O “Mito” é uma mentira

Gabriel Gastaldo
Arddhu
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3 min readJul 28, 2015

Como as discussões tem se tornado um duelo de torcidas não organizadas

“Ain, X mitou falando mal de Y, olha esse vídeo…”

A articulação geral propagada hoje em dia se resume a dizer que X “mitou” ou que Y “destroçou” e as vezes ate que N “humilhou”… geralmente são elogios feitos a vídeos produzidos de forma unilateral, onde uma pessoa aparece apenas canalizando o ódio irracional de cada vez mais pessoas vítimas da propaganda direcionada.

Os argumentos? Sempre falham, misturam bastante de propaganda carismática com locução que (sim, falarei) Hitler deixou tão característica, a paixão exacerbada tem convencido mais que a razão e isso é perigoso.

Mitar deveria significar que uma pessoa se tornou mítica por algo que fez, mas infelizmente os tais “mitos” não passam de figurinhas querendo atenção desesperada, agindo tal qual uma criança chorando para seus pais em um rompante de egocentrismo.

Só que com a criança existe uma justificativa, ela ainda está aprendendo a se comunicar e a socializar, está testando os limites de si e de seus pais. Em pessoa com mais de 18 anos? É apenas uma demonstração de falta de maturidade e caracteriza bem a falta de educação dessa pessoa.

Não falo aqui da educação enquanto “bons modos” mas sim nesse quesito educacional, educação enquanto aprender lógica e retórica, aprender a se expressar de maneira concisa e concatenada, não apenas usando frases emocionais e em tom demagógico.

Fico triste de ver cada vez mais pessoas que não conseguem manter uma linha de raciocínio em uma discussão falando em debate, quando na realidade só procuram um momento de fama para expelir seu ódio mal formulado, mal direcionado, mal constituído e sem estrutura.

Só que uma massa de ignorantes e intoxicados pela propaganda do ódio vão aplaudir essas pessoas, vão simplesmente ignorar tudo que tenham aprendido na vida quanto a lógica, causa e efeito e distorcerão tão absurdamente a realidade, para adequá-las a suas teorias, que dizer tudo isso será coroado como “mitar”, uma palavra que caracteriza bem o quanto tudo isso é fruto de propaganda.

Os “ícones” foram criados durante anos pela mídia, assim como no passado do Brasil se criou o “monstro comunista” para “justificar a ditadura”, hoje em dia se criam monstros por empresas que se formaram no seio da ditadura, que mamaram no estado por décadas e que nos últimos anos perderam boa parte de seu rebanho para o pensamento livre, para a critica.

O que fazem? Apelam para tudo que aprenderam e cultivaram lentamente, fomentam o duplipensar em suas vítimas que não percebem que invertem causa e efeito, que não toma ciência de que o que é dito simplesmente não se sustenta e não entendem que estão apenas regurgitando a merda que lhes foi enfiada gola a baixo por publicações corruptas e que desejam apenas manter o status quo.

Logo, se você acredita que alguém “mitou” ou “humilhou” outra pessoa por falar meia dúzia de besteira em um vídeo quase esquizofrênico, me desculpe, mas você precisa ler mais e de mais fontes, precisa reavaliar o quanto você sabe se expressar e quanto está sendo afetado emocionalmente por esse tipo de propaganda, sem que sua lógica entre na equação unicamente para saciar um ódio que em primeiro lugar nunca foi seu.

No entanto será mais fácil refutar um texto desses chamando de “textão”, o que evidencia sua incapacidade de ler mais de dez linha sobre alo, ou mesmo berrando “chola mais” coroando sua falta de retórica e argumentos. Portanto chegar a esse ponto do texto sem querer xingar minha mãe, ou me acusar de ser isso ou aquilo, mas sim refletindo a respeito do que eu disse e entendendo que eu não falo de direita ou esquerda, não falo de PT ou PSDB, de PTralha ou Tucanalha, mas sim dos dois lados dessa moeda que cada vez sai mais cara para o Brasileiro, te dá ao menos as ferramentas cognitivas mínimas para se comunicar… e por favor, que isso seja o suficiente para que você se expresse com algo mais que apenas “mitou”.

Até porque, o mito é uma mentira.

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Gabriel Gastaldo
Arddhu
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