Exposição Jean-Michel Basquiat — "Obras da coleção Mugrabi"

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Araetá

3 min readMar 6, 2018

O centro cultural do banco do brasil (CCBB) recebe as obras de Jean-Michel Basquiat (1960–1988). O artista traz seu caráter novaiorquino dos anos de 1970 e 1980, onde ele mistura traços de empolgação e decadência criando uma criatividade única dele; Considerado pelos críticos como um Neoexpressionista que ao mesmo tempo esta imerso na cultura pop. Basquiat é dos poucos afro-americanos, suas obras refletem os ritmos, os sons e a vida da cidade que nunca dorme, fazendo com que sua arte evoluísse rapidamente, mostrando aspectos das conquistas culturais dos negros.

A exposição se compõe em quatro andares, onde em cada sala são apresentadas algumas das obras de acordo com o período relativo; possuindo uma divisão de obras bem organizada, com telas bastante coloridas de spray e grafites, onde muitas delas não possuem nomes. Além de possuir no primeiro piso vários utensílios que fizeram parte de sua carreira como também obras de artistas que o homenagearam.

Ao visitar a exposição é possível perceber que Basquiat utiliza em suas obras a mistura de diferentes linguagens, tanto imagens quanto palavras. Nas obras, ele traz significado para as palavras mostrando que elas representam algo para ele além de dar a elas a representação de imagens. Ele costura figuras, parte com planejamento, parte de forma poética. Além disso, o artista também usa bastante em suas obras elementos do corpo humano mostrando um grande interesse pessoal no assunto.

Uma das obras que mais me chamou atenção foi a “tela” de madeira na qual sua legenda dizia “Acredite ou não, eu sei desenhar. Mas quase sempre tento lutar contra isso”. Me fez refletir sobre a tristeza que o artista possuía dentro de si, onde, ele desenha a realidade como ela é de verdade, e isso machuca ele por conta de racismo, da falta de diversidade no mundo artístico e os traumas sofridos pelos negros nos EUA. Por isso ele tenta lutar contra o próprio desenho, que é um reflexo perfeito da realidade.

Vale a pena ir conhecer a exposição, além das obras super alternativas, saber mais sobre a vida do artista, sua história e carreira é bastante interessante, além do próprio CCBB ser um centro super diferente e legal de se conhecer.