O novo sucesso da netflix: ‘Heartstopper’

Um ‘heartwarmer’ para todos que não dispensam um romance

Ana Luiza Margotto Weigt
Araetá
3 min readMay 11, 2022

--

A série Heartstopper (2022) é uma produção original Netflix baseada nos quadrinhos de sucesso de Alice Oseman. O romance “coming of age” conta a história de dois estudantes de uma escola só de garotos, Charlie Spring e Nick Nelson, que descobrem que seus sentimentos um pelo outro ultrapassam a amizade. Eles têm que enfrentar os dramas escolares e amorosos além de encarar o preconceito de seus colegas. Enquanto Charlie já tem sua sexualidade assumida e sofreu bullying por conta disso no ano anterior, Nick é um popular jogador de rugby que, para todos, é hetero. Charlie inicia a narrativa com um namorado secreto, Ben, que na frente de seus colegas zoa Charlie, em nenhum momento assumindo o relacionamento. Quando a amizade de Nick e Charlie se desenvolve, Nick ajuda-o a sair desse relacionamento. Passado um tempo, um romance entre eles floresce. A história também acompanha os amigos de Charlie e Nick — Tao, Elle, Tara, Darcy e Isaac — que passam pelos seus próprios dilemas da adolescência.

A série britânica, lançada na plataforma de streaming em abril de 2022, opta por um tom leve e romântico ao invés de um drama pesado, muitas vezes o escolhido para romances LGBTQ+. Os atores jovens que não são figuras tão conhecidas trazem um ar naturalista à obra, Joe Locke (Charlie) e Kit Connor (Nick) capturam os personagens com sensibilidade e profundidade. Outro aspecto digno de destaque são as animações ilustradas, remetendo aos desenhos dos quadrinhos, que aparecem principalmente quando as emoções dos personagens afloram. Um exemplo é quando a mão de Nick e Charlie quase se tocam, raios de cartoon surgem entre eles.

Nick e Charlie com o céu ao fundo e ilustrações de folhas coloridas

A série foi uma sensação em diversos países principalmente entre os jovens e viralizou em várias redes sociais como o twitter. O que a torna um sucesso é sua simplicidade e veracidade nas emoções, e principalmente a leveza com que trata assuntos sérios que precisam de discussão. O tom delicado e doce da série não quer dizer que haja floreios. Além do relacionamento dos protagonistas e o bullying sofrido por Charlie, a série retrata a questão transsexual, relacionamentos abusivos e homofobia.

Apesar de abrigar alguns clichês, Heartstopper não se resume a isso. Os oito episódios da série conseguem apresentar a maturidade dos personagens através de representações que condizem com suas idades (por volta dos 14 e 15 anos). Com uma carga emocional ideal, mostra que as barreiras, apesar de existirem, podem ser superadas e no final o amor pode vencer. Mesmo com o foco em um casal LGBTQ+, a identificação com os sentimentos e libertação de estigmas tem um caráter universal.

Heartstopper é um respiro e um abraço quentinho para o espectador, em meio a tantas obras de representação LGBTQ+ na mídia focadas no trauma e na tragédia.

Darcy, Tara, Charlie, Nick,Tao e Elle no sexto episódio de “Heartstopper”.
Charlie e Nick na neve com cartoons de flocos de neve

ASSISTA JÁ!

Onde? Netflix,

Quanto? Os preços variam de acordo com o plano (Básico, Padrão e Premium), que vão de R$25,90/mês a R$55,90/mês.

Quando? Em qualquer horário, dia e lugar que houver acesso ao streaming.

SAIBA MAIS!

Assista o trailer oficial de “Heartstopper”

Os atores de Nick e Charlie respondem perguntas de fãs

Ana Luiza Margotto Weigt, autora da crítica

--

--