Tela de título da série

‘Invincible’ — A série animada

É possível perceber a paixão que Kirkman tem pelo gênero de quadrinhos de super-heróis, brincando e inovando em volta desse tema

Luis Eduardo Silva Matias
Published in
4 min readMay 28, 2021

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A série acompanha Mark Grayson (Steven Yeun), um jovem no último ano do ensino médio e filho de um alienígena. Seu pai, Nolan Grayson (J. K. Simmons), é nativo do planeta Viltrum, onde vive uma raça de seres super-poderosos, iguais a humanos normais, porém, capazes de voar, ser super-fortes e super-resistentes, e com esses poderes na Terra, Nolan é o super-herói chamado de Omni-Man. Mark, aos 17 anos, finalmente descobre os poderes herdados do pai, e rapidamente assume sua própria identidade heróica: “Invencível”.

Imagem promocional de Mark como Invencível

A série animada adapta fielmente uma série de quadrinhos de mesmo nome, escrita por Robert Kirkman (escritor de The Walking Dead) de 2003 a 2018. Invincible traz um mundo extremamente reconhecível, com a equipe de super-heróis chamada “Guardiões do Globo” sendo pastiches da famosa Liga da Justiça, o próprio Omni-Man é como uma leitura do icônico Superman, invasões alienígenas, organizações governamentais secretas de alta tecnologia, super-vilões, cientistas malucos, equipes heróicas, ciência estranha e inexplicável e muito mais, todos marcos típicos de universos de quadrinhos tradicionais como Marvel e DC estão presentes no mundo de Invincible. Porém, o diferencial da série quando comparada com tantas outras produções de super-heróis, é sua coragem e originalidade.

É possível perceber a paixão que Kirkman tem pelo gênero de quadrinhos de super-heróis, brincando e inovando em volta desse tema, nos remetendo aquilo tudo que já vimos, mas trazendo reviravoltas e novidades para sempre nos manter atentos e nos questionando o quanto realmente conhecemos esse novo universo. Mark Grayson nos remete a Peter Parker, o Homem-Aranha, com seus problemas de ensino médio, com suas namoradas, amigos e sua família, mas por mais familiar que seja, não é exatamente nada que já vimos antes, remetendo a sensação prazerosa de algo conhecido, mas com a curiosidade de assistir algo novo.

A equipe de super-heróis “Guardiões do Globo” no primeiro episódio da série. Da esquerda para a direita: Aquarus (Ross Marquand), Marciano (Chad L. Coleman), Mulher Marcial (Lauren Cohan), Imortal (Ross Marquand), Asa Negra (Lennie James), Vento Vermelho (Michael Cudlitz) e Vulto Verde (Sonequa Martin-Gree).

Embora animada, a série definitivamente não é infantil, tratando não apenas de temas sérios, mas com um nível de violência acima da média. A série se utiliza de um grau maior de realismo quando se trata da destruição que super-heróis realmente causariam, sendo explícita nos impactos dessas lutas, e nas mortes de civis resultantes. A violência, assim, não se torna gratuita, mas sim servindo o propósito de nos puxar de volta à realidade, e impactar os personagens e o universo ao seu redor.

A série é viva e colorida, mas conseguindo ser séria e madura quando o assunto demanda, e esse equilíbrio é apenas mais um dos fatores que faz com que a animação tenha sido tão bem recebida, já tendo mais duas temporadas confirmadas, embora ainda sem data de estreia. O desenho da série acompanha maravilhosamente os outros aspectos, sendo familiar mas original, e evocando com excelência quadrinhos de super-heróis.

Imagem promocional da série, com Mark e Nolan em suas identidades heróicas

Importante ressaltar que a série diverge do seu material fonte em alguns aspectos importantes, mas que apenas adicionam à história e a experiência da obra. A série aposta em aumentar a diversidade, assim como mudar a ordem de certos eventos para engajar os espectadores desde o começo.

Sendo acessível para fãs da série de quadrinhos original, os fãs de histórias de super-heróis no geral, e até mesmo aqueles não-iniciados nos universos ‘quadrinescos’, Invincible é uma animação de alta qualidade, extremamente engajante e um sopro de ar fresco dentre as produções de super-heróis recentes.

Vai lá!

A série é exclusiva do serviço de streaming da Amazon, Amazon Prime Video (R$9,90/mês), e todos os episódios da primeira temporada já estão disponíveis para serem assistidos na plataforma.

Luis Eduardo Silva Matias

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