O que faz você se sentir vivo?

‘I Just Turned 20 and I Feel Alive’, curta-metragem da artista Natalie Lynn, aborda o medo da morte

Franco Madeira Mascarenhas
Araetá
3 min readDec 3, 2022

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Por Franco Madeira Mascarenhas

“I Just Turned 20 and I Feel Alive” é um curta-metragem que estreou no youtube em setembro de 2022. O curta tem um formato próximo a de um documentário, a diretora, narradora e personagem do curta, Natalie Lynn, conta no início do filme que ela tem que se acostumar com o fato de que as pessoas que ela conhece vão morrer. Explica como a morte é algo que a deixa muito aflita e ansiosa. Então, para desafiar esse medo da morte, a garota decidiu ir até a segunda ponte ferroviária mais alta dos Estados Unidos, Vance Creek Bridge. O filme conta sobre esse sentimento de querer se sentir vivo, entender as situações onde ele aparece. A garota explica sobre diversas situações que fazem ela vencer o próprio medo da morte e como esses momentos são tão especiais justamente por causa da existência do exício.

Ponte Ferroviária Vance Creek Bridge

Normalmente, filmes sobre a morte envolvem ela na própria trama, dessa forma o espectador sente a dor das personagens das obras e tende a ter empatia pela situação. O que faz a pessoa refletir sobre momentos especiais e o fim inevitável que é a morte. Já o curta trata isso de maneira muito original, a autora decidiu fazer uma obra inteira sobre isso, o que coloca o observador em uma conversa sobre esse tema complexo. Natalie Lynn mostra para quem assiste imagens e situações que não só trazem empatia pela situação, mas também porque qualquer pessoa pode se identificar com aquilo. Por exemplo, as imagens de brincadeiras da infância da autora que qualquer um pode se imaginar brincando e se divertindo igualmente àquelas imagens. Para comprovar o ponto de que as pessoas se sentiam mais vivas quando crianças por não levar a vida sério, ela mostra para que o espectador tenha mais proximidade com a ideia dela.

Natalie Lynn brincando com suas amigas quando era criança

Porém, existe algo mais interessante sobre esse curta. Com essas inúmeras situações colocadas na frente do espectador, além de simpatizar com elas por se imaginar ali, também faz o observador se questionar sobre a sua própria vida e se ele realmente está aproveitando seus momentos. Para fazer isso, a autora mostra imagens diferentes da realidade comum das pessoas, imagens de viagens que só ela fez e isso traz essa indagações sobre a própria vida. Mais importante, traz uma das grandes questões da vida de cada um: “O que faz eu me sentir vivo?”.

Uma das viagens de Natalie

O interessante é que o curta não te dá essa resposta, o filme deixa o questionamento cravado na sua cabeça. Isso torna esse vídeo tão impactante e tão original, porque muito mais do que ser uma conversa, é uma conversa que forma uma indagação na sua cabeça que só será possível responder ao longo de sua própria vida.

Veja o filme:

Eu, Franco Madeira Mascarenhas

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Críticas de Arte produzidas pelos alunos de Estética, disciplina da professora Edilamar Galvão ministrada no 3º Semestre dos cursos de Cinema, Cinema de Animação, Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Rádio e TV e Relações Públicas da FAAP.