‘Rebecca’ (2020)— A Mulher Inesquecível

O novo filme de Ben Wheatley está muito distante do poder do clássico de Hitchcock (1940)

Marcelo Morganti
Araetá
3 min readDec 7, 2020

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Por Marcelo Morganti

Pôster do novo filme.

Saiu no dia 16 de outubro pela Netflix uma nova adaptação de Rebecca, romance escrito por Daphne du Maurier que, em sua versão clássica — lançada em 1940 e dirigida por Alfred Hitchcock — , se tornou um clássico do cinema e o único filme do diretor inglês a ganhar um Oscar de Melhor Filme. A ideia de contar novamente uma história que já existe em uma versão tão marcante criará, obviamente, comparações entre ambas. Nesse caso, infelizmente, o novo filme de Ben Wheatley está muito distante do poder da obra de Hitchcock.

No trama, uma mulher não nomeada (Lily James) se apaixona pelo milionário Maxim de Winter (Armie Hammer) enquanto trabalha para uma rica americana. Os dois se casam e vão viver na mansão Manderey, onde a nova moradora deve conviver com as memória de Rebecca, esposa de Maxim falecida pouco antes e com o desprezo da governanta, Mrs. Denver (Kristin Scott Thomas).

Os protagonistas de Rebecca.

De certa forma, eu admiro a coragem de Wheatley para refazer um filme de Hitchcock, um dos maiores diretores do cinema, se não o maior. E o diretor pelo menos tenta se distanciar da versão de 1940 ao dar mais destaque ao romance do que ao suspense, sabendo que não conseguiria vencer Hitchcock no seu próprio jogo. Por isso, a obra da Netflix não está tão interessada em criar a atmosfera opressiva pela lembrança incessante de Rebecca, como no filme de Hitchcock e mais na devoção e amor da protagonista para o seu marido. Contudo, mesmo o romance se perde pelas atuações fracas dos protagonistas extremamente mecânicos, e mesmo Thomas parece desperdiçada, já que sua personagem perde muito da força aterrorizante.

A segunda Sra. de Winter com Mrs. Denvers não tão assustadora…

Claramente Rebecca não foi um filme feito de qualquer jeito, em uma linha de produção muito comum no que se vê em outros filmes do serviço de streaming. Pelo menos, há um certo cuidado com o que está sendo apresentado, uma tentativa de produzir algo bom; o problema é que, ainda que o filme não seja um completo desastre, ele é extremamente inofensivo, daqueles que não apresentam uma imagem, cena ou diálogo memorável, um filme que será esquecido em pouquíssimo tempo, sem nem gerar a curiosidade que outras obras fracas recentes da empresa geraram, como Os 7 de Chicago. É mais um título que vai se juntar à pilha de filmes da Netflix na sua busca por se especializar em todo o conteúdo atual.

VÁ LÁ!

Onde? Na Netflix.

Quanto? Entre R$21,90 e R$45,90.

Quando? A qualquer hora.

Saiba mais!

Versão de 1940, legendada e de graça no YouTube — e em ótima qualidade!:

Eu

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