Egito antigo: do cotidiano à Eternidade

Giulia Salvatore
Araetá
Published in
4 min readMay 7, 2020

Imagine que você, um simples mortal submetido às leis universais, tivesse a chance de ser transportado para uma civilização riquíssima em todos os sentidos. Você gostaria de abraçar essa chance?

A exposição do Egito antigo localizada no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) é um verdadeiro convite a abandonar a atualidade e viajar para uma cultura antiquíssima, cheia de mistérios, sabedoria, beleza e uma infinidade de fatores que enriquecem a existência das civilizações posteriores.

Logo na entrada, somos recebidos por uma enorme maquete de pirâmide, construindo um portal que nos convida a deixar nossa realidade e adentrar a antiguidade egípcia. Começando por uma parte no subsolo do CCBB, a exposição nos conduz por desenhos e projeções sobre o Egito antigo, anunciando que estamos adentrando um novo contexto. Conforme vamos subindo os andares, nos deparamos com peças que eram usadas no cotidiano (como tigelas, recipientes e acessórios), obras de finalidade religiosa (como os famosos caixões ou as estatuetas dos deuses egípcios) e peças que relatam histórias e costumes da sociedade egípcia (como os papiros e até mesmo as laterais dos caixões).

A exposição nos mostra como a arte está profundamente ligada ao cotidiano. Em um processo de simbolização, os egípcios atribuíam não somente significado a todos os elementos que os rodeavam, como também beleza na forma de perceber o entorno. Um simples vaso continha um trabalho artístico brilhante e a morte era vista como uma passagem para outro mundo. Cada elemento da natureza ganhava um símbolo super ornamentado, prova disso são os hieróglifos estampados em muitos pergaminhos (muitos tinham formas de animais, por exemplo).

O olhar estético dessa civilização parece ser algo além do comum e a origem de muitos padrões que vieram posteriormente. Fiquei maravilhada com a beleza da combinação de cores que eles utilizavam (apesar de muitas das peças não estarem em seus tons originais). Mesmo não sendo uma arte de contestação e sim de registro e/ou ritualística, a arte egípcia reflete a reverência que eles tinham perante a vida e tudo que a compõe.

Onde foi?

No Centro Cultural Banco do Brasil, Rua Álvares Penteado, 112 — Centro Histórico de São Paulo.

Quanto?

Nadica de nada! A entrada é gratuita e aberta para todes e todas as idades!

Quando?

A exposição funcionava das 9h30 às 20h30 todo os dias da semana com exceção das terças-feiras.

IMPORTANTE!

Por conta da crise do Coronavírus, as atividades do CCBB foram suspensas indefinidamente. A antiga data prevista para o final da exposição era 11 de maio, porém, o CCBB ainda não se manifestou a respeito de uma possível prorrogação desta data.

Saiba Mais!

Têm vários links interessantes que mostram todo o catálogo da exposição além de informações especiais.

  • você também pode fazer um tour pelas pirâmide do egito, disponibilizado pelo Google:

Minha sogra, eu e meu namorado em frente à Porta da Tumba de Horemheb

XVIII Dinastia (1539–1292 a.C. [BC])

Calcário, pintura, Lintel: 49 x 111,5 x 11 cm;

Batente esquerdo: 156,5 x 21 x 11 cm;

Batente direito: 159 x 21 x 11 cm

Sheik Ab del-Gurna

Aquisição anterior a 1882

Cat. 1647, Cat. 1646/01, Cat. 1646/02

Legenda das imagens:

1 -

-fileira superior: Vasos canópicos de Horteb

XXVI Dinastia (664–525 a.C.)

Alabastro, h: 28,5 cm, h: 30 cm, h: 31,5 cm, h: 34 cm

Delta (?)

Aquisição anterior a 1882

Cat. 3211/1–2–3, Cat. 3212

-fileira inferior à esquerda: Estatuetas do ba de Iuefentahat

Período Tardio (722–332 a.C.)

Madeira, pintura, h: 17 cm

Proveniência desconhecida

Coleção Bernardino Drovetti

Cat. 6963/1, Cat. 6963/3

-fileira inferior no centro: Estatueta do falcão Sokar

Período Tardio (722–332 a.C.)

Madeira, folha de ouro, h: 8 cm

Proveniência desconhecida

Aquisição anterior a 1888

Cat. 6879

-fileira inferior à direita:

Shabti em alabastro de Naktamun

XVIII Dinastia (1539–1292 a.C.)

Alabastro, pintura, h: 32 cm

Proveniência desconhecida

Aquisição anterior a 1882

Cat. 2678

• 2 e 6 — Caixão antropoide (estilo amarelo)

XXI Dinastia (1076–943 a.C.)

Madeira, estuque, tinta

Caixão: 195 x 25 x 55 cm, Tampa: 195 x 34 x 55 cm

Tebas, Bab el-Gasus

Aquisição anterior a 1882

Cat. 2219/01, Cat. 2219/02

• 3 — Amuletos egípcios (descrição detalhada de cada peça pode ser encontrada no link https://drive.google.com/file/d/10coTrV0_-UiffUoGUPSc1uYwhYLZlWKW/view, pág. 94 do arquivo)

• 5 — Caixão

XXIII-XXV Dinastias (746–655 a.C.)

Madeira, estuque, pintura

Caixão: 186 x 40 x 43 cm,

Tebas

Cat. 2220/2, Cat. 2220/3

• 7 — Pedaço do Livro dos Mortos

Período Greco-romano (332 a.C. — 395 d.C.)

Papiro, tinta, 17,5 x 303 cm

Tebas (?)

Escavações de Ernesto Schiaparelli (1909)

Cat. 1795

• 8 — Estatuetas em madeira dos quatro filhos do deus Hórus

Período Tardio (722–332 a.C.)

Madeira, h: 28,5 cm, h: 30 cm, h: 31,5 cm, h: 34 cm

Delta (?)

Coleção Bernardino Drovetti (1824)

Cat. 705, Cat. 706, Cat. 707, Cat. 708

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