Mas Afinal: Quem Tem Medo de Tamanha Liberdade? — Katia Wille

Manuela Serra
Araetá
Published in
3 min readDec 7, 2017

Por: Manuela Serra

A partir do que foi proposto na atividade de crítica de arte da disciplina de estética, decidi escolher uma exposição que de eu pudesse me relacionar e que tratasse de um tema atual e presente na sociedade

Em 20 obras expostas (entre pinturas, porcelanas e objetos vitrificados) a artista carioca Katia Wille trata nessas obras o conceito da evolução humana pelo viés da figura feminina, levantando questões quanto a adversidade.

A inspiração da artista vem do poder feminino e seus trabalhos demontram e incentivam a voz da mulher e a negação do silenciamento. A necessidade e direito que hoje temos de ser ativas e tomar as rédeas de nossas próprias vidas.

Katia Wille, Sépia, 2017. Acrílica sobre tela, 50 x 50 cm

As obras feitas por Katia derivam de um poema que tem mesmo nome da exposição feito por ela mesma previamente.

Mas afinal:
Quem tem medo de tamanha liberdade?

O corpo cai
Dança para fora de si
As pernas e flores se movem em desalinho
E podem ir em qualquer direção.

Às vezes você imagina como seria cair em outro corpo
Outras se sente autorizada a ser quem realmente é
Não sabe bem se está em uma dança ou uma luta
Mas pode ficar horas dependurada de cabeça para baixo
Entrelaçada numa flor

Suas pétalas são fluidas
Como a água que valsa sobre a tinta
Em meandros
E seu maillot, em constante batalha com seu corpo
Brinca de esconder e revelar
Camada por camada

E de repente, o corpo cai
Se revira em si mesmo
Pernas e flores se libertam em um salto
Agora ela pode ir em qualquer direção

Mas afinal:
Quem tem medo de tamanha liberdade?
Katia Wille

“O poema narra o momento de um corpo feminino em queda livre e todas as sensações de se sentir fora do próprio corpo, fora da sua própria identidade. Apesar de se sentir fascinada pela leveza de estar ao sabor da gravidade, a personagem a personagem se dá conta de que aquela ação pode ser fatal e resolve girar em torno do seu próprio eixo, caindo em pé e assim assumindo o protagonismo da própria existência”, a artista diz em comentário exclusivo à galeria.

Katia Wille, Meandros, 2017. Acrílica sobre tela, 90 x 70 cm

A artista retrata em suas obras todos os tipos de mulheres: gordas, magras, altas, baixas, brancas e negras; assim valorizando a diferença e peculiaridade encontrada em cada uma. Alem disso, ela faz uso de uma variedade de cores tornando as obras agradáveis aos olhos e na minha opinião muito bonitas também.

Onde: Galeria VilaNova (rua domingos leme, 73, Vila nova conceição, sp

Artista: Katia Wille

(nascida no Rio de Janeiro e formada em artes pela faculdade de Amsterdam. Em 2010 ganhou o European Union Visual Arts and Design Awards, em Tokyo)

Curadoria: Bianca Boeckel

Quanto: Entrada gratuita

Período: 30 de Nov. a 20 de Jan. 2018

Horários: Terça-feira a sábado, das 12 às 18

Dimensões: 15 x 10 cm a 90 x 70 cm

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