Paula Barbosa Pires Soares
Araetá
Published in
3 min readMar 26, 2018

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VIOLET EVERGARDEN

PAULA SOARES

Farei uma crítica de arte, um tanto incomum, relacionada a um novo anime da Netflix, Violet Evergarden. O anime relata de forma episódica a transformação da personagem principal. Apesar dela ter se transformado em um anime, ela começou como uma light novel japonesa, o entretando, a minha opinião é que o conteúdo dela perpassa totalmente apenas acontecimentos do cotidiano, e nos leva a um mundo paralelo novo cheio de novas emoções. Para mim a série é mais um livro episódico, do que uma light novel.

A série foi escrita por Kana Akatsuki e ilustrada por Akiko Takase. Devido a sua inovação de conteúdo e incrível complexidade ela ganhou o Grande Prêmio na quinta edição dos Prémios Kyoto Animation em 2014, sendo a primeira obra a vencer nas três categorias (romance, cenário e manga). Como já mencionei anteriormente, foi realizada uma adaptação em animé feita pela Kyoto Animation estreou em janeiro de 2018. A série esta acessível para o Brasil no NETFLIX. Os episódios são exibidos simultaneamente com a estréia no Japão.

VIOLET EVERGARDEN, 2018. Quando Violet desperta para sua jornada.

O enredo da série centra-se na personagem Violet Evergarden. Ela é uma Boneca Autônoma de Automemórias. Existe uma história pregressa que não é revelada no animé e sim na light novel que conta como surgiram estas bonecas. Estas bonecas seriam uma criação de um cientista Dr. Orland para sua mulher que teve uma enfermidade não especificada e ficou cega. A sua esposa costumava escrever romances que eram bastante renomados, desta forma ele cria essas BAA (Bonecas Autônomas de Automemória) para auxiliar sua mulher na tarefa de escrever. Dentro da estória também ocorre, paralelamente, uma guerra. As bonecas que haviam sido criadas com um propósito de auxílio e cuidado são levadas para o front de batalha para auxiliar com a guerra.

O mangá começa sua trajetória quando Violet acorda num hospital, havendo perdido ambos os braços em um confronto. No decorrer dos episódios descobrimos que ela servia a um tenente Gilbert Bougainvillea, de uma família aristocrata bem rica. Ele nunca a tratou como uma máquina que servia somente para fins militares, e antes deles se separarem ele fala para Violet que a ama. A saga dessa BAA torna-se descobrir o que significa amar uma pessoa. Para realizar esta saga ela resolve de tornar uma das mensageiras que escreve cartas no pós guerra. Ainda que ela seja a personagem principal do animé, ela está sempre em segundo plano, enquanto ela ajuda pessoas que passam por males da guerra ela também aprende o que é o amor, e ressignifica o sentido da vida. Dentro da série é sugerido para Violet que o tenente está morto, entretanto, não existe uma certeza plena de que isto seja realmente o ocorrido.

VIOLET EVERGARDEN, 2018. As paisagens descritas no texto.

A forma como a série foi animada é algo bastante incrível. Ela tem abundantes cenários deslumbrantes, contando com uma animação de altíssima qualidade. Por vezes, em quanto via o episódios me perguntei se aqueles cenários não poderiam ser realmente de verdade. Me peguei por várias vezes desejando estar naquelas lindas paisagens. Desenvolvi uma relação tão pessoal com esse animé, que mesmo sabendo que são apenas animações gostaria profundamente de adentrar este mundo, para mim as vezes as coisas se confundem de uma maneira incrivel.

O que nos toca nesta obra é o caráter arquetípico das emoções abordadas pelos personagens. Não falo apenas de emoções positivas, já que a série também toca no ciúmes, na vaidade, no ódio e na tristeza. Acredito que para mim, o mais marcante da série é o descobrimento de possibilidades. Ressiguinificar os nossos conteúdos é a única forma de poder existir num mundo tão absurdo como o nosso. Acho que por isso, esta série me parece incrível.

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