Mulheres radicais: arte latino-americana, 1960–1985
Por Yasmyn Rodrigues
A exposição Mulheres radicais na América latina está na pinacoteca em São Paulo, a última parada do tour que percorreu diversos países. O conceito de artista mulher radical em: Uso do corpo feminino para crítica política e social e expressão artística.
A exposição Mulheres radicais na América latina está na pinacoteca em São Paulo, a última parada do tour que percorreu diversos países, sucesso de crítica em sua passagem pelo Hammer Museum de Los Angeles e Brooklyn Museum de Nova York, a mostra reúne cerca de 120 artistas, de 15 países.
O conceito de artista mulher radical em “ O uso do corpo feminino para crítica política e social e expressão artística”, traduz a maneira como nos vestimos, nossos pontos de vista sobre política e como nos comportamos pelo mundo.
É agindo fora das regras autoritárias que a sociedade prescreve que quebramos barreiras. Para alguns, é simples e para outros, a ideia de radicalismo envolve fazer um trabalho que é tão chocante quanto às questões contra as quais se opõem.
Na entrada da exposição, um relato sobre a história de cada país. Choca a constatação escancarada que em toda América latina mulheres adquiriram o direito de voto apenas há 70 anos. O número de mulheres desaparecidas, mortas em consequência das ditaduras é desesperador. No momento atual é importante a reflexão, memória que deve se fazer presente para lembrar o preço da democracia, para que não esqueçamos o preço da conquista por direitos, respeito e espaço.
Uma sala com o poder das palavras, mulheres fortes, apenas as fortes são capazes de ultrapassar os limites, criaram outras maneiras de se expressar, linguagem arte, pura, “ferramentas conceituais para desafiar estereótipos e tabus culturais…” Nesse espaço é possível sentir a linguagem poética, as estratégias que driblam os significados literais são carregadas de sentidos opressores, torturadores e machistas.
Quinze países foram representados na exposição por mais de cem artistas. Vídeos e fotos fazem um encontro entre mulheres incríveis, Lygia Clark, Ana Mendieta e Marta Minujín, e outras não menos importantes.
Obras artísticas feministas e radicais na América Latina e sua influência internacional abordam um espaço histórico de arte no uso do corpo feminino para a crítica política e social e a expressão artística, descobrindo suas sensibilidades ocultas, línguas, e explorações. Ecos de quem somos hoje podem ser encontrados em suas expressões, demonstrando o impacto deste período no nosso mundo contemporâneo.
Chorei, eu e várias outras pessoas que se abalaram e se sensibilizaram pelo inexplicável. É um grito de força e resistência.
Mulheres radicais: arte latino-americana, 1960–1985
Curadoria de Cecilia Fajardo-Hill e Andrea Giunta
Visitação: de 18 de agosto a 19 de novembro de 2018
De quarta a segunda-feira, das 10h00 às 17h30
Pinacoteca: Praça da Luz 2, São Paulo, SP
Ingressos: R$ 6,00 (entrada); R$ 3,00 (meia-entrada para estudantes)
Menores de 10 anos e maiores de 60 são isentos de pagamento.
Aos sábados, a entrada da Pina é gratuita para todos.