Que horas ela volta?
por Letícia de Freitas Arcari
Lançado em 2015, no famoso festival “Sundance Film Festival” a obra “Que Horas ela Volta?”, é um dos grandes sucessos do audiovisual brasileiro. Dirigido por Anna Muylaert, o filme conta a história de Val, uma paraibana que se muda para São Paulo, para tentar proporcionar uma vida melhor para sua filha.
Interpretada por Regina Casé, Val é uma empregada de uma família de classe média alta, que mora no bairro do Morumbi em São Paulo. Vivendo no trabalho a mais de dez anos, Val é considerada pelos patrões como “parte da família”, e é uma das grandes responsáveis pelos cuidados de Fabinho, filho dos patrões, enquanto ele é ainda uma criança. Apesar da suposta intimidade, Val ainda dorme no quarto de empregadas da casa, se alimenta de comidas diferentes e come na cozinha enquanto serve Jose Carlos, Bárbara e Fabinho na sala de jantar. Porém, toda dinâmica muda com o chegada da filha de Val, Jéssica.
Procurando prestar vestibular em São Paulo, Jéssica decide deixar sua vida em Recife para tentar a sorte na Universidade de São Paulo, e, ao chegar na cidade vai morar com sua mãe e, consequentemente, com os patrões dela, o que acaba abalando toda a estrutura da convivência entre a empregada seus patrões.
Ao longo do filme, o espectador é levando a perceber toda problemática da situação, assim que Bárbara, patroa de Val, começa a se irritar profundamente com a presença de Jéssica, que, diferente da mãe, não enxerga o motivo de existirem marcas de sorvetes diferentes para os duas tomarem, ou porque, em mais de uma década de serviço, Val nunca teve a oportunidade de nadar da piscina. A partir destas situações, é possível identificar como o roteiro buscar denunciar essa visão que grande parte da classe média tem sobre seus funcionários, principalmente as domesticas, que, apesar de morarem na mesma casa, vivem em mundos completamente diferentes.
Apresentados no decorrer da obra, pequenos detalhes vão construindo a narrativa de Val, até o momento em que ela se da conta da sua família de verdade, e não quem ela acreditava ser. Imersa nas necessidades de “Dona Bárbara”, Val encontra em Jéssica o esclarecimento sobre quem ela é de verdade, e o que ela veio fazer em São Paulo em primeiro lugar.
Contando com uma grande atuação de Regina Case, o filme chegou a ser escolhido pelo ministério da cultura brasileiro para representar o pais na 16° edição do Oscar, e, apesar de não indicado em nenhuma categoria, acabou entrando para a lista dos “5 melhores filmes estrangeiros do ano”, pela organização norte-americana National Board of Review. Além disso, a obra e seus atores foram os grandes ganhadores do “Grande Prêmio de Cinema Brasileiro”, premiação que buscar consagrar as melhores obras e os melhores profissionais do audiovisual brasileiro.
Apesar de ser um filme que já completa seus cinco anos de existência, a obra ainda tem um enredo completamente atual e verídico, e, apesar de se passar na capital paulista, a obra se encaixa em diversas outras regiões brasileiras. Como telespectadora que habita na classe média brasileira, a obra faz repensar diversas atitudes e pensamentos, tantos meus como das pessoas ao meu redor, em relação ao trabalho e a responsabilidade de se empregar uma doméstica, e o que isso significa.
Onde?
Telecine Play
GloboPlay
NowOnline
Quanto?
No Telecine Play, o preço para não assinantes do pacote de televisão é R$37,90 mensais.
GloboPlay os pacotes variam de R$19,90 a R$22,90
No NowOnline, Cliente Claro ou NET tem acesso gratuito, para os demais os planos custam a partir de R$49,99 mensais
Quando?
24hrs em todas as plataformas.
Alguns links sobre o filme!
Yours Truly,
Letícia de Freitas Arcari
