Azarados em Encontros e Encontrados pela Sorte
ARKHI Mesa Aberta — Ep. 191
Temporada 6 — Dia 42 de Lumn — Ano 102
Por: Ivan
Chegando na Cidade Velada em busca de um grupo que fortalecesse minha empreitada rumo a novos conhecimentos arcanos e mais riquezas, pude perceber que já havia ali aventureiros — Samir, Rark, Kuraum e Ronnie Von — que se dispunham a sair pelas dunas e areias esvoaçantes em busca dos tesouros que ali repousavam. Depois de nos apresentarmos devidamente, fomos em busca de suprimentos e informações sobre uma pedra que um dos aventureiros tinha em mãos. Após sermos explorados a cada informação recebida, descobrimos que podíamos nos teletransportar com aquela pedra, que possuía duas cargas.
Chegamos à decisão de ir caminhando até nosso objetivo, para leste do casebre branco, e usar a pedra de teletransporte apenas como recurso se algo desse errado. Começamos a sair da cidade às 9h da manhã e percebemos que os ventos sopravam de oeste para leste. Após uma boa caminhada, avistamos um moribundo sozinho no deserto. Preocupei-me a princípio, suspeitando que aquilo não traria boas oportunidades, mas meu grupo quis investigar melhor, mesmo que já estivéssemos nos perdendo, mais ao sudoeste da Cidade Velada, ainda longe de nosso rumo e objetivo inicial.
Ronnie Von ofereceu água ao moribundo, e, no momento em que ele foi beber, a água transformou-se em areia. Nosso aliado percebeu um movimento estranho, de estