Exposição: Passado/Futuro/Presente

por Laura L. Medina

Laura Lupo Medina
Araetá
4 min readMar 20, 2019

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Dentro da discussão espaço/tempo recorrente na arte contemporânea, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAM, abre a exposição coletiva Passado/Futuro/Presente. Referente aos trabalhos de arte enraizados num presente, caracterizado pelo constante intercâmbio de ideias em escala internacional, trazendo a arte brasileira para a visão do mundo.

Rosana Paulino- Exposição “passado/futuro/presente” MAM, São Paulo 22/01–22/04/2019

Com obras icônicas da coleção do MAM, produzidas entre 1990 e 2010, a mostra foi montada primeiro nos Estados Unidos (sendo a primeira dedicada ao acervo do MAM nos EUA), em 2017, e exibiu ao público do país trabalhos brasileiros de arte contemporânea que demonstraram que a “brasilidade” não é um traço essencial da arte brasileira, que pode ser bem diversa no estilo, nos temas abordados e nos suportes utilizados, dando um caráter internacional e cosmopolita à arte produzida no país.

Incluindo pintura, escultura, instalação, fotografia, vídeo e performance, esta exposição apresenta um olhar sobre a prática de artistas reconhecidos como pioneiros da sua geração. A mostra traz trabalhos de artistas seminais, bem como várias âncoras históricas da década de 1970 que ilustram continuidades e rupturas conceituais entre passado e presente. Cinco núcleos estruturam a exposição com limites porosos, permitindo aos visitantes traçar seus próprios caminhos. O corpo/O corpo social; Identidades mutáveis; Paisagem reimaginada; Objetos impossíveis; e a Reinvenção do monocromo. Entre os artistas participantes estão nomes como: Adriana Varejão, Beatriz Milhazes, Tunga, Dora Longo Bahia, Waltercio Caldas, Carlito Carvalhosa, Leda Catunda, José Damasceno, Rosângela Rennó, Anna Bella Geiger, Carmela Gross e Nelson Leirner.

Dora Longo Bahia- Fúlvio e a Medusa (2001)- backlight em alabastro e fotografia sobre transparencia- 33,9x27,7cm

Esta é uma mostra de arte contemporânea feita por artistas brasileiros. Mas, se a internacionalização da arte tem dissolvido as diferenças regionais, como distinguir a produção contemporânea brasileira daquela de outras partes do mundo?

Com obras icônicas da coleção do MAM, produzidas entre 1990 e 2010, a mostra foi montada primeiro nos Estados Unidos (sendo a primeira dedicada ao acervo do MAM nos EUA), em 2017, e exibiu ao público do país trabalhos brasileiros de arte contemporânea que demonstraram que a “brasilidade” não é um traço essencial da arte brasileira, que pode ser bem diversa no estilo, nos temas abordados e nos suportes utilizados, dando um caráter internacional e cosmopolita à arte produzida no país.

A seleção de nomes representa os variados estilos, temáticas e suportes presentes na arte contemporânea brasileira, mostrando que o conceito de “brasilidade” não pode ser definido apenas por uma questão geográfica. “Com essa mostra, revelamos aos estrangeiros um Brasil com o qual não estavam familiarizados. Para o público brasileiro, queremos trazer a mesma sensação de surpresa com trabalhos contemporâneos de artistas renomados e também dos menos conhecidos”, afirma o curador Cauê Alves.

Momentos históricos do país, normas sociais, mitos indígenas e transgressões revelam como os artistas brasileiros têm se adaptado à realidade da globalização: “Eles falam com fluência em linguagens artísticas com foco na cena global, ao mesmo tempo que sua arte, imbuída tanto de especificidade local quanto de ressonância universal, tornou-se, ela mesma, um ponto de referência internacional”, avalia Vanessa Davidson, curadora.

Anna Bella Geiger- Brasil nativo, Brasil alienígena — (1977)-impressão sobre papel- 31x98cm

O que mais me chamou a atenção é que a “brasilidade” não pode ser definida apenas a partir de uma essência ligada à geografia. O que aproxima certos artistas de uma tradição brasileira, além de um campo simbólico com o qual dialogam, são referências recorrentes a experiências compartilhadas, momentos históricos, normas sociais e transgressões. É interessante ressaltar como a globalização influência em vários campos da sociedade, no caso a arte. Mesmo o Brasil tendo suas próprias características culturais e sociais, os artistas frequentemente se confrontam e se envolvem com histórias da arte de diferentes regiões do globo.

Gostei muito da exposição e com certeza recomendaria. Ela abriu meus horizontes sobre a arte contemporânea brasileira e sua influência em escala global, assim como é influenciada por outros estilos artísticos ao redor do mundo.

Exposição Passado/Futuro/Presente: Arte contemporânea brasileira no acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo

Data: de 22/01 a 28/07/2019
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo
Endereço: Parque Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº — Portões 1 e 3)
Horários: Terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)
Tel. (11) 5085–1300
Preço: R$3.50 a R$7.00 - Entrada gratuita aos sábados

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