Mobile Testing: como estruturar um processo eficiente
A etapa de testes é parte essencial do ciclo de desenvolvimento de um aplicativo. Uma boa cultura de testes é muito importante para alcançar o nível de qualidade desejado para o app e garantir entrega de valor para o cliente. Afinal, os usuários estão cada dia mais exigentes e softwares repletos de bugs, que não atendem as necessidades de seu público alvo, não sobrevivem muito tempo no mercado.
Ao longo de quase nove anos trabalhando na área de Qualidade de Software e três trabalhando como Quality Assurance Analyst de aplicativos mobile na ArcTouch, eu aprendi diversas dicas valiosas sobre o que fazer e não fazer para melhorar o processo de testes de aplicativos mobile, e vou compartilhar algumas delas abaixo:
Quando os testes mobile devem começar?
O mais cedo possível ao longo do processo de desenvolvimento de uma aplicação. Na ArcTouch, iniciamos a escrita dos casos de teste assim que as regras de negócio e requisitos de uma nova demanda são definidos.
Como seguimos o BDD (Behaviour Driven Development) como padrão de desenvolvimento, o ideal é que, quando essa demanda chegue na etapa de implementação, os casos de teste já estejam prontos e sejam utilizados para auxiliar os desenvolvedores a escreverem e validarem o seu código. Os casos de teste escritos como comportamentos de usuário ainda podem ser utilizados como documentação também.
Além disso, também realizamos testes de regressão nos finais das sprints, quando uma nova versão é lançada ou quando um grande escopo do app é atualizado.
Testes de usabilidade e acessibilidade também são realizados como parte do ciclo de testes das demandas para garantir uma boa experiência para os usuários.
Boas práticas em Mobile Testing
- Participar ativamente de todas as etapas de desenvolvimento (e não apenas da etapa de testes), especialmente na definição de novas demandas;
- Escrever casos de teste com uma linguagem amigável e de fácil entendimento para que possam servir como documentação e facilitar quando outras pessoas (técnicas ou não) forem utilizá-los;
- Investigar e detalhar, o máximo possível, a causa raiz dos bugs e não apenas reportá-los, facilitando o trabalho dos desenvolvedores;
- Definir uma matriz de dispositivos que consiga melhor abstrair a realidade do público alvo do projeto específico;
- Focar na melhoria da qualidade do processo de desenvolvimento também, além do produto;
- Ter um bom roteiro de smoke test que possa ser utilizado quando o aplicativo precisa ser validado e não há tempo hábil para rodar uma regressão inteira;
- Automatizar os casos de teste mais utilizados da regressão;
- Priorizar os testes nos dispositivos mais novos e utilizados;
- Comunicar o restante do time quando houver algum atraso ou imprevisto e pedir ajuda sempre que necessário.
Outras boas práticas são testar primeiro o mais importante e depois focar em edge cases e analisar dados de ferramentas de análises e feedbacks de usuários para criar melhorias no produto.
Em alguns casos, dependendo do quão complexo for o aplicativo ou a definição do público que irá usá-lo, é necessário investir em outros testes que envolvem tempo de carregamento e outros fatores relacionados ao desempenho do software.
O que evitar
- Entregar uma versão do app sem ter realizado o teste de regressão;
- Não comunicar com o restante da equipe ao perceber falhas no processo de desenvolvimento (lembre-se, a garantia de qualidade vai além do produto);
- Esperar que as demandas cheguem até você e não ter proatividade — sempre que houver tempo livre, busque pensar em melhorias que deixem o processo do seu time mais eficiente;
- Ignorar pequenos erros no produto e não reportá-los (pequenas falhas hoje podem se tornar grandes problemas amanhã).
Sempre lembre de adequar seu trabalho a realidade e necessidades do projeto no qual você está trabalhando. Comece simples e garanta que o básico está sendo coberto.
E se você também quer ter a experiência de testar aplicações aqui na ArcTouch, inscreva-se no nosso banco de talentos.
