Halloween

Achilles Craveiro Neto
Araetá
Published in
5 min readOct 29, 2018

Por Achilles Craveiro Neto

Poster do filme “Halloween” (2018)

Halloween é um filme norte-americano do gênero de terror (subgênero slasher) de baixo orçamento (US$ 10 milhõs) produzido pela Universal Studios. A obra possui 106 minutos de duração, é uma sequência direta de Halloween: A Noite do Terror (1978), e conta com o retorno de Jamie Lee Curtis (Laurie Strode) e Nick Castle (Michael Myers) em seus papéis originais. Foi lançado em 19 de outubro de 2018 nos Estados Unidos e em 25 de outubro de 2018 no Brasil.

O longa segue os acontecimentos do primeiro filme, no qual Michael Myers escapa de seu hospício na noite de Halloween, veste uma máscara, e vai em direção à pequena cidade de Haddonfield para matar sua irmã, Laurie Strode, derramando sangue em seu caminho e fracassando no final. A sequência se passa 40 anos depois e conta a história das feridas geradas no psicológico da protagonista Laurie Strode devido àquela noite de assassinatos. Ela assume uma postura superprotetora em relação a ela e a sua família, pois seu irmão Michael Myers ainda vive e está preso em um hospital psiquiátrico. O conflito começa com a fuga de Myers e se desenvolve com ele perseguindo sua irmã Laurie novamente. A trama gira em torno de Laurie, de sua filha e de sua neta. Vale ressaltar que todos os outros filmes da série foram ignorados, com exceção do primeiro.

Pois bem, a obra agrada os fãs do original, configurando-se como a sequência definitiva da saga, mas não funciona muito bem para aqueles que nunca assistiram ao original de John Carpenter ou que esperam por alguma mudança.

Poster do filme “Halloween: A Noite do Terror” (1978)

Halloween: A Noite do Terror, de 1978, foi um dos primeiros longas de assassinos em série com elementos sobrenaturais. Depois dele surgiram filmes clássicos do gênero, tais como Sexta-feira 13 (1980), A Hora do Pesadelo (1984), Hellraiser: Renascido do Inferno (1987) e Brinquedo Assassino (1988). Todos esses filmes possuem como característica principal a existência de um vilão quase indestrutível que sai em caça de grupos de jovens em pequenas cidades. Eles receberam até um gênero próprio, cujo nome é slasher. A tensão gerada no espectador aliada a situações ridículas e extremamente clichês geram uma inexplicável diversão. São os famosos “filmes ruins que sabem que são ruins, e por isso são geniais”. Um longa que brinca com isso é Pânico (1996), pois o filme é de terror, mas intencionalmente beira o patético.

Essa pequena ressalva é necessária para explicar os motivos que me levaram a gostar do filme Halloween. Isso porque ela mostra como estamos sempre olhando para o passado (e ultimamente olhamos muito para os anos 80) com nostalgia. É justamente a nostalgia que torna a sequência de John Carpenter palatável. A estética oitentista do filme somada à história mais do que ultrapassada de um assassino mascarado e indestrutível com sede de sangue que persegue suas vítimas em uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos durante a noite de Halloween, acabam por honrar os filmes do gênero de terror slasher. Como já foi dito, o desejo de assistir a esses filmes é inexplicável. Talvez um dos principais motivos seja justamente o alto grau de previsibilidade.

Prova de que o filme se utiliza (e muito) da nostalgia para conquistar os fãs é a utilização da clássica música tema do original composta pelo próprio John Carpenter. Tal música é utilizada em excesso no filme, o que nos remete à experiência de estarmos assistindo a um clássico do slasher dos anos 80 em pleno século XXI. Ademais, a direção e a fotografia, ao mesmo tempo que atualizam suas técnicas, trazem de volta a sensação de estarmos assistindo a um clássico, construindo cenas de tensão nas quais somos colocados no lugar dos personagens. A desumanização de Myers, os seus sumiços repentinos e a sua aparição em jump scares honram o primeiro filme da saga e ajudam na progressão da tensão de forma brilhante.

Imagem do filme “Halloween” (2018)

Ironicamente, são justamente essas características que podem desagradar algumas pessoas. Aqueles que esperam encontrar uma história original com personagens profundos e uma trama complexa vão se decepcionar. Halloween é um filme antigo feito nos dias de hoje de forma proposital (e, convenhamos, com o único propósito de lucrar muito com um baixo orçamento), o que pode gerar uma certa frustração para o indivíduo que espera algo inovador, seja ele um fã do clássico ou um espectador comum.

Diante do exposto, cabe a cada um escolher se vale ou não a pena assistir ao filme. Halloween é mais do mesmo, mas honra os filmes de slasher dos anos 80 como nenhum outro filme do século XXI conseguiu fazer. Até o momento o filme já arrecadou US$ 126,6 milhões nas bilheterias, tornando-se o filme de slasher com a maior bilheteria da história.

Trailer do filme “Halloween” (2018) — Legendado

Onde: Cinemas Cinemark, Cinépolis, Cinesystem, Espaço Itaú de Cinema, Kinoplex, Playarte, UCI, e em diversos outros cinemas.

Quanto: depende do cinema e da sala. O valor da inteira varia entre R$ 17,00 e R$ 45,00.

Quando: 25 de outubro de 2018.

Até quando: depende do contrato entre a distribuidora e a rede de cinemas, podendo ficar mais tempo em cartaz se a bilheteria for boa. Geralmente um filme fica em cartaz por um mês nos principais cinemas.

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