‘Morte. Morte. Morte’

O chorume letal da geração Z?

Fernanda Giulia
Araetá
3 min readDec 6, 2022

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Por Fernanda Giulia Bulgarelli Santos

Sophie está indo reencontrar seus amigos após uma internação em uma clinica de reabilitação e apresentará sua nova namorada Bee, para o grupo. Os 5 amigos estão reunidos na mansão isolada do pai de David e não ficam nem um pouco felizes com a chegada surpresa de Sophie. Após a chegada das meninas, acontece uma tempestade enorme já prevista pelos jornais ao redor da casa, fazendo com que o grupo de amigos ficassem ilhados na casa. Depois de algumas horas, David é encontrado morto e o principal suspeito é o novo namorado de uma das amigas (Greg). Então uma onda de assassinatos ocorre dentro da casa morrendo um por um e o suspeito sempre mudando.

“Morte.Morte.Morte” teria tudo para ser mais um filme de terror trash meia boca com uma história rasa mas a diretora, Halina Rejin, vai para um lado completamente diferente do que deveria ser o foco do filme. A diretora satiriza os próprios personagens colocando-os como extremos estereótipos da geração Z, tornando o foco principal do filme a relação dos personagens e como eles reagem a um completo massacre com suas personalidades extremamente sensíveis, fúteis, julgadoras, e dramáticas.

Os personagens….?

Ao longo do filme vemos o retrato de como a geração Z reage diante a algumas situações sempre se colocando no foco do problema, tentando parecer o mais “desconstruído” possível. A diretora mostra até mesmo como banalizamos alguns assuntos muito sérios como, transtornos alimentares, relacionamento tóxicos do tanto que colocamos esses assuntos em qualquer diálogo mesmo que não fosse necessário.

Essas discussões entre os personagens que fazem o clima de tensão no ambiente pois depois do primeiro corpo achado as pessoas da casa começam a suspeitar uma da outra e apontar dedos sempre que possível, uma das discussões fervorosas foi com Greg, que era o principal suspeito. Fazendo com que Bee, nossa tímida protagonista, matasse ele afirmando legitima defesa, logo, as suspeitas começam a ficar em cima dela.

Ao decorrer do filme com tantas brigas e intrigas acontecem mais 2 mortes acidentais, sobrando apenas Sophie e Bee, que acham o celular de David e veem em um vídeo do tiktok que, na verdade, David tinha se matado sem querer ao tentar imitar um truque que Greg tinha feito para se gabar para as meninas abrindo um champanhe com um facão. Deixando claro o quão idiota eram todos dentro da casa com discussões fúteis que fizeram uns aos outros se matarem por raiva.

“Morte.morte.morte” é como uma materialização da geração Z da internet, a diretora não deixa passar de que é uma crítica a como agimos dentro da internet e conseguiu exagerar com proeza como seria essa geração fora da internet em um mundo real com problemas reais.

“Morte.Morte.Morte” no Prime Vídeo por 14$ a qualquer hora.

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