#Sustentabilidade

Dia Mundial dos Oceanos propõe reflexão sobre impacto humano nos mares

Celebrada desde o ano de 1992, data é marcada por ações de limpeza nas praias e atividades de conscientização ambiental.

ana rita monteiro
Areia Limpa

--

É comemorado, em 8 de junho, o Dia Mundial dos Oceanos. A data foi instituída em 1992, durante a Conferência Rio-92, na cidade do Rio de Janeiro. Desde então, apesar de não ter sido oficialmente estabelecido pelas Nações Unidas, o dia é marcado por diversas atividades, em todo o mundo, que buscam conscientizar acerca da importância dos oceanos.

Praia de Iracema | Foto: Débora Pereira

Ocupando 71% da superfície terrestre, com mais de 3.000 metros de profundidade em mais da metade desse território, os oceanos abrigam espécies ainda desconhecidas pela Ciência. Além disso, também absorvem gás carbônico e ajudam a minimizar o aquecimento global. Dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura estimam que a pesca e a agricultura asseguram a subsistência de 10 a 12% da população mundial, e que cerca de 200 milhões de pessoas dependem dos recifes de corais para proteção durante tempestades e ondas. Segundo o Relatório Planeta Vivo 2018, publicado pela organização WWF, 90% dos recifes de corais poderão desaparecer até a metade do século, prejudicando economias locais e expondo pessoas a eventos climáticos extremos.

A humanidade tem impactado negativamente a vida nos oceanos em três sentidos: aquecimento global, sobrepesca e poluição. No começo de maio, o cientista Victor Vescovo encontrou resíduos plásticos a 10.927 metros de profundidade, na Fossa das Marianas, durante o mergulho mais profundo já realizado na história da humanidade, evidenciando que não resta parte alguma dos mares que já não sofra com os impactos causados por atividades humanas. Estima-se que 90% de todas as aves marinhas já estejam contaminadas com microplásticos e os registros de espécies marinhas encontradas mortas com resíduos desse material no sistema digestivo são muitos.

Em Fortaleza, imagens do lixo acumulado na orla sempre marcam o dia seguinte à festa de réveillon que ocorre no Aterro da Praia de Iracema, todos os anos. Em agosto de 2017, uma matéria do Jornal O Povo mostrou que o problema não se resume ao primeiro de janeiro: a praia coberta de lixo é uma cena comum toda segunda-feira. Pratos e copos descartáveis, latas de cerveja e refrigerante, côcos secos, garrafas pet. Todo esse material é encontrado aos montes na orla marítima e, não raramente, tem o mar como destino final. Em uma pesquisa realizada pelo Instituto Verdeluz, 10 mil tipos de resíduos diferentes foram encontrados no Litoral de Fortaleza. E o problema não é somente nosso: em meio a esse lixo, foram encontrados embalagens de lugares como Estados Unidos, Taiwan, Cingapura e Malásia.

--

--

ana rita monteiro
Areia Limpa

cearense, pisciana, estudante de comunicação social — jornalismo e gosta de falar sobre séries de tv e musicais