Je ne suis pas un homme facile

Enrique Valentino
Araetá
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3 min readApr 23, 2018

Por: Enrique Valentino da Silva — 3AAN20181

O filme Je ne suis pas un homme facile (Não sou um homem fácil) da francesa Éléonore Pourriat estreou dia 13 de abril no serviço de streaming Netflix.

Trata-se de um filme protagonizado por Damien (Vincent Elbaz), um homem de negócios externamente machista. Um dia, ao bater sua cabeça em um poste, Damien se encontra em um mundo invertido no qual os papéis de gênero se trocaram: um mundo matriarcal na qual as mulheres oprimem os homens. Damien, então, tem de se adaptar as exigências de um mundo totalmente diferente do seu.

Protesto masculinista

A maior virtude do filme e a criação do universo matriarcal, que é totalmente crível e cheio de boas ideias. Mulheres jogam esportes, não se depilam, assediam homens na rua, ganham salários maiores, se vestem como querem e fazem xixi de pé. Por outro lado, os homens se depilam, alguns são ativistas

feministas (masculinistas, no caso do filme) e são considerados apenas

pedaços de carne pelas mulheres. Tudo isso mostrado de maneira leve e orgânica, fisgando o telespectador para a história.

Damien (Vincent Elbaz) se depilando

O filme possui uma incerteza sobre o que deseja ser: em certos momentos quer ser um filme de relevância social, em outros, uma comédia leve e também tenta ser um romance. Tais elementos não se conectam de forma orgânica e prejudicam um pouco o potencial e a força do filme.

O desenvolvimento de personagens também deixa um pouco a desejar: Damien e Alexandra (Marie-Sophie Ferdane) possuem um arco, mas mesmo assim, certas decisões dos personagens parecem apressadas ou incoerentes com suas personalidades antes estabelecidas. Pior ainda são os personagens secundários que quase não possuem falas mas que o filme tenta empurrar como personagens relevantes.

Alexandra (Marie-Sophie Ferdane) e Damien (Vincent Elbaz)

O filme acaba em uma nota positiva. O final caminhava para um clichê previsível que, felizmente, não se realizou.

Em suma, trata-se de um filme leve com uma mensagem social importante. As interpretações são funcionais e o roteiro um pouco inconsistente. Não se trata de um filme imperdível mas vale a pena ser visto.

Onde: Netflix

Quanto: Assinaturas mensais disponíveis de R$19,90

Quando: Lançado dia 13/04/2018

Até quando: Data inderteminada

Links relacionados: https://www.youtube.com/watch?v=2bFHdkzqSZA (trailer do filme)

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Críticas de Arte produzidas pelos alunos de Estética, disciplina da professora Edilamar Galvão ministrada no 3º Semestre dos cursos de Cinema, Cinema de Animação, Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Rádio e TV e Relações Públicas da FAAP.