A Nova Jornada de um Antigo Aventureiro

Gabriela Gouvêa
ARKHI
Published in
3 min readJul 11, 2024

Por: Luis Otávio

Eu não me aventurava há um bom tempo. Trabalhando quieto na Velada, pensando em todas as mortes de meus amigos e familiares, cheguei a acreditar que esta poderia ser minha aposentadoria…, mas bastou meu colega Gareb, o Feio, chegar com novidades interessantes que a sede por explorar falou mais alto e resolvi segui-lo deserto afora. Nosso destino, Aerus, a capital dos Lakaresh no sudoeste distante.

A viagem foi longa, passando por trilhas conhecidas, terras que nuca vi e outros acampamentos amigos, mas numa bela manhã nos deparamos com a estranha cidade. Aerus é bem diferente da Velada, seu chão parece uma areia estranha cor de creme, com construções de pedra na mesma cor e várias tendas vermelhas. O povo e suas mercadorias são exóticos, mais pacato do que os Jeonídas, mas fomos bem recebidos.

Vimos estranhos animais nos mercados, grandes carneiros Bemeus que não temem nada; algumas das famosas e caras voadeiras construídas com madeira preciosa; panos vermelhos e produtos exóticos. Ao adquirir alguns suprimentos, puxamos amizade com o mercador Billy Cadelo, quem nos contou coisas interessantes sobre o leito do Rio Mantaro próximo, o que nos deu nosso destino.

Viajamos para leste. O dia estava limpo, ainda que os ventos começassem a levantar uma leve névoa de areias. Após um tempo de caminhada, uma duna enorme fechava o caminho a nossa frente, com afloramentos rochosos em sua base. Maldição, as cavernas nas rochas pareciam habitadas por castanhos. Perdemos um bom tempo explorando, procurando um caminho alternativo para o sul apenas por mais dunas nos fecharem, as bases das dunas cheias de mais cavernas, várias habitadas e de escalada difícil. Para a surpresa de ninguém, o deserto falou mais alto, com os ventos levantando cada vez mais areia e ameaçando nos cegar com uma tempestade. Sem alternativa, decidimos (fomos forçados) a explorar uma das cavernas que aparentava ser desabitada.

Ah como era bom voltar a ter pedra honesta sob minha cabeça e pés, pena que o fedor de cães lagarto vinha de uma escada ao fundo da caverna. Entramos em formação e começamos a explorar, deixando armadilhas pelo caminho e seguindo por outros corredores sem rastros óbvios. Não demos muita sorte, pois as passagens sinuosas nos levaram a outra área com um velho conhecido, o maldito fungo explosivo e monstros bulbosos cobria as paredes. Enquanto olhávamos o local procurando uma passagem, uma criatura aracnídea enorme começou a avançar e decidimos que precaução era melhor do que valor, recuando dos monstros e decidindo ir atrás dos cães lagarto mesmo, mais simples e honestos.

Descendo pelas escadas, encontramos um caminho com uma armadilha óbvia. Uma enorme caverna com restos de habitação, carroças desmontadas com materiais cobertos por panos e corredores. Impossível as criaturas terem deixado seus itens valiosos para trás desguarnecidos, olhamos e discutimos muito, pois sons de serpentes vinham debaixo dos panos.

Enquanto eu observava quieto o pequenino Gilbert quase caiu numa armadilha de fosso, mas encontramos ali nosso tesouro. Algo brilhava no fosso, içando a ladra Carmem, a mesma voltou com uma varinha encrustada de gemas e contos sobre corpos de humanoides insetóides estranhos lá embaixo. Exploramos o local com calma, encontrando passagens secretas na parede e fossos, resolvendo deixar as serpentes em paz, pegamos o que pudemos e voltamos para Areaus, onde vendemos a varinha por um bom preço para o maguinho caipira, Lindauro. Ah, é bom voltar para a aventura.

--

--