Halloween
Por Achilles Craveiro Neto
Halloween é um filme norte-americano do gênero de terror (subgênero slasher) de baixo orçamento (US$ 10 milhõs) produzido pela Universal Studios. A obra possui 106 minutos de duração, é uma sequência direta de Halloween: A Noite do Terror (1978), e conta com o retorno de Jamie Lee Curtis (Laurie Strode) e Nick Castle (Michael Myers) em seus papéis originais. Foi lançado em 19 de outubro de 2018 nos Estados Unidos e em 25 de outubro de 2018 no Brasil.
O longa segue os acontecimentos do primeiro filme, no qual Michael Myers escapa de seu hospício na noite de Halloween, veste uma máscara, e vai em direção à pequena cidade de Haddonfield para matar sua irmã, Laurie Strode, derramando sangue em seu caminho e fracassando no final. A sequência se passa 40 anos depois e conta a história das feridas geradas no psicológico da protagonista Laurie Strode devido àquela noite de assassinatos. Ela assume uma postura superprotetora em relação a ela e a sua família, pois seu irmão Michael Myers ainda vive e está preso em um hospital psiquiátrico. O conflito começa com a fuga de Myers e se desenvolve com ele perseguindo sua irmã Laurie novamente. A trama gira em torno de Laurie, de sua filha e de sua neta. Vale ressaltar que todos os outros filmes da série foram ignorados, com exceção do primeiro.
Pois bem, a obra agrada os fãs do original, configurando-se como a sequência definitiva da saga, mas não funciona muito bem para aqueles que nunca assistiram ao original de John Carpenter ou que esperam por alguma mudança.
Halloween: A Noite do Terror, de 1978, foi um dos primeiros longas de assassinos em série com elementos sobrenaturais. Depois dele surgiram filmes clássicos do gênero, tais como Sexta-feira 13 (1980), A Hora do Pesadelo (1984), Hellraiser: Renascido do Inferno (1987) e Brinquedo Assassino (1988). Todos esses filmes possuem como característica principal a existência de um vilão quase indestrutível que sai em caça de grupos de jovens em pequenas cidades. Eles receberam até um gênero próprio, cujo nome é slasher. A tensão gerada no espectador aliada a situações ridículas e extremamente clichês geram uma inexplicável diversão. São os famosos “filmes ruins que sabem que são ruins, e por isso são geniais”. Um longa que brinca com isso é Pânico (1996), pois o filme é de terror, mas intencionalmente beira o patético.
Essa pequena ressalva é necessária para explicar os motivos que me levaram a gostar do filme Halloween. Isso porque ela mostra como estamos sempre olhando para o passado (e ultimamente olhamos muito para os anos 80) com nostalgia. É justamente a nostalgia que torna a sequência de John Carpenter palatável. A estética oitentista do filme somada à história mais do que ultrapassada de um assassino mascarado e indestrutível com sede de sangue que persegue suas vítimas em uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos durante a noite de Halloween, acabam por honrar os filmes do gênero de terror slasher. Como já foi dito, o desejo de assistir a esses filmes é inexplicável. Talvez um dos principais motivos seja justamente o alto grau de previsibilidade.
Prova de que o filme se utiliza (e muito) da nostalgia para conquistar os fãs é a utilização da clássica música tema do original composta pelo próprio John Carpenter. Tal música é utilizada em excesso no filme, o que nos remete à experiência de estarmos assistindo a um clássico do slasher dos anos 80 em pleno século XXI. Ademais, a direção e a fotografia, ao mesmo tempo que atualizam suas técnicas, trazem de volta a sensação de estarmos assistindo a um clássico, construindo cenas de tensão nas quais somos colocados no lugar dos personagens. A desumanização de Myers, os seus sumiços repentinos e a sua aparição em jump scares honram o primeiro filme da saga e ajudam na progressão da tensão de forma brilhante.
Ironicamente, são justamente essas características que podem desagradar algumas pessoas. Aqueles que esperam encontrar uma história original com personagens profundos e uma trama complexa vão se decepcionar. Halloween é um filme antigo feito nos dias de hoje de forma proposital (e, convenhamos, com o único propósito de lucrar muito com um baixo orçamento), o que pode gerar uma certa frustração para o indivíduo que espera algo inovador, seja ele um fã do clássico ou um espectador comum.
Diante do exposto, cabe a cada um escolher se vale ou não a pena assistir ao filme. Halloween é mais do mesmo, mas honra os filmes de slasher dos anos 80 como nenhum outro filme do século XXI conseguiu fazer. Até o momento o filme já arrecadou US$ 126,6 milhões nas bilheterias, tornando-se o filme de slasher com a maior bilheteria da história.
Onde: Cinemas Cinemark, Cinépolis, Cinesystem, Espaço Itaú de Cinema, Kinoplex, Playarte, UCI, e em diversos outros cinemas.
Quanto: depende do cinema e da sala. O valor da inteira varia entre R$ 17,00 e R$ 45,00.
Quando: 25 de outubro de 2018.
Até quando: depende do contrato entre a distribuidora e a rede de cinemas, podendo ficar mais tempo em cartaz se a bilheteria for boa. Geralmente um filme fica em cartaz por um mês nos principais cinemas.
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