‘O Enfermeiro da Noite’

Como o inicialmente tímido e carismático Charles Cullen foi capaz de assassinar mais de trezentas pessoas sem que ninguém desconfiasse por tanto tempo

Victoria Neves
Araetá
3 min readDec 6, 2022

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Por Victoria Neves

Ultimamente está sendo comum produções midiáticas as quais tem a proposta de retratar a vida de criminosos famosos e serial killers que assombraram alguma geração. A problemática que envolve refletir a necessidade de tais produções também está em alta entre os assuntos discutidos pelos telespectadores do gênero.

Com isso, o longa O Enfermeiro da Noite, filme original da plataforma Netflix lançado no início de Setembro de 2022 não foge de ser alvo de tais discussões, uma vez que vai contar a história -ou pelo menos, parte dela- do enfermeiro Charles Cullen. Um homem inicialmente tímido, confiável, prestativo e amoroso mas que foi o responsável por mais de trezentas mortes na década de 1980–1990.

Entretanto, a produção que é adaptação de um livro de mesmo nome, consegue se diferenciar dos demais produtos de mídia que se inspiram na vida de assassinos em série logo no início, quando ao apresentar a história, percebe-se que ela será contada da perspectiva de Amy Loughren, amiga e ex-colega de trabalho de Charles e não a do próprio criminoso.

Dividindo o seu tempo entre a criação de suas filhas e o trabalho como enfermeira, a personagem Amy, interpretada por Jessica Chastain descobre que sofre de uma doença do coração que requer muito repouso e cuidado. Dessa forma, ela passa a conhecer e se aproximar de Charles, até então somente seu colega de trabalho.

A relação entre os dois se torna cada vez mais necessária, ao passo que Charlie -como Amy o chama- se torna crucial para a rotina e bem-estar de Amy.

Contando com planos mais fechados, acinzentados e escuros; o crescimento da intensidade da amizade entre eles intercalado da quantidade de mortes que estão ocorrendo no hospital trazem uma sensação claustrofóbica e angustiante a quem está assistindo; principalmente se relacionada ao que pode ser considerada uma das melhores atuações de Eddie Redmayne. Em diversos momentos do filme a câmera se foca no rosto de Charlie e na forma com que ele encara os pacientes, transmitindo medo e tensão. O diretor é capaz de fazer com que, independente de ser contada pela visão de Amy, a história seja capaz de transportar peso tanto para o personagem da enfermeira, quanto para Charles.

A escolha de retratar a perspectiva de Amy veio do próprio diretor, Tobias Lindholm, que achou que seria interessante apresentar também a história da enfermeira, visto que mesmo diante de diversas dificuldades que estava enfrentando em sua vida pessoal, ela ainda teve determinação para ajudar a polícia em suas investigações para encarcerar uma pessoa que havia sido muito especial e a ajudado muito.

O filme, baseado em fatos reais, é diferente da maioria das produções que retratam a vida de assassinos em série e Charles Cullen também se difere dos demais serial killers os quais se costuma ouvir falar, uma vez que suas vítimas não foram violentadas em vida, ou morreram de formas violentas e sangrentas. Contudo, o longa é capaz de fazer qualquer um que o assista roer as unhas de tensão e se encolher no sofá amedrontado.

Para mais informações:

ONDE ASSISTIR? Netflix.

QUANTO CUSTA? Para assinar a Netflix em seu plano mais básico o preço é 18,90 por mês.

EM QUE MOMENTO? A qualquer momento (que esteja preparado para assistir à um suspense capaz de aguçar o seu nervosismo).

Confira o trailer no link abaixo!

Victoria Neves. Turma GCE

Victoria Neves. Turma GCE

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Críticas de Arte produzidas pelos alunos de Estética, disciplina da professora Edilamar Galvão ministrada no 3º Semestre dos cursos de Cinema, Cinema de Animação, Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Rádio e TV e Relações Públicas da FAAP.

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