‘Violet Evergarden Gaiden: Eternidade e a Boneca de Automemórias’
O poder das palavras
Laura Fioratti Guarnieri
A animação de 2019 “Violet Evergarden Gaiden: Eternidade e a Boneca de Automemórias”, baseada na obra literária “Violet Evergarden”, de Kana Akatsuki (roteiro) e Akiko Takase (arte), produzida pela Kyoto Animation, é um spin-off e explora o universo posterior ao da adaptação em anime da história e, nela, acompanhamos, mais uma vez, a Boneca Autômata de Memórias Violet Evergarden. Porém, dessa vez, ela é recrutada como professora particular de uma garota de família nobre para ajudá-la a aprender a se comportar como uma dama no internato feminino em que estuda, visando debutar-se na sociedade e encontrar um marido de mesmo status social.
De início, Isabella York, a garota em questão, se mostra arisca e reservada, enquanto Violet é gentil, educada e paciente. Com o tempo, ganha a confiança na Autômata e elas se tornam amigas. É revelado que a jovem não era originalmente parte da renomada família York, mas que foi adotada quando crescida. Ela era, de início, Amy Bartlett, uma garota pobre e órfã com apenas uma irmãzinha adotiva e também sem família, Taylor. Contudo, em determinado momento, Amy foi reclamada como herdeira da família York e lhe foi prometido que, caso se juntasse a eles e se afastasse da irmã, Taylor teria uma vida melhor; então, assim o fez. Ao final de seu curso, Isabella pede que Violet escreva uma carta a Taylor, debuta e elas se despedem. A carta é entregue à garotinha, que se emociona ao ouvir o principal ponto da carta: nome da irmã.
Alguns anos mais tarde, Taylor vai em busca da Autômata visando se tornar carteiro, mesmo sem idade para tal. Ela acompanha, entusiasmada, Benedict, o então entregador da companhia das autômatas, em seu serviço por um dia; mas descobrem que a garota não sabe ler. Violet decide ensiná-la, até que esta domina as habilidades suficientemente para escrever uma carta de resposta a Amy. Após buscas incansáveis pelo paradeiro da reclusa aristocrata Isabella York, Benedict a encontra e vai com Taylor entregar a tão valiosa carta. Aos prantos e inconsolável, a irmã mais velha lê a carta enquanto a mais nova, escondida, a observa até desabar em lágrimas também. Com a promessa de novas cartas a Taylor e Violet, Isabella se despede do carteiro e pede que ele lhe entregue as mensagens quando estiverem prontas, e ele comenta que, no futuro, pode não ser ele que vá fazê-lo, insinuando que a menina virá a tomar seu lugar. Taylor é adotada pela família adotiva de Violet, os Evergarden, e continua a estudar para se tornar carteiro pois, segundo ela, eles, como fizeram ao entregar a carta de Amy anos atrás, “trazem, às pessoas, a felicidade”.
O universo de Violet Evergarden me fascina em diversos pontos, acredito que porque aborde de tantas formas o impacto que a variedade de sentimentos as palavras podem carregar, e sempre fui considerada muito sentimental. Me vi em Isabella, uma garota tímida, de óculos, meio desajeitada, com uma ligação muito forte com a irmã mais nova. Ao mesmo tempo, também me vi em Violet, sempre paciente e educada, tentando ajudar àqueles com problemas, principalmente de comunicação, pelos quais eu já passei. Isso tudo, é claro, sem mencionar a qualidade impecável da animação em si que, como estudante de animação e cinema, não pude deixar de admirar, a atenção aos detalhes é um colírio para os olhos de qualquer perfeccionista.
Vamos lá!
Onde?
Esse spin-off, juntamente com o anime, OVA e filme da saga estão disponíveis na plataforma de streaming Netflix
Quanto?
Disponível em todos os planos de assinatura da Netflix