Venom
por Juliana Alves Noronha
Venom é um longa metragem produzido pela Sony Pictures em associação com a Marvel Studios, este que detém da maioria dos filmes de quadrinhos, inclusive o Homem-Aranha, que seria um protagonista para o vilão do filme comentado aqui, mas a Sony possui os direitos do filme e não abre mão para uma possível junção de universos. Uma produção de 100 milhões de dólares, e, só no fim de semana de estreia (04/10), arrecadou o dobro em bilheteria , mas aparentemente, isso não indica a qualidade do filme.
Eddie Brock (Tom Hardy) é um jornalista investigativo da cidade de São Francisco nos EUA e tem seu próprio quadro em uma emissora local. Um dia é chamado para entrevistar Carlton Drake (Riz Ahmed), o criador da Fundação Vida, um laboratório de estudos do organismo humano que havia achado a cura para um tipo de câncer. A noiva de Eddie, Anne Weying (Michelle Williams), é advogada da Fundação e recebeu informações confidenciais de que eles estariam fazendo testes ilegais em seres humanos e Brock descobre, decidindo que iria desmascará-lo durante a entrevista, mesmo com orientações de que não deveria tocar em nenhum assunto polêmico. Depois de perder o emprego e a namorada, ele é contatado pela Dra. Dora Skirth (Jenny Slate), denunciando os feitos de Carlton: simbiontes alienígenas precisam de hospedeiros compatíveis para sobreviver na Terra, e o cientista estava os ajudando. Eddie vai até o laboratório e acaba virando o hospedeiro de um desses seres, o Venom.
A Marvel Studios vem melhorando os filmes de super-heróis e criaram um universo próprio baseado nos quadrinhos da empresa de mesmo nome durante mais de dez anos, e, além disso subiram as expectativas do público em filmes desse gênero. A Sony, por outro lado, só decepciona quando lança um desses filmes. Uma de suas sagas mais famosas, os X-Men, de 2000, fez muito sucesso na época, mas quando olhadas agora, estão todas erradas, com várias falhas de plot e linha do tempo, os grandes fãs das histórias de quadrinhos originais estão cada vez mais inconformados porque o estúdio não se dispõe a consertar a história; mas ainda sim, tem bilheterias recorde e grandes produções.
Venom só entra para a estatística dos filmes ruins do gênero feitos pela Sony. A introdução do filme conta com planos absurdamente rápidos, sem contexto, e desnecessariamente expositórios, já que, ao longo do filme, as mesmas informações são apresentadas de novo. O espectador fica confuso, o começo é estranho, cenas extremamente curtas e jogadas, erros de continuidade. Depois da apresentação, entra o título da elipse de tempo dos “seis meses depois” e é ai que começa a melhorar, mas não muito. A história começa a se desenrolar e conhecemos o simbionte mais fraco do mundo. Para um alienígena que se alimenta de carne viva e arranca cabeça de humanos, ele é muito humano, Venom usa Eddie Brock de receptor mas começa a ter uma relação de amizade com o jornalista, gosta de sua ex-namorada e se segura para não matar certas pessoas, mesmo ele sendo um vilão sanguinário, estando no humano apenas por necessidade. Inconsistências por todo o filme, fatos sem explicação e que não fazem sentido incomodam aos ouvidos, com diálogos fracos e melosos. Uma coisa que a produção não pecou, foram as cenas de ação, muito bem feitas, violentas e com efeitos especiais incríveis, mas isso os espectadores já esperam de um filme de ação de super-heróis.
Com notas extremamente baixas nas críticas, Venom é um dos piores filmes do gênero dos últimos 5 anos e já vai ter uma sequência. Claramente um vilão muito forte para um filme muito fraco, bobo e infantil, classificação de 18 anos deveria ser o mínimo para esse tipo de personagem, mas é 14, a partir disso acho que já podem entender a indignação. Tom Hardy, um renomado ator, indicado ao Oscar, e que já fez trabalhos incríveis como em Mad Max: A Estrada da Fúria, carrega o filme com sua atuação impecável e totalmente nova do que já tínhamos visto em seus trabalhos. Mas ainda há salvação. Na cena pós-créditos, apresentam um novo vilão que combate com Venom e é muito forte e mais “carniceiro” que o simbionte, que é uma ponte para a continuação do longa, estamos no aguardo para que a Sony tenha alguma consciência e conserte os erros grotescos que permeiam suas produções de super-heróis.
Onde: Cinemas comerciais de todo o país
Quanto: Depende do cinema
Inteira: R$32,00 Meia: R$16,00 (3D)
Inteira: R$28,00 Meia: R$14,00 (2D)
Quando: desde 04/10
Até quando: normalmente fica um mês em cartaz, dependendo da bilheteria
Nota: 3/10