HOMECOMING: A film by Beyoncé
Um documentário cheio de cultura, ginga, e claro, Beyoncé — Luma Mickely Lima Cesar
O documentário Homecoming: A Film by Beyoncé, que estreou dia 19 de abril de 2019 na Netflix, mostra os dois shows únicos e especiais feitos pela diva em 2018, no festival Coachella. Localizado em Los Angeles, o festival é conhecido como o maior do mundo, e foi escolhido pela mesma, não para fazer apenas um concerto, mas sim um mega show, com direito a trocas de roupas, danças, convidados e duas horas de música. O documentário também conta com momentos de arquivos pessoais, onde a cantora mostra seu lado humano e divide com o público o processo de criação do show, mostrando ensaios, ideias de roupas, e, principalmente, enfatizando o tema principal desse show em específico.
Beyoncé Giselle Knowles é conhecida como um ícone e como uma diva do mundo musical. Depois de se tornar artista solo, a cantora ficou famosa produzindo músicas do gênero pop, ressaltando sempre seu lado feminista, como em “Who Run the World”, “If I Were a Boy” e “Irreplaceable”, atraindo a atenção de todos os públicos musicais e meios de comunicação. Me diz se você, leitor, não conhece pelo menos uma das músicas citadas acima? Exatamente. Conhecida como “Queen Bey”, a artista assegurou que tinha conquistado uma plataforma forte o suficiente para o que estava por vir: produção de músicas que retratam aspectos de sua cultura afro-americana. A partir de 2016, com seu single “Formation”, Bey focou no tema como principal, resultando no revolucionário álbum “Lemonade”. Com isso, surgiu a necessidade de fazer um show para propagar seu álbum e demonstrar a cultura negra, junto com a importância de sua representatividade. Ao invés de fazer um tour mundial, como a grande maioria dos artistas fazem, ela escolheu fazer dois únicos shows, no maior festival do mundo, que foram transmitidos ao vivo no YouTube e, depois disso, compartilhados como um documentário em uma das maiores plataformas de streaming, a Netflix.
Esse documentário conta com diferentes ângulos de filmagem, filtros especiais e uma edição maravilhosa, onde misturam gravações do primeiro e segundo show. Ela mesma diz, em um dos arquivos pessoais apresentados no documentário, que sua vontade é que o show não seja gravado de um jeito normal. Como roteirista, produtora e diretora do documentário, Beyoncé quis que, através dos vídeos, as pessoas sentissem, de suas casas, a energia presente no palco, a força dos dançarinos, a emoção da plateia e o esforço que foi colocado na produção do espetáculo.
Um momento marcante do documentário acontece quando, entre duas músicas, Beyoncé agradece ao público, dizendo, “Obrigada por me deixarem ser a primeira mulher negra como atração principal do Coachella”. Em outro momento, ela agradece a todas as mulheres que abriram portas para que ela pudesse estar onde está, compartilhando sua cultura com o mundo.
Tudo foi calculadamente pensado para expor seu ponto de vista, com o objetivo de representar toda uma cultura. A banda conta com instrumentos como tambores, trompetes, saxofones e trombetas, enquanto dançarinas tem suas vestimentas inspiradas em cheerleaders, sendo que na maioria das vestimentas, inclusive na dela, possui a estampa BΔK (sigla inspirada em nomes de sorority houses, que são casas de estudantes típicas em universidades do país). A intenção disso tudo foi representar as universidades historicamente afro-americanas do país. Inclusive, a maioria dos artistas presentes no palco estudavam, ou tinham algo relacionado as mesmas. Além disso, para reforçar suas ideias, Beyoncé implementou, entre as cenas, frases e áudios de negros famosos e intelectuais, como a de Du Bois.
Education must not simply teach work — it must teach life — W. E. B. Du Bois, Fisk University 1888
Fica clara a intenção de Beyoncé em mostrar que, além de uma voz extraordinária, ela é uma pessoa que tem orgulho da sua cultura. Como espectadora, posso dizer que os objetivos projetados pela mesma foram atingidos com excelência. Eu, pessoalmente, fiquei de queixo caído quando assisti pela primeira, segunda e terceira vez. Sou vítima para falar da Beyoncé, já que sou apaixonada desde pequena. Admito que até lágrimas caíram quando assisti na estreia. Acho incrível ver uma mulher, que tem o poder de propagar mensagens, trazer temas como amor próprio, feminismo e sua própria cultura nas suas composições. E como isso não fosse suficiente, tocá-las em um evento assistido por todos. Acredito que, para os que gostam de música, de cultura e de um baita show, Homecoming seja uma ótima opção para se ocupar na Netflix.
“I’m so lucky and grateful that I’m able to take all these crazy ideas and actually make it into something that heals people; that may spark vision in people, that shows them to dream big, that shows them that they are limitless. It’s possible. If my country ass can do it, they can do it” — Beyoncé
Vai La!
Onde? Netflix.
Quanto? Mensalidade da Netflix custa entre R$ 21,90 a R$ 45,90.
Quando? Qualquer hora, qualquer dia, contanto que você tenha um dispositivo capacitado de utilizar a Netflix.
Saiba Mais!
Alguns links de reportagens que contam mais detalhadamente o processo do documentário: ‘Homecoming’ mostra razões pelas quais Beyoncé é um ícone ; “Homecoming” mostra uma Beyoncé que (quase) ninguém tinha visto até agora ; Billboard analisa lucros de ‘Homecoming’ além do cachê de Beyoncé de até US$ 12 milhões no Coachella ; Beychella: 10 motivos por que Beyoncé fez história no Coachella
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