Série — The Good Place
Por Brenda Krishna dos Santos Rodrigues
A série lançada e exibida pela NBC e exibida simultânea e semanalmente pela Netflix acompanha a história de Eleanor Shellstrop que depois de morrer é enviada ao “Lugar Bom” e recebida por Michael, o arquiteto dessa espécie de vilarejo, que a apresenta como sendo um tipo de paraíso para onde são enviadas as melhores pessoas da Terra, sendo cada pedaço desse lugar adaptado para fazer feliz essas pessoas, desde as casas e restaurantes até seus pares românticos. A protagonista tem como “alma gêmea” um professor de filosofia e ética, Chidi, e tudo parece ótimo até ela revelar que deve ter sido confundida e não era pra estar ali, uma vez que em vida foi uma pessoa má. Ela pede para que Chidi a ajude a se tornar uma pessoa melhor, ao longo da série, e ele vai se confrontando com dilemas éticos como mentir a Michael, o responsável pelo Lugar Bom de que Eleanor é uma boa pessoa e etc.
Ao decorrer da série vamos nos deparando com diversos conceitos filosóficos que fazem muito sentido ao nosso contexto de sociedade atual, e foi isso que me chamou atenção e me prendeu a série.
Em certo momento da série, a protagonista revela ao “arquiteto” que esperava que sua mudança moral trouxesse coisas positivas. Por ser uma pessoa boa, ela acredita que merecia algo bom em troca.
Essa questão de recompensa moral, de realizar ações em troca de uma espécie de prêmio me fez refletir muito sobre a minha criação religiosa na igreja evangélica, onde fui ensinada sobre não fazer determinadas coisas para que eu garanta meu lugar no céu.
“Se todo esforço não é recompensado, por que devemos nos esforçar?” A resposta da série é que as pessoas não devem realizar suas ações apenas visando a recompensas, sejam morais ou materiais.
Uma das questões que me chamou atenção também, é quando os personagens descobrem que há centenas de anos não entra uma pessoa da terra no lugar bom e então questionam se os demônios do lugar ruim não estão fraudando o sistema de pontuação, mas percebem então que na realidade não há nenhuma fraude, apenas as escolhas da humanidade se tornaram tão complicadas que até mesmo a simples ação de comprar um tomate, por exemplo, pode levar uma pessoa ao inferno, uma vez que esse determinado tomate vendido no mercado pode ter sido produzido por mão de obra escrava.
De maneira geral, a série a principio parece só mais um sitcom, extremamente divertida e leve de se acompanhar, mas traz essas reflexões e muitas citações filosóficas de Kant por exemplo, o que a diferencia muito das séries de comédia oferecidas atualmente, pois é recheada de um humor inteligente e sagaz.
Onde encontrar: na streaming Netflix
Quanto: a Netflix disponibiliza diversos planos ao seus assinantes, sendo os planos Básico (R$21,90), Full HD (R$32,90) e Completo (R$45,90).
Quando e até quando: a série está atualmente na quarta temporada, disponível no catálogo da Netflix e tem previsão para ser lançado o episódio final em janeiro de 2020.
Trailer da primeira temporada:
