‘Duna’: das páginas às telas

Ficção científica do escritor Frank Herbert — já adaptada por David Lynch em 1984 — , tem nova versão com Denis Villeneuve, diretor de Blade Runner 2049 (2017)

Daniel Parente
Araetá
4 min readNov 15, 2021

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DUNE — FRANK HERBERT

A mais recente adaptação da novela de ficção científica escrita por Frank Herbert em 1965, Duna foi lançada no dia 21 de Outubro de 2021, e, sem dúvida, o filme é visualmente impactante, proporcionando ao espectador uma sensação de imensidão através de planos cênicos.

O livro já foi adaptado por David Lynch em Dune (1984), e também houve uma adaptação cancelada do Alejandro Jodorowsky. O diretor da versão 2021 é Denis Villeneuve, um diretor francês conhecido por dirigir Blade Runner 2049.

Cartazes de Dune na versão de Denis Villeneuve (2021) e da versão nunca filmada do cineasta chileno Alejandro Jodorowsky

Para quem não conhece a história, Duna tem como protagonista o Paul Atreides, interpretado por Timothée Chalamet, herdeiro da casa Arteides e filho do duque, Leto. Paul e sua família são encarregados pelo imperador para ser administradores do planeta Arrakis, onde se encontra a substância mais valiosa do universo: “Spice” ou Melange. Ao chegar no planeta, a casa dos Harkonnen atacam e massacram quase toda a casa Atreides, deixando oPaul e sua mãe Jessica sozinhos. Ambos atravessam o deserto para encontrar ajuda dos Fremen, nativos do planeta Arrakis que vivem em harmonia com o ambiente.

Paul Atreides (dir.) se escondendo do Hunter-Seeker (esq.), Jessica Atreides aparece nas visões de Paul.

Duna marcou profundamente o gênero da ficção científica, quando o livro foi publicado em 1965, e inspirou outros notáveis escritores de ficção. É extremamente difícil fazer uma adaptação 100% fiel ao conteúdo das novelas. Em alguns aspectos, esse filme captura exatamente a essência dos livros, especialmente quanto ao cenário, e à construção do mundo. A maneira que é utilizada a câmara e os planos escolhidos proporcionam uma sensação de grandeza diante da tela. Duna tem uma história muito densa, e cheia de informações importantes para o desenvolver do conflito. Por mais que o visual do filme seja cativante, não transmite tanto caráter quanto aos personagens. Simplesmente não havia tempo suficiente para a audiência se enganchar e torcer para os personagens com a quantidade de informações que precisavam ser passadas.

Base da casa Atreides em Arrakis (esquerda), Cena da superfície de Caladan, planeta original da casa Arteides(direita).

Em geral, gostei bastante da maneira que trouxeram a visão de Frank Herbert. Acredito que fizeram um ótimo trabalho, respeitando o conteúdo dos livros e criando uma estética limpa, quase minimalista. Essa estética deixou o filme com um ar de seriedade. Enquanto isso não é necessariamente algo negativo, também gostaria de ter visto elementos do filme não realizado de Jodorowsky, onde mais riscos artísticos são tomados, com uma estética mais psicodélica.

Paul Atreides antes do duelo com Fremen (esq.). À direita, Chani quando conhece o Paul

Oficialmente titulado Duna: Parte Um, o filme termina no meio da história, quase abruptamente, quando Paul e sua mãe Jessica conhecem os Fremen. Sendo que ainda falta metade da história, não podemos fazer grandes conclusões a respeito de como as coisas vão ser na segunda parte. Espero ver o foco mudar para ter menos exposição e criação de mundo e entrar mais profundamente nos personagens e seus conflitos. Até o lançamento da parte dois, esta crítica permanecerá incompleta. Vou aguardar com paciência, porque o verdadeiro clímax dessa história ainda está por vir…

SERVIÇO:

Onde?: Disponível em: Cinemark, Espaço Itaú de Cinema, Amazon Prime Video, HBO Max.

Quanto?: 20 R$ entrada meia, 40R$ entrada comum nos cinemas.

Quando?: O filme está em cartaz nos cinemas desde o dia 21 de Outubro de 2021 e já esta disponível nos serviços de steaming.

Saiba Mais:

Daniel Parente (Eu)

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