Espuma / Kohei Nawa
Por Marina Martins
A obra intitulada Espuma, de Kohei Nawa, é um pedacinho do céu em meio a imensidão de concreto que é a Avenida Paulista. Não se trata, no entanto, de uma exposição a céu aberto. Está disposta em uma sala média, da Japan House, e iluminada por luzes negras que acentuam as formas das nuvens de espuma.
A instalação de Kohei Nawa traz um certo frescor. Assim que entrei na sala, senti uma leveza inexplicável. A iluminação, as formas, o silêncio (comum entre a maioria das exposições artísticas), a disposição da obra no ambiente, como se fosse um caminho, todos os elementos contribuem para a construção dessa sensação.
Ao meu ver, a graça da exposição está justamente na contemplação. Por fazer uso de materiais que simulam espumas de sabão, as formas das nuvens mudam sutilmente. Passe por um ponto, dê uma volta pela sala e quando chegar naquele ponto novamente, encontrará algo novo.
Confesso que me frustrei um pouco com o tamanho da instalação, tinha expectativas de que ela fosse maior e “englobasse” mais as pessoas que caminham por ela. Mas isso não anula o significado e a experiência de quem a visita.
O artista utiliza a tecnologia como meio de aguçar a sensibilidade dos que a observam, transformando-a em arte. Percebe-se que há uma preocupação estética com a criação da atmosfera, pois o lugar traz um “quê” de filmes de ficção e o ambiente chega a ter algo de onírico.
Desse modo, contemplar a obra de Kohei Nawa é quase como meditar, ela transporta o observador para o presente e o mantém nele, trazendo à tona a sensibilidade, camuflada pelo caos da cidade. Além do mais, o fato de estar em plena Paulista proporciona um contraste ainda mais gritante, que ressalta o significado da exposição pelo choque entre os meios.
Informações:
Onde: Japan House (Avenida Paulista, 52- Bela Vista- São Paulo).
Preço: entrada gratuita.
Horários: Terça a Sábado : 10h às 22H / Domingos e Feriados: 10h às 18h.
Datas: A exposição começou dia 23/09 e ocorrerá até 12/11.