ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD

por Helder Moraes Beltramini

Helder Beltramini
Araetá
3 min readJun 2, 2020

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Cartaz de Divulgação.

Em 2019, chegou às telonas o aguardado “Era Uma Vez em Hollywood”, nono longa-metragem de Quentin Tarantino de 2 horas e 40 minutos de duração. O filme se passa nos anos 60 e conta a história de um ator, Rick Dalton (Leonardo DiCaprio), famoso por fazer o papel de protagonista “bonzinho” em filmes de faroeste, e narra a vida de seu dublê e melhor amigo, Cliff Booth (Brad Pitt).

O filme causou discussões e foi muito esperado. Primeiramente, a obra remete figuras muito conhecidas dos anos 60, como Roman Polanski, Sharon Tate e Bruce Lee, além do notório sociopata Charles Manson e sua “família” de criminosos. Em segundo lugar, Tarantino confirmou diversas vezes que “Era Uma Vez em Hollywood” seria seu penúltimo filme, encerrando sua carreira como diretor no décimo.

“Era Uma Vez em Hollywood” gerou inúmeras discussões por “quebrar o molde” usado pelo diretor em toda a sua carreira. O longa conta com referências à cultura Pop e trata de assuntos polêmicos (Charles Manson e o assassinato de Sharon Tate); também se destaca de seus antecessores por se utilizar de “pouca” violência — com exceção do final — e ser movido mais pelo diálogo e pela construção das personagens, além de usar a metalinguagem e homenagear a própria indústria cinematográfica.

AS MUDANÇAS CINEMATOGRÁFICAS E O SUCESSO DO FILME

Margot Robbie interpreta Sharon Tate.

Quentin Tarantino se consagrou com seu estilo violento e humorístico. Depois de mais de 20 anos de carreira, o diretor conhece muito bem seu potencial, porém, não tem medo de inovar e surpreender o telespectador. Uma coisa é certa: quando se trata de Tarantino, os fãs esperam sangue. No entanto, seu mais recente projeto, “Era Uma Vez em Hollywood”, para alguns, carece de carnificina, fato que gerou diversas críticas e discussões.

Assim como Woody Allen fez em “Meia Noite em Paris”, Tarantino faz uma homenagem à sua carreira, bem como uma homenagem à Era de Ouro do cinema hollywoodiano na década de 60. Além do que, narra a contracultura do movimento Hippie em contraste com um mundo cada vez mais capitalista.

A ausência de sangue é proposital, o que foi visto como choque pelos fãs, além de um comentário à sua fama, se reinventando e mostrando aos telespectadores que não somente de sangue se faz um filme. Há, neste caso, uma inversão de valores. Normalmente, cenas violentas e sangrentas são o fator dominante de choque popular dentro dos filmes. No caso do nono longa-metragem de Tarantino, a falta desta violência é o que surpreende os telespectadores. O filme, no geral, é lento e demorado, focando em detalhes específicos e fan services, ou seja, elementos superficiais que não acrescentam de fato à história e estão lá apenas para divertir a plateia.

No mundo em que vivemos, dentro de uma sociedade pós “Me, Too” (o movimento feminista que se iniciou em 2017 contra a agressão e assédio sexual em diversos países do globo) e após inúmeros massacres dentro de escolas americanas, discussões sobre como a violência é retratada no cinema e na televisão estão cada vez mais presentes em nossa sociedade. Talvez, por este fato, Tarantino tenha optado por mostrar que seus filmes são bons independente do sangue. O diretor, mais uma vez, põe um fim em discussões estereotipadas a seu respeito.

VAI LÁ!

Onde? Youtube; Google Play.

Quanto? Youtube: R$29,90; Google Play: R$24,90.

Quando? O filme encontra-se nessas plataformas por tempo indeterminado.

Helder Beltramini — Graduando em RTV - FAAP

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