‘Destinos à Deriva’
Mulher grávida e perdida em um contêiner no meio do mar faz de tudo para salvar a sua vida e a de seu bebê
Por Camila Piva
No filme espanhol Destinos à Deriva (2023), a protagonista Mia (Anna Castillo), faz o papel de uma mulher grávida que enfrenta uma viagem terrível presa em um contêiner no meio do mar. A direção é de Albert Pintó (“La Casa de Papel”), e teve boas críticas atendendo o propósito de um filme de suspense. A direção de música é feita por Frank Montasell e Lucas Peire. O roteiro é de Seanne Winslow.
Os personagens Mia e Nico, seu marido, precisam fugir de um regime extremista em seu país, pois lá havia ameaças de que a população que não contribuía economicamente com a sociedade — idosos, crianças e mulheres grávidas — deveria ser morta.
A opção de fuga do casal foi entrar clandestinamente, com outros cidadãos também em fuga do seu país, em um contêiner que está sendo levado por caminhão para um navio com destino à Irlanda. Mas, antes mesmo de chegar ao navio, o casal acaba sendo separado. Mia sozinha e grávida vai viver momentos de muitas tensões, lutando para sobreviver de uma tempestade que a atira ao mar. O filme se desenrola mostrando todas as atitudes da personagem principal fazendo o possível para salvar sua filha que nasce ao decorrer da trama. As cenas apresentam a realidade difícil da personagem isolada no meio do mar e com pouca referência visual.
O diretor soube intercalar os momentos de desespero, melancolia e esperança que prende a atenção do telespectador. Em meio ao caos ela e sua filha conseguem se salvar.
A película é tensa, mas mostra uma realidade verdadeira. O filme foca na sobrevivência e por isso tem momentos que são mais angustiantes. A obra conta essa realidade de um governo super autoritário e pessoas fugindo por causa disso. Essa história não é baseada em fatos reais.
O filme a consegue prender a atenção de quem está assistindo, mostrando o pânico dos personagens e fazendo uma narrativa mais triste. O produto mostra a realidade da situação sem exageros, fazendo o telespectador sentir o horror da situação. A obra traz um ambiente claustrofóbico em que quem está assistindo sente como se estivesse preso dentro do contêiner junto com a protagonista.
A atriz Ana Castillo incorpora muito bem a personagem, conseguindo dosar as emoções e não pecar no exagero. As cenas fortes do filme como a parte em que ela está comendo a placenta, por necessidade e costurando a própria perna demonstram toda a solidão e desespero que a protagonista viveu. O filme não é cansativo, tem o tempo certo e prende a atenção do começo ao fim.
A direção de Pintó conseguiu trabalhar bem o espaço onde Mia estava confinada, usando a luz do sol que entra pelos furos do contêiner e ilumina o rosto dela. Cria sequencias ousadas com animais marinhos. A personagem luta bastante e teve várias perdas, mas após tudo isso consegue um final feliz.
A obra traz profundidade, abordando a sobrevivência no fundo do mar e consegue cumprir com o seu propósito de deixar as pessoas tensas, trazendo uma produção e um roteiro que não cai no clichê.
O filme pode ser encontrado na Netflix e o valor da plataforma é de 39, 90 por mês. O filme foi lançado em 29 e setembro de 2023.
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