‘O Paraíso e a Serpente’
A minissérie, com 08 episódios, é baseada em fatos reais no início dos anos 70 em Bangkok
Maria Eduarda de Gênova Aquino Coelho
O Paraíso e a Serpente é uma minissérie com 08 episódios baseada em fatos reais no início dos anos 70 em Bangkok. Charles Sobhraj é um assassino que atacou viajantes que exploravam a trilha Hippie do Sudeste Asiático. Sobhraj usava táticas para manipular todos, inclusive a sua namorada, a canadense Marie-Andrée Leclerc, que se tornou sua cúmplice.
Sobhraj fingia ser um vendedor e comprador de joias e pedras preciosas em alguns países da Ásia como na Tailândia e na Índia. O mesmo criou uma personalidade, estava sempre com bom visual e fingia ser uma pessoa carismática, solícita, muitas vezes oferecendo carona, comida e moradia para conquistar o seu alvo: jovens hippies viajantes.
Após conquistar os hippies, Sobhraj e seus cúmplices (Marie e Ajay) envenenavam e ofereciam um suposto remédio para se sentirem melhor. Esse medicamento tinha efeito de crises estomacais e intestinais, que deixavam as vítimas delirantes, podendo assim roubar dinheiro, seus pertences valiosos (joias, relógios…) muitas vezes, a dosagem desse remédio era tão alta, que as vítimas acabavam morrendo.
Charles também roubava os documentos das vítimas e trocava as fotos para viajar pros outros países enganando assim as autoridades, pois ele já estava sendo caçado por um diplomata que holandês (Herman Knippenberg) que detectou sumiço de seus conterrâneos, e se dedicou a caçar o mesmo a vida inteira, muitas vezes sem autorização de seus superiores, já que eles não se interessavam muito com isso).
Sobhraj de fato era um “bom criminoso”, elaborava os roubos, as fugas, os assassinatos de maneira tão bem planejada, que quase não deixava rastros, sendo quase impossível de ser pego pelas autoridades. Mas há um porém, ele tinha um ego tão elevado que resultava em uma necessidade constante de ser poderoso e conseguir fugir, não ser pego, ou seja a capacidade da fuga dele, aumentava cada vez mais seu narcisismo. Devido a isso, ele se entregou quando tirou uma foto no país que estava sabendo que a imprensa iria espalhar nos jornais, para ele sentir o prazer de fuga e foi quando ele não teve mais saída, e por fim foi pego pelas autoridades.
A minissérie vai e volta no passado diversas vezes, nos mostrando os motivos pelos quais “justificariam” que Sobrahj fosse um assassino, pois ele sofreu preconceito pelo fato de seus pais possuírem diferentes etnias. Também podemos notar a mistura de idiomas, tailandês, francês, inglês, deixando a história ainda mais próxima da realidade. A série faz uma homenagem às vítimas de Sobhraj, e por isso não usa os nomes verdadeiros das mesmas, e sim fictícios.
Indico a minissérie para todos, ela em geral é muito bem estruturada, roteirizada e interessante, apesar de não conhecer a história verídica antes, ela me prendeu muito. Teve momentos que me trouxeram muita agonia do jeito sínico e cruel que ele conquistava os hippies, mas ao mesmo tempo eu não queria parar de assistir pois ficava empolgada para que os crimes fossem resolvidos e criava expectativa para que ele fosse pego pela polícia.
A estética da minissérie, as paisagens, a arquitetura, nos faz sentir vivendo literalmente nos anos 70. Eu que sempre fui curiosa e quis viver nessa época tive um gostinho de sentir e viver um pouco mais esse movimento hippie, em que os jovens deixavam tudo de lado e queriam viver como se não houvesse o amanhã.
ONDE: Assisti a minissérie na Plataforma Netflix.
QUANTO: Planos Netflix : Básico R$ 21,90; Padrão R$32,90; Premium R$ 45,90.
QUANDO: Assisti em apenas 02 dias os 08 episódios na Netflix,( dia 07 e 08 de maio). A Minissérie está disponível desde abril de 2021.
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