Lore de Kayle e Morgana, Udyr, Sejuani e Volibear

Gabriel Gastaldo
Arddhu
Published in
9 min readFeb 21, 2019

Notas de Atualização 9.4 — Edição História

Outra atualização se aproxima do League of Legends e tivemos a “Edição História” da versão 9.4 trazendo informações referentes à lore do jogo. Dessa vez, a lore de Kayle e Morgana, bem como uma história com Udyr, Sejuani e Volibear, foram as estrelas dessa atualização

Um aviso, Volibear não é mais um membro de uma raça de Ursos hominídeos parentes do Urso da Coca-Cola.

Mais uma atualização de história chegou para nós, nela temos três histórias que são respectivamente a atualização da lore de Kayle e Morgana e um conto com Sejuani e Udyr, com a participação especial de Volibear.

Inicialmente, vamos falar das grandes estrelas do momento, as irmãs aladas que não são mais angelicais, Kayle e Morgana. Conforme dito em outros vídeos, sim, ela são demacianas, embora não o sejam de nascimento.

A história das duas irmãs agora se inicia lá em Targon na época das Guerras Rúnicas, algo que já sabemos que aconteceu em um passado bem distante de Runeterra, com as duas nem mesmo nascidas, mas sendo gestadas dentro de sua mãe.

Mihira e Kilam, respectivamente a mãe e o pai das gêmeas estavam em busca de uma solução para a guerra e iniciaram a escalada do Monte Targon, em busca de algum poder para proteger sua tribo. O conto nos deixa bem claro que a mãe estava com as duas ainda sendo geradas e que se tornou o receptáculo do aspecto da Justiça antes de dar à luz às duas.

Logo, as gêmeas estavam dentro de Mihira quando a mesma recebeu o aspecto da Justiça em si, o quanto isso afetou o desenvolvimento das duas irmãs em termos de magia sendo infundida diretamente a elas, só podemos imaginar.

A história das duas segue de forma paralela, sem que tenha muita divergência de um lado ou de outro, com a mãe sendo completamente dominada pelo aspecto da Justiça e com isso se distanciando de suas filhas e seu marido, que escolhe por fim, fugir de Targon.

O pai e as duas filhas chegam então a onde futuramente seria fundada demacia, um “assentamento onde diziam que a terra em si oferecia proteção contra qualquer tipo de magia” que sabemos ser Demacia e a proteção fornecida pela Petricita.

Os três seguem suas vidas normalmente, até que em um belo dia, um raio de chamas divide os céus e uma espada cai, partida em duas, entre Kayle e Morgana. Provavelmente isso significa que o aspecto da Justiça que foi Mihira, provavelmente veio a falecer e de forma diferente do que acontece com outros aspectos, talvez a mãe das duas tenha tido alguma influência nisso, ou mesmo terem parte de sua gestação feita no útero de um aspecto, tenha alguma relação com isso.

Logo a seguir, Kayle e Morgana pegam as duas metades da espada e ao fazerem isso asas surgem de seus ombros. Ou seja, realmente elas são naturalmente duas humanas de Targon que se mudaram para Demacia e receberam um poder de um aspecto, ou derivado de um aspecto, ganhando assim asas que correspondem a sua aparência angelical.

Com isso, as duas irmãs começam a se afastar, enquanto Kayle assume seu papel de Justiceira, Morgana renega esse poder e assume uma função de reabilitar e ajudar quem comete crimes mas deseja mudar.

Isso confirma uma de minhas teorias, que Kayle se torna um aspecto de justiça implacável que começa a sair do controle margeando a tirania que uma ordem absoluta requer, enquanto Morgana atua de forma a “salvar” os perdidos para que eles tenham uma nova chance.

Morgana não é de fato uma vilã, nem mesmo uma anti heroína, mas sim, uma pessoa que não se entregou a uma justiça cega como sua irmã. A dualidade de luz e sombra aqui deixa de ser uma dualidade de algo bom e ruim para se tornar algo como uma luz tão ofuscante que chega a cegar e a sombra que é uma calmaria meio a isso.

Tudo parecia tranquilo até que um seguidor de Kayle, chamado Ronas, ousa atacar Morgana, mostrando claramente que o fanatismo começou a ser algo que seguia Kayle e sua justiça, como é comum vermos em nosso mundo quando uma figura tenta se tornar o ícone da virtude.

