“Musicais no Cinema”

por Mirella Carmosino Tozetto

Mirellatozetto
Araetá
Published in
4 min readApr 9, 2020

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A exposição Musicais no Cinema veio pela primeira vez para a América Latina no dia 13 de novembro de 2019 no Museu da Imagem e Som (MIS). Seu lugar de origem é a França, a exposição foi concebida pelo Musée de La Musique, Philharmonie de Paris. A partir de fotografias, vídeos, cartazes, documentos de produção, figurinos e depoimentos gravados exclusivamente para a exposição é traçado o gênero musical no cinema internacional e nacional.

A curadoria brasileira ficou por conta de Duda Leite, graduado em cinema pela FAAP, ele criou espaços e adaptou a exposição para acrescentar conteúdos inéditos baseados na cultura brasileira. O acervo é composto por peças francesas, itens originais do MIS, Cinemateca brasileira, FAAP entre outros.

Área Cine Musical- cena do filme Moulin Rouge

A exibição contava com mais de 200 filmes de diversas partes do mundo, sendo divida em 20 áreas bem organizadas. Algumas de suas áreas eram: Musicais no Cinema com destaque para Singing in the Rain (Cantando na Chuva), um dos maiores clássicos musicais; Ghost Singers no qual o público conhecia as vozes originais de algumas produções como My Fair Lady (Minha Bela Dama), o que é muito interessante pois quando se pensa em musicais as pessoas acreditam que todos os atores sabem cantar sendo que na realidade não é bem assim; Cine Musical em que o público podia assistir cenas icônicas de alguns filmes como Grease, Mamma Mia, Moulin Rouge entre outros. Além disso, também destacaram figuras importantes para esse gênero como Fred Astaire, Julie Andrews e John Travolta.

Na adaptação brasileira como dito anteriormente Duda Leite quis dar um foco maior e destacar alguns movimentos e produções brasileiras, algo de extrema importância principalmente no contexto em que estamos vivendo, no qual a cultura e a arte são extremamente desvalorizados e as produções brasileiras ignoradas. Alguns movimentos que estavam presentes na exposição e que reafirmam a cultura e a arte do Brasil são: Chanchadas que é um subgênero bem característico da produção audiovisual brasileiro; Cinema Novo, o primeiro movimento moderno do cinema nacional no qual teve uma relação próxima com a música; New Wave nos anos 1980 que retratavam a cena do rock brasileiro, com um público alvo mais jovem.

A exposição contou com as histórias e carreiras de grandes ídolos da música brasileira como Carmen Miranda e Roberto Carlos que tiveram áreas exclusivas. O espaço reservado para Carmen Miranda continha trechos dos filmes Entre a Loura e a Morena de 1943 e Uma Noite no Rio de 1941, além de objetos usados nos filmes e itens pessoais da artista. O corredor de Roberto Carlos era recheado de fotos e cenas de filmes do ator. Fora isso não podia deixar de ter algumas cinebiografias de figuras emblemáticas que foram sucessos no cinema nacional como Elis de Hugo Prata lançado em 2016, Tim Maia de 2016 dirigido por Mauro Lima.

Comparação entre o musical “La La Land” e outros filmes deste mesmo gênero

Praticamente todas as informações eram dadas e mostradas por meio de vídeos como por exemplo, uma sala escura onde se mostrava a evolução e o contexto histórico dos musicais, um vídeo comparando o renomado musical La La Land com outros que o inspiraram e até um telão com cenas de músicas de grandes sucessos como Frozen, Os Saltimbancos e Trolls nos fazendo reviver grandes cenas desse gênero.

Todas as áreas eram interativas e era possível fazer uma sessão de fotos com todas as réplicas expostas. Tinha como tirar foto com uma réplica do turbante de Carmen Miranda, subir em uma nuvem e fingir ser a Mary Poppins com seu guarda chuva e sua mala, fazer um vídeo girando no poste de Cantando na Chuva, segurar réplicas da estatueta do Oscar, aprender a sapatear com Claudia Raia e muito mais.

Musicais no Cinema dá destaque para vários filmes, desde os clássicos como Cantando na Chuva (1952), Amor Sublime Amor (1961) e Grease (1978) até os mais recentes como La La Land (2016), Nasce Uma Estrela (2018) e Rocketman (2019). Era uma exposição que te deixava feliz e leve, a única dificuldade era não sair cantando e dançando pelo MIS.

Saiba Mais

Devido a quarentena o MIS está fazendo uma web série derivada da exposição que vai do dia 29 de março até o dia 29 de abril. No link abaixo contém mais informações:

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