A majestosa ave da morte

Samuel De Carvalho Hernandez
ARKHI
Published in
2 min readNov 16, 2022

Texto por: Guilherme Providello
Arte por: Samuel Hernandez (IA Wonder)

2 anões, 2 ladrões e 2 usuários de magia se uniram pela comodidade dos números e pela coincidência do exilio nas areias do lado externo à Cidade Velada. O solo negro em contraste com os céus ofuscantes desorganizava até os mais espertos entre eles. Eu, que nunca fui esperto, ao menos sabia distinguir coragem de estupidez, ainda que isso mudaria. O vento foi a pista que nos colocou na direção de nossa jornada: Noroeste, contra o vento para evitarmos sermos farejados.

Um buraco de 1,5m com ovos e um crânio talvez fosse a simbologia correta para o dia. Pouco demorou para que os ovos fossem coletados e as pistas de algum tipo de combate aparecessem. Pouco tempo depois, encontramos também um combate.

Os bandidos da pedra lascada atacaram de tocaia, mas o embate foi definido pelo encanto sonífero de Javier. A fuga do sobrevivente entre os bandidos refletiu a fuga dos sobreviventes feridos entre nós.

Um pássaro branco pairava em uma duna ao norte, majestosa ave da morte forçando-nos a tomar outro caminho.

Os anões perceberam logo que nas paredes da duna onde nos abrigávamos se encontravam estranhos cristais azuis. Alguém se lembrou de elfos que usavam esses cristais para acender fogueiras.

Dartagnaan Foi aquele que fez o convite: um ataque bem organizado ao pássaro (que a essa altura havia atacado o bandido fugitivo) nos renderia riquezas. Quando dito que os feridos poderiam ficar, e ume arrependi de não ter me ferido no primeiro combate.

Dartagnaan, Escandum e eu (Flynn) partimos então. Aparentemente eu havia me esquecido da diferença entre coragem e estupidez. Numa investida enlouquecida, o feitiço de ninar seria nossa salvação — mas falhou.

Entre ataques da morte alva e nossos ataques (dois tiros de besta, dos quais apenas o do anão teve sucesso) um grito por socorro — vindo da ave. O surgimento de outras duas criaturas daquela no horizonte foi o suficiente para me colocar a tropeçar de medo no sentido do nosso acampamento.

Mas não os outros dois: Escandum cravou uma adaga de prata no peito da criatura, Dartagnaan cravou os pés na areia protegendo o colega. Ali fariam sua defesa. Ovos de aves, crânio. Começamos com aves e crânios o dia, provavelmente terminaríamos assim.

Mas também havíamos encontrado os cristais azuis: uma primeira explosão desorganizou as criaturas como o sol nos desorganizara na saída do conforto. Uma segunda explosão (essa colada em um virote com a própria cera que a besta usa para prender suas presas).

E esse, colegas, foi nosso primeiro dia explorando o deserto. Caminhando sobre a linha que separa as dunas, que separa a coragem da estupidez, e usando o que o deserto provém para combater o que o deserto provém.

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