mundo em que países foram englobados por inteiro para cada um dos territórios, o território em que nossa realidade é conhecido como Estados Unidos da América foi dividido em 3 partes: a região leste alemã com seu foco centralizado em Nova Iorque, a região oeste (região do pacífico) japonesa com sua “capital” sendo São Francisco, e por fim a região central conhecida como zona neutra, em que não se tem um grupo governante no poder mas ainda sofre influência de ambos governos. A história conta os acontecimentos da vida de uma menina chamada Juliana Crain, que acaba descobrindo que sua existência seria essencial para a sobrevivência do mundo.

Ao longo dos episódios há várias situações que evidenciam a possibilidade de haver uma realidade paralela, como a que vivenciamos na nossa realidade atual, em que os alemães foram derrotados na guerra. Tal fato é trazido ao conhecimento do espectador através de filmes que são usados de certa forma como propaganda para a resistência aos regimes no poder.

Durante todo esse tempo é sabido que o império japonês proíbe a reprodução artística, pois em sua cultura não seria algo considerado útil mas apenas um artefato para tentar mascarar a realidade de algo que não traria honra ao indivíduo que a possuísse. Por sua vez, o Reich alemão acredita na evolução da raça, ciência, tecnologia e a manutenção de uma vivência perfeita, se é que tal coisa pode existir.

Quando é exposta a realidade vivida na região controlada pelos japoneses, as imagens trazem consigo um sentimento sombrio, de dificuldade, há poucas construções grandes e tudo é muito simples. De certa forma pode ser dito que houve uma exportação da cultura japonesa, que foi forçada sobre os americanos que viviam na região pacífica americana. Não há a necessidade de se possuir monumentos de grandeza pois a única grandeza existente seria a do Imperador.

São Francisco, território controlado pelo Império do Japão — The Man In The High Castle

É possível notar a diferença entre as culturas apenas ao notar a paisagem reproduzida em sua cenografia. Nos territórios do Reich, se tem a presença de grandes marcos de idolatria, construções monumentosas para evidenciar a evolução inerente da dita vivência perfeita e da manutenção das raças. A paisagem se aproxima do que conhecemos hoje em dia dando a entender que a cultura proveniente do Reich faz com que o conhecimento geral evolua de maneira muito mais rápida.

Horizonte Nova Iorquino sob domínio do Reich — The Man In The High Castle
Times Square na década de 60 sob domínio do Reich — The Man In The High Castle

Naturalmente ao assistir os episódios finais da série há um incessante pensamento em minha mente provindo do momento histórico que vivemos atualmente, assim surgindo uma questão metafísica cuja resposta provavelmente não saberemos. Será que há uma realidade paralela em que o vírus da COVID-19 foi controlado em seus primórdios de contaminação, causando o não isolamento e milhares de mortes pelo mundo? Acho que a vivência promovida pelo isolamento social causou a minha completa imersão no mundo de The Man In The High Castle para possibilitar uma realidade alternativa a que estou vivenciando no momento. De certa forma, acredito muitas vezes que esse seria o propósito do segmento de entretenimento.

Ao interessados, a série pode ser assistida na plataforma de streaming Amazon Prime Video exclusivamente. Cada episódio possui por volta de 50 minutos sendo que cada temporada apresenta 10 episódios.

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Henriquesmuriel
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Aluno estudante da FAAP cursando Publicidade e Propaganda