The Big Bang Theory — A evolução de Sheldon Cooper.

por Carolina Fung C. B. dos Santos

Carolina Fung
Araetá
5 min readNov 3, 2019

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Imagem promocional da série “The Big Bang Theory” | Fonte: CBS

A série “The Big Bang Theory” foi sucesso mundial desde a sua estréia em 2007. Tudo teve início com a história de 4 amigos cientistas que conhecem Penny, a vizinha de Sheldon e Leonard, que sonha em ser atriz e é garçonete na Cheesecake Factory. Ao longo de suas 12 temporadas, muitos personagens foram acrescentados ao elenco principal e muitas histórias evoluíram para lugares que ninguém nunca imaginaria na primeira temporada, mas sem perder a essência do enredo.

O timing de comédia vem da caricatura feita em cima da figura estereotipada dos nerds, homens de 30 anos ou mais que eram crianças-gênio e amam cultura pop. Leonard, Howard, Raj e Sheldon seguem esse estereótipo à risca, cada um com a sua particularidade, e ao lado de Penny, que é a quebra do estereótipo — é quem olha de fora — a comédia se constrói perfeitamente. Em temporadas posteriores também conhecemos Bernadette e Amy, cientistas que se juntam ao grupo e trazem mais poder feminino para a série, pois as mulheres eram representadas apenas por Penny, que não é inteligente.

A minha paixão pela série foi instantânea, a ponto de assistir 7 temporadas no curto período de 2 meses, e como uma nerd de carteirinha, me encontrei em alguns aspectos apresentados pelo enredo. Como qualquer série, precisa haver um equilíbrio para que dure mais de 10 anos no ar, e para mim “The Big Bang Theory” tem um equilíbrio cômico e de roteiro quase tão perfeitos quanto o de “Friends” (1994–2004). É uma série que tem cheiro de casa e de conforto, tem gosto de pipoca e chocolate e tem cara de maratona no sofá aos fins de semana. Foi uma história que surgiu em um momento que eu precisava muito e minha companhia por um bom tempo foram seus personagens.

Em 2019, após 279 episódios e 12 anos no ar, a série chegou ao seu fim. Depois da difícil decisão de Jim Parsons, intérprete de Sheldon Cooper, de que estava na hora de se despedir do seu personagem, a emissora CBS anunciou a última temporada da tão amada sitcom, que ao longo de sua história conquistou o público e a crítica, e ganhou mais de 30 prêmios.

Nesse texto focarei na evolução do personagem de Parsons, que chegou na última temporada com uma curva de evolução de personagem impressionante, e que se destaca entre os outros personagens da série. Na primeira temporada, Sheldon Cooper é apresentado como uma pessoa que foge de qualquer normalidade. O cientista se formou no colegial aos 11 anos, obteve seu primeiro doutorado aos 16 e tenta seguir uma vida estóica como Spock, de “Star Trek”, vive. Com o seu humor extremamente estranho e sua dificuldade para entender sarcasmo e piadas, Sheldon logo conquistou o público e se tornou símbolo da série. Além disso, Sheldon tem repulsa a qualquer tipo de contato humano e sofre de TOC. A expressão mais conhecida da série é uma palavra dita pelo personagem quando faz uma pegadinha: Bazinga.

Na terceira temporada, para irritar Sheldon, seus amigos o inscrevem em um site de relacionamento e encontram a mulher perfeita para o físico: Amy Farrah Fowler. A personagem, interpretada por Mayim Bialik, é apresentada aos espectadores como a versão feminina de Sheldon, mas logo se mostra muito mais humanizada que ele. Amy não esconde suas necessidades, desejos e seus sentimentos e é completamente apaixonada por Sheldon, que vem a ser seu namorado no final da temporada.

Imagem promocional do episódio 24 da décima primeira temporada | Fonte: CBS

Chegamos à temporada final com Sheldon casado com Amy e, para a surpresa dos espectadores, o homem, que antes nem segurava as mãos dela, agora tem uma vida quase normal ao lado de sua esposa e de seus amigos. O personagem de Jim Parsons, evolui suavemente de uma figura robótica à uma pessoa que apesar de manter a sua essência de estranheza, se relaciona normalmente com seus amigos e com sua namorada. O trabalho do ator como Sheldon Cooper é tão incrível a ponto de parecer que ele realmente tem as características do personagem na vida real. Assiti à um filme fantástico estrelado por ele, chamado “A Kid Like Jake” e me surpreendi com o talento que o ator tem. Pensei que iria me deparar com o Sheldon em outro papel, mas vi um trabalho de um magnífico ator que merece todo o crédito por ter criado um personagem tão memorável quando o cientista, mas que também tem um grande potencial para filmes e séries com diversas temáticas.

O que me motiva a escrever sobre Parsons e seu personagem é a representatividade que ele tem na série e construiu, por consequencia, no mundo real. De uma forma caricata, ele deu voz e visibilidade à pessoas excluidas por uma sociedade que marginaliza qualquer pessoa que seja peculiar. Assim, Dr. Sheldon Cooper, além de ser uma figura importante para a cultura pop, também se torna uma figura essencial para pequenos gênios e grandes fãs de quadrinhos que sempre se sentiram excluidos pela sociedade, mas que ganharam voz com o sucesso da série.

A grande vitória de “The Big Bang Theory” em sua última temporada é que apesar de todos os personagens terem mudado muito ao longo de 12 anos, o que é natural, a essência da série se manteve, e seu humor puro e cativante segurou um público fiel até seu último episódio, que teve 23 milhões de espectadores em sua transmissão original e foi o episódio de maior audiência dos EUA em 2019.

Todas as temporadas de “The Big Bang Theory” estão disponíveis no serviço de streaming Globoplay (R$19,90/mês) para serem assistidas quando e onde você quiser. Cada episódio dura em média 24 minutos, recheados de referências à cultura pop — de quadrinhos a filmes — e é uma série digna de maratona.

Acesse o Globoplay: http://bit.ly/2MUQXAe

Sugestões de vídeos :

Confira o trailer da primeira temporada (em inglês):

Confira o trailer da última temporada (em inglês):

Foto tirada na Avenida Paulista. | Foto: João Paulo Fung

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Carolina Fung
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