Divertida Mente
por Fernanda Fraissat
O filme de animação e comédia Divertida Mente foi lançado no dia 18 de junho de 2015 no Brasil, mas a origem dele é nos EUA com o nome original de Inside Out, foi produzido pela Pixar, e lançado pela Walt Disney com duração de 1h e 35 minutos, indicado para a faixa etária para a partir dos seis anos de idade. Foi dirigido por Ronaldo Del Carmen, que é designer, diretor e roteirista filipino, por Pete Docter que é cineasta, argumentista e produtor de cinema norte-americano, com a trilha sonora do compositor Michael Giacchino. Venceu o Oscar em 2016 de melhor filme de animação, e melhor roteiro original.
“O que se passa na cabeça dela?” É com essa frase que se inicia a animação que quebra paradigmas trazendo assuntos inteligentes para o mundo infantil.
O filme traz como protagonista, Riley Andersen, uma garota de 11 anos que adorava hockey, ela é feliz e tem uma vida simples em Minnesota. O problema surge quando a família tem que se mudar para San Francisco, isso gera uma desconstrução emocional na garota, que a partir daí começa a viver emoções diferentes. Além da protagonista, há outras personagens tão importantes quanto, são as emoções primárias, que acontecem ao mesmo tempo e de forma humanizada. A alegria é a que predomina na vida de Riley, é a única que não usa salto, saltita e está com um vestido soltinho. Ela não entende a função da tristeza, por isso a mantém longe do painel de controle da mente da garota A tristeza é pessimista, a Raiva toma a mente da garota quando ela perde o controle. O Medo sempre pensa nas consequências e cria formas de protege-la. E o Nojo impede que Riley se exponha a situações vexatórias.
Essas emoções são controladas por um painel e existe uma disputa entre elas em relação a quem mais aparece. Dentro desse painel existem cinco ilhas que formam a personalidade da protagonista. Cada memória base reproduz um aspecto da personalidade dela. Um exemplo é quando Riley faz um gol no Hockey, isso molda o seu interesse pelo esporte.
Painel de Controle
Ilhas da Personalidade
As ilhas de personalidade são as que fazem Riley ser o que ela é, tanto que quando ela muda a tristeza não se afasta do painel, ela domina a vida da protagonista. Depois disso, a alegria, a tristeza, as memórias base são sugadas por um tubo, a menina fica sem a alegria e a tristeza, e nesse momento que seu comportamento muda drasticamente, ela começa a ser grosseira com os pais, enquanto isso, as duas emoções vivem diversas aventuras na mente da garota. Um outro aspecto interessante é que o filme mostra que o inconsciente é um lugar de prisão, onde ficam as memórias desagradáveis, nesse ponto a animação concorda com o pensamento do psicanalista Freud.
Não há vilões no filme, nem mesmo a tristeza é uma vilã, pelo contrário, o filme nos mostra que precisamos aprender que alegria e tristeza devem coexistir. Essa é uma das grandes mensagens da animação, mostrar que sentir tristeza faz parte da vida humana, contrariamente ao que o mundo em que vivemos nos quer dizer, existe hoje uma grande necessidade de expor apenas momentos felizes, desconsiderando a necessidade da tristeza. Uma das cenas mais marcantes é quando Riley e seus pais se desentendem durante um jantar, vemos a reação dentro da cabeça dela, do pai e da mãe.
É por isso que o filme é um grande aprendizado. Elaborado com personagens deslumbrantes, tudo na animação é bem feito, a criatividade como as ilhas são bem construídas, as engrenagens, os símbolos, o departamento de arquivamento de memórias, o vale do esquecimento, a pressão do inconsciente e o mundo da imaginação. Por isso, vale muito a pena assisti-lo.
Disponível em: Netflix (assinatura), Google Play Filmes (24,90) e Youtube (24,90)