Ferrugem

Por Caetano Gabriel Braga

Caetano Braga
Araetá
3 min readSep 3, 2018

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O filme Ferrugem (2018), dirigido por Aly Muritiba, lançado dia 30 de agosto, é dividido em duas partes, na primeira nos é apresentado Tati ( Tifanny Dopke), uma adolescente do ensino médio, que após perder seu celular em uma viagem com a escola, teve um vídeo intimo com seu ex-namorado, vazado na internet, sem seu consentimento; o que gerou um bombardeamento de comentários maldosos em seu ambiente escolar e nas redes sociais, colocando Tati sobre uma enorme pressão, fazendo com que ela tire sua própria vida como tentativa de escapar dessa situação.

Já a segunda parte, aborda Renet (Giovanni de Lorenzi) — menino o qual Tati havia ficado durante a viagem, e responsável pelo vazamento de seu vídeo intimo — levando sua vida carregada por culpa do que havia feito com a menina, e ainda sendo apoiado a fugir da responsabilidade por seu Primo e seu Pai; Porém o encontro com sua Mãe, que até então fora muito evitado por Renet, fez com que o menino assumisse a responsabilidade do que havia feito, se desculpando com a Mãe de Tati e se entregando para a Polícia.

O longa trata de temas atuais e muito importantes, como: A participação das redes sociais em nossas vidas; Os perigos das redes sociais e da tecnologia; Misoginia; Bullying e Suicido entre os jovens. Porém não traz nada de novo durante seus 100 minutos; a primeira parte pode ser vista e compreendida simplesmente ao ver o trailer do filme e a segunda parte se utiliza de cenas que parecem desconexas do filme, sendo possível tira-las sem nenhum comprometimento com a narrativa. Outro problema visto durante o filme foi a falta de proximidade com os personagens, que uma das possíveis causas pode ter sido pela presença de atuações e diálogos engessados, podendo fazer com que o espectador distancie o filme com a realidade vivida.

Quando falamos de Direção de Cena, na decupagem, houve planos abertos muito bem trabalhados, que dentro da narrativa conseguiam comunicar com espectador do que estava se passando naquela cena, porém ao decorrer do longa senti que havia a presença de muitos planos como esses, saturando o filme de planos abertos que não conseguiam sustentar a atenção do espectador, o que me fez sentir falta de movimentos de câmera, disputa pelo quadro durante diálogos e Mise-en-scène.

Tati e Renet juntos durante a viagem com a escola. http://br.web.img3.acsta.net/newsv7/18/08/30/23/42/0600880.jpg

No quesito de Fotografia, percebi inicialmente a presença de uma iluminação similar a que vemos em novelas brasileiras, sendo tudo muito iluminado, possibilitando o desvio de atenção dos espectadores. Porem já na segunda parte, senti em determinados planos o contraste de luz sendo melhor trabalhado, dando maior conflito e dramaticidade a sequencia.

A direção de arte me surpreendeu bastante, principalmente nos figurinos dos personagens e na casa de praia da família de Renet, atuando-se de maneira naturalista, se adequando bem a cada personagem e cena.

Em suma, o filme Ferrugem abordou temas importantes, mas saturados, não conseguindo mostrar nada de novo para seus espectadores e nem trabalha-los com eficácia. Sendo assim um filme que poderia gerar um grande impacto para seu público, porém se contentou a história que todos já sabiam.

Onde: Cinema

Quanto: R$ 28,00 Ingresso

Quando: 30 de Agosto de 2018

Até Quando: Até sair do cinema.

Links:

Trailer Oficial
Caetano Braga

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