“Somos Tão Jovens”: Uma Peça Sobre a Juventude
Por Giu Nascimento
Em anos anteriores, o Grupo de Teatro Arquidiocesano (GTA) trouxe peças como: “O Mambembe”, “West Side Story”, “Vestido de Noiva”, “Bailei na Curva” e “O Bem Amado”. Este ano, eles estreiam a sua mais nova produção, escrita e produzida por eles, a peça “Somos Tão Jovens”.
O GTA é um grupo de teatro amador, composto por alunos do Ensino Médio do Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo, que tive o prazer de participar durante os meus anos na escola.
As peças do grupo sempre surpreendem, seja pela produção, muito acima de produções teatrais escolares comuns, seja pela qualidade da peça em si. Esta peça não é diferente.
Eu tive o prazer de acompanhar alguns dos ensaios e uma das apresentações do mês de outubro e garanto que tanto a peça, quanto a atuação dos atores não decepcionam.
“Somos Tão Jovens”, de direção de Marlene França, conta a história de três deusas do destino, enquanto elas tentam descobrir o porquê de as fitas dos destinos dos jovens estarem perdendo suas cores, se tornando pretas.
Enquanto acompanhamos os jovens em questão, e suas tramas e intrigas no Colégio Hélio, a peça é constantemente interrompida por atores que interpretam os avós dos alunos.
Quando se trata de iluminação e luz, estas casam muito bem com as duas atmosferas da peça: a mística, no reino das deusas do destino, e a mais realista, no Colégio Hélio. Sendo que a iluminação da peça é de Thais Cristina dos Santos.
Estes dois elementos fazem com que a plateia seja levada para a atmosfera da peça, em ambos os ambientes. Mas, vale lembrar que, essa atmosfera também teve grande ajuda do lindo trabalho de figurino e cenário do grupo, em especial da parte mística da peça.
Ao ver a peça em seu resultado final, eu me emocionei, não só pois os alunos formandos desse ano foram aqueles que estavam entrando no grupo quando eu estava me formando. Mas além disso, a peça me emocionou, pois aconteceu identificação com diversas situações que vivenciei no Ensino Médio e continuo vendo amigos e conhecidos vivenciarem.
A peça também me fez rir com referências à “Meninas Malvadas” e os icônicos personagens dos avós, contudo sem perder a sua crítica à todo o nosso sistema educacional que coloca o vestibular e as carreiras consideradas como “certas” à cima de qualquer necessidade do aluno.
Em suma, é uma peça que eu recomendaria não somente para os jovens, mas também para aqueles envolvidos em sua formação, já que esta é uma peça que além de te fazer refletir sobre a juventude dos dias de hoje e sobre as relações dos jovens com figuras de autoridade, encanta com seus cenários e personagens mitológicos e faz rir em suas cenas no colégio.
Ficha Técnica:
Autoria: Grupo de Teatro Arquidiocesano
Direção: Marlene França
Duração: Aprox. 1h30
Classificação: 14 anos
Onde: Teatro Armando Bógus (Colégio Marista Arquidiocesano, Rua Domingos de Morais 2565, Vila Mariana)
Quanto: Entrada gratuita (Ingresso na secretaria do Núcleo de Atividades Complementares, dentro do Colégio Marista Arquidiocesano, no mesmo endereço do teatro)
Quando: Quarta a Sexta (19h45) e Sábado (16h)
Até: 01/12
Instagram: @teatroarqui