O MENINO QUE DESCOBRIU O VENTO

Por Lucas de Barros Candal

Published in

Araetá

3 min readMar 31, 2019

O Menino Que Descobriu o Vento (The Boy Who Harnessed the Wind, em inglês) é um longa-metragem baseado em um livro que trata de uma história real. O drama britânico produzido por grandes companhias como a BBC Films e distribuído pela Netflix foi lançado em 25 de janeiro de 2019, e conta a história de um garoto do Maláui, na África, e a luta para ajudar aqueles que ama frente à seca que assolou o país em 2001.

Com seu vilarejo e principalmente sua família em meio ao caos, a personagem principal William desperta a admiração do espectador logo nos primeiros minutos do filme. Sua sede por conhecimento faz com que supere diversos obstáculos e atinja objetivos vistos pelas pessoas ao seu redor como improváveis, e com muita determinação o menino constrói um moinho de vento que permite a captação de água em sua aldeia. Dessa forma, sua família pode cultivar a terra mesmo em tempos de seca, e assim vencer a fome — tudo isso graças à uma criança que não aceita “não” como resposta, e sabe que o conhecimento é a chave para tudo.

Vejo este filme como uma oportunidade para nos fazer pensar — com inúmeras questões abordadas, como a estrutura familiar e a importância da educação. Num mundo onde nos preocupamos tanto com coisas materiais e futilidades, ver uma história de superação na qual uma criança vai além de quaisquer expectativas e, principalmente, luta tanto por algo que para muitas pessoas é básico, como ter água e comida em casa, realmente nos faz refletir acerca do que de fato é digno de nossa preocupação e valor; ainda mais ao considerar que tudo é baseado numa história real, o que particularmente causa em mim um impacto muito maior.

William quando estava prestes a iniciar seu projeto. Fonte: Netflix

Cabe ressaltar que o enredo é muito bem estruturado de modo que expõe o ponto central do filme, que é a inovação e superação na vida de William e de sua aldeia, e também envolve o expectador com os demais temas previamente citados (família, por exemplo). Com isso, o filme surte um efeito tanto documentarista quanto de entretenimento, e se mostra de fato uma produção diferenciada.

Por trás da direção está um dos atores do mesmo: o premiado Chiwetel Ejiofor, que provou sua vocação ao estrelar e, pela primeira vez, dirigir um longa-metragem. Apesar de não ter grandes efeitos, a direção de arte também foi muito bem executada ao retratar a cultura africana em seus aspectos mais diversificados. Por fim, a impressão que fica é de um filme feito para nos emocionar e, mais ainda, nos inspirar. E com certeza inspirou.