Se posicionar a favor de’lá ou de’lé
Esse caso parece que está revelando o pior de muitas pessoas.
Me refiro aqui ao caso envolvendo Marcos Feliciano e Patricia Lelis com uma acusação que se iniciou em estupro e agora já se amplia para uma grande lista de crimes a serem cometidos por um ou pelo outro.
Enquanto algumas culpabilizam uma possível vítima de estupro já desmerecendo qualquer alegação e afirmação dela, outros desconfiam pelo fato dela ser do mesmo partido, de ter feito o vídeo, e um número imensos de declarações e de forma nojenta buscam transformá-la em uma aproveitadora barata.
Já em outra parte, alguns correm em acusar o Feliciano de ser estuprador e tratá-lo como tal sem sequer que a história seja esclarecida, apelam para a antipatia política ou religiosa que sentem por ele e buscam de forma nojenta já colocá-lo no papel de monstro estuprador.
Minha primeira reação a essa história foi condená-lo, mas foi algo automático por já ler “estupro”. Assim que me informei melhor sobre a notícia não defendi ele, apenas fiquei ciente de que eu não tinha sequer o começo do que é necessário ter de informação, para sequer criar um posicionamento. Foi o melhor que eu fiz.
Afinal, a história está estranha para os dois lados, entrou uma discussão política e religiosa e ficou no ar a suspeita de manobra política para acabar com ele, ao mesmo tempo em que ficou no ar a suspeita de que o poder dele e a influência dele podem ser imensos e perigosos.
Como se posicionar e apontar um dedo para algum lado antes disso ser esmiuçado a fundo, investigado, conferido e comprovado (seja um lado ou o outro).
Entre os cenários que já vi serem imaginados e proferidos, há desde a culpabilização da vítima (não importa se é ele ou ela) até mesmo a defesa do criminoso (não importa se é ele ou ela, também). Mas eu me pergunto se essa história não sera um imenso quadro cinza ao invés de preto e branco faltando definir apenas quem está cada polaridade, quem é mocinho e quem é bandido. E se os dois forem bandidos por terem cometido crimes?
Prefiro esperar a história se esclarecer a acreditar no que alguém fantasie e crie uma ficção que sirva a seus propósitos. Prefiro aguardar que a história seja elucidada, do que seguir o pensamento da turba de linchamento e talvez até me deixar pelos meus próprios demônios a levantar a tocha apontando para quem deve ser incinerado.
Se ele é culpado: deve pagar.
Se ela é culpada: deve pagar.
Espero que isso não seja tomado por um lado ou pelo outro como afirmação de que estou apoiando o Feliciano e culpabilizando uma mulher potencialmente vítima de estupro (enquanto não é comprovado, é uma possibilidade apenas) ou que estou apoiando uma picareta e culpabilizando um homem pelo qual nutro desprezo por suas posições políticas e ideológicas.
Mas claro, se assim for desejado por quem lê, as palavras vão se inclinar na direção que melhor os apetece, talvez torcendo minhas palavras e dando viés político, ou doutrinário ou até mesmo religioso.
Quando no fim das contas eu, quanto a essa história, apenas desejo que seja esclarecida e que os culapdos paguem pelos seus crimes.