FRAUENPOWER

Bianca Argolo
Araetá
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3 min readSep 25, 2017

Bianca Taboada de Teive e Argolo

Devido a falta de espaço para tantas obras de arte na casa de Houssein Jarouche, surge a galeria que leva seu nome. Recém aberta no Jardins, no dia 04 de julho de 2017, no endereço onde antes localizava-se a Galeria Emma Thomas, é a única galeria de pop art do país.

Frauenpower estará na galeria durante dois meses (18/09 à 18/11). É uma expressão alemã para o poder feminino e a exposição exibe 32 obras, divididas em dois andares no espaço de 300m, com curadoria de Paulo Azeco.

Tem forte influência da artista austríaca Kiki Kogelnik, da Pop Art, e procura traçar um percurso de representações visuais da imagem feminina a partir da década de 1960.

CLAUDIA GUIMARÃES, Miss Brasil Transex, 1992. Aproximadamente 30 cm x 50 cm.

O que me chamou atenção nessa exposição foi o modo como as mulheres estão sendo representadas. Em museus que possuem obras antigas, passamos pelos quadros que contém mulheres e presenciamos uma sequência repetitiva — deusas distantes do binômio vida/morte; quadros de cunho religioso, enfim, à depender do arquétipo da época.

Em 2017, tantos anos depois, olhando essas obras, não sinto identificação, e creio que a maioria das mulheres não sentiam na época que as obras foram feitas, afinal, apesar de mudarem constantemente, os padrões de beleza sempre estiveram presentes no ramo das artes.

Em oposição à isso, em Frauenpower o foco é a força da mulher, e atribui questões de gênero e resistência à padrões estéticos, assuntos de constante debate atualmente.

HOUSSEIN JAROUCHE / ABIDIEL VICENTE, Gender II e Gender I, 2017. Aproximadamente 30 cm x 40 cm.

Em Gender, por exemplo, não conseguimos designar o sexo de quem está por trás dos óculos e do capuz. Também passamos pela questão de objetificação do corpo, de maneira bastante explícita, em Tubos #1 e Corpo à venda.

BOB WOLFESON, Serial — Tubos #1 — São Paulo, 1998/2004. Aproximadamente 80 cm x 60 cm.
VANIA TOLEDO, Corpo à venda, 1983. Aproximadamente 46 cm x 34 cm.

Por mais que a exposição tenha muitos artistas homens emergidos em um assunto que diz respeito à mulheres, na minha opinião, foi abordado de forma coerente. É uma exposição média em relação a duração e espaço.

“Por fim, não se trata de uma mostra com cunho feminista, e sim uma celebração da força visual da mulher. Entender o encantamento que fez dessa figuração um dos principais temas de toda a História da Arte, analisando um espectro mais profundo que apenas a beleza do retrato” — Paulo Azeco

Selfie na exposição

Serviço da Exposição:

Onde: Galeria Houssein Jarouche (R. Estados Unidos, 2205)

Quanto: Grátis

Quando: 18/09 à 18/11

Segunda à sexta:10h às 19h Sábado:10h às 17h

Links relacionados: Site da Galeria; Folha.Uol; Das Artes

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Bianca Argolo
Araetá
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Registros desde a minha primeira superação amorosa.