O que se sucede é uma batalha monstruosa entre as duas nos céus de Demacia que acaba por vitimizar a cidade e os habitantes, até que por fim, acaba por afetar Kilam, o pai das duas. Só isso consegue interromper a batalha das duas e apenas pelo fato de Morgana se compadecer do pai, enquanto Kayle parece pouco se importar com isso

Aqui é necessária uma pausa, pois embora o que se siga seja as duas irmãs terminando de se afastar, aparentemente o que acontece é que as metades da espada podem muito bem ter sido duas metades de um poder que as duas tocaram, fazendo assim com que a justiça perca sua parcimônia e se torne essa coisa fanática e absolutista que Kayle passa a representar, enquanto Morgana representa uma faceta mais serena da mesma.

Pode-se teorizar que as duas metades do poder que cada uma porta, estão incompletas e por esse motivo Kayle chega aos extremos. Mas também pode ser que Morgana tenha conseguido realmente conter a influência do aspecto da Justiça enquanto Kayle abraça isso completamente, começando a se distanciar dos humanos assim como sua mãe fez no passado.

O fim da história das duas é Kayle se afastando de tudo em direção ao céu, sumindo assim do mundo, enquanto Morgana esconde suas asas e passa a peregrinar pelo mundo ajudando aqueles que precisam de sua ajuda.

Enquanto Kayle parece ter ido para o Monte Targon em busca de sua Mãe, acreditando que ela ainda esteja viva, Morgana escolhe permanecer no “solo atormentado” e ajudar as pessoas.

Essa dualidade é extremamente compatível com Demacia e sua história, com Sylas e sua revolução mágica, pois ele mesmo também foi vítima de uma justiça torta e busca através da injustiça, equalizar o reino.

Tudo isso é a lore do passado das duas, não temos informações do que as duas fizeram desde então, apenas a última frase da história de Morgana nos traz algo muito interessante e importante quanto ao que deve acontecer no futuro de Runeterra.

“E com a magia voltando a aparecer, Morgana sabe que esse dia (o dia que a luz de Kayle retornará) está cada vez mais próximo”

Essa frase é extremamente importante pois nos dá indícios de que há um eflúvio crescente de magia em Runeterra, provavelmente por ser um ciclo natural do mundo e que possa ter relação com a volta dos Ascendentes, a aparição do Bardo, entre muitos outros acontecimentos dos últimos anos da Lore que são colocados como algo recente.

Será que isso significa que teremos Morgana se aliando a Sylas? Afinal, os dois são renegados que de alguma forma são vítimas ou temem uma falsa justiça que está cega demais para ver o que acontece no mundo e na realidade.

Vamos aguardar o que vem pela frente em histórias ambientadas nos dias atuais da cronologia, como é o caso da história que falaremos agora:

O conto “Silêncio para os Amaldiçoados” conta a história de Sejuani e Udyr em busca dos “Perdidos” que seriam uma tribo que ela busca uma aliança em sua rivalidade contra Ashe em busca de unificar Freljord.

Conforme o conto se desenvolve, vemos que o Udyr que está ali é o Udyr que voltou de Ionia, logo, um Udyr que aprendeu muito mais a respeito de seus poderes e de sua função como andarilho espiritual. Essa informação é importante pois nos coloca novamente nos dias de hoje da cronologia, com Sejuani já “Mãe de Guerra” da Tribo da Garra de Inverno e liderando sua tribo.

O conto por si é excelente, tem uma imagética fantástica que amplia ainda mais como vemos Freljord e confirma que em sua maior parte, esse território é um inferno gélido com coisas inomináveis muito além dos Observadores Gélidos.

No entanto esse conto também marca uma morte, marca o falecimento dos Ursine enquanto uma raça de Ursos hominídeos que usavam armadura e eram bem próximos ao Urso da Coca-Cola ou mesmo aos da Bússula Dourada.

Os Ursine agora são uma tribo formada por criaturas grotescas e monstruosas, normalmente andarilhos espirituais que se deixaram levar pelos espíritos e impulsos animais e isso passa a afetar até mesmo sua forma física.

Já Volibear recebe mais uma mudança imensa em seu conceito. Vamos mapear a história até aqui:

Originalmente existia apenas UM Volibear, o campeão de League of Legends que conhecemos. Tivemos algumas mudanças na lore e com isso passamos a ter dois Volibear, um deles sendo o Campeão e o outro e a entidade/deus irmão do Ornn, da Anivia e da Irmã Foca. A relação entre esses dois era a de que o campeão teria recebido a bênção da tormenta, que seria exatamente a bênção do Volibear Deus.

Mas agora, existe apenas um Volibear novamente, que é uma entidade que parece ser um deus, o irmão de Ornn e que deixa de ter um conceito sequer próximo de ser fofo, ele é agora uma entidade ligada ao sangue e à carnificina, uma entidade devoradora ligada à tempestade e que se aproxima agora muito mais do que seria o ataque de vários ursos na tundra gelada.

A descrição do novo Volibear é no mínimo assustadora, confiram:

“Mais alto que um mamute…. Paredes de músculo, seus membros maiores que um homem, faziam a fera avançar. Sua armadura antiga e quebrada, feita de placas de metal escuras, mostrava crostas de sangue e restos mortais de centenas de batalhas. Armas quebradas, enferrujadas pelo tempo, sobressaíam de suas costas e ombros. Metade de seu rosto já não tinha mais carne, mostrando apenas ossos, dentes e chifres oleosos. De sua boca pingava um sangue inatural e negro. Seus quatro olhos, inestimavelmente antigos, sobrenaturais e cruéis, observavam Sejuani e Udyr.”

Essa é a descrição de uma divindade feita carne, e conforme o conto se desenvolve, entendemos que Volibear está tentando assumir uma forma física plena, como ele diz “Eu renascerei”.

Todas essas informações são surpreendentes pois significam uma mudança completa no conceito de quem e o que é Volibear, isso pode assustar algumas pessoas mas é um conceito que me agrada bastante por refletir algo de quão inóspito pode ser um deserto gélido de quão fatal podem ser as bestas da natureza.

Isso certamente terá de refletir em algum momento no campeão, o que pode indicar que um Rework esteja a caminho.

O conto era sobre Sejuani e Udyr, mas Udyr e Volibear roubam a cena completamente, Volibear por ser revelado ser uma divindade assustadora ligada aos andarilhos esprirituais e os Ursine não mais uma raça de ursos, mas sim abominações distorcidas seguidoras de Volibear conforme nos informa oRioter Ashkandi nesse tweet.

A outra grande revelação é com Udyr, mais especificamente nesse trecho:

“…preparado por sua meditação noturna, ele caminhou por todas as suas formas: a Águia Imortal, o Lince Astuto, o Javali Férrico e uma outra dúzia de espíritos bestiais. Ele pausou quando assumiu o aspecto do espírito do urso. Com controle impecável, ele equiparou-se à forma da fera gigante que o cobria. Então, por fim, Udyr mudou-se de urso para seu inimigo jurado, o espírito do fogo, da forja e do metal — o Carneiro Grandioso.”

Isso pode em muito refletir a direção do vindouro rework de Udyr, pois ele assume aspectos animais completamente diferentes daqueles que ele assume em jogo, com única excessão sendo o Urso, mas diferente do que vemos em jogo, ao assumir isso ele alcança um tamanho sobre-humano. No entanto a última forma é a mais importante, o Carneiro Grandioso, uma clara referência a Ornn, irmão de Volibear e que teria vencido o mesmo em batalha a única forma que parece fazer com que o urso monstruoso não o ataque.

Confesso a vocês que conforme fui lendo o conto e entendendo que não existiam mais Ursine, minha primeira reação foi um pouco ruim, no entanto após analisar o que Volibear e os Ursine passam a ser, vejo que a decisão narrativa da Riot mais uma vez é ousada e busca abordar aspectos diferentes, não se limitando a como os mundos de fantasia são normalmente.

Meu segundo pensamento foi bem simples, White-Walkers, sim, os Caminhantes Brancos de Game of Thrones que são algo próximo de Zumbi Mágicos e que na série tem uma cena bem interessante, com um Urso monstruoso atacando o bando de John Snow, deixo o aviso aqui que são cenas fortes e podem assustar:

O quanto essa cena inspirou esse conto, não é de meu conhecimento, apenas sei que ao ler foi exatamente essa cena que me veio em mente e talvez por isso eu tenha finalmente conseguido aceitar.

E por enquanto é isso, tivemos finalmente a definição da lore das irmãs Kayle e Morgana, uma reviravolta surpreendente em Freljord com Sejuani, Udyr e Volibear e uma transformação completa dos Ursine de uma raça de ursinhos fofinhos para uma tribo de criaturas monstruosas que não sabemos ainda se partilham algo com mortos-vivos, mas certamente são uma encarnação da fúria e e do sangue.

E vocês, já leram essas histórias? O que mais chamou a atenção de vocês e quais detalhes foram mais importantes?

--

--

Gabriel Gastaldo
Arddhu
Editor for

.(R)egular guy in (P)resent time.(C)lose this world open the n(EXT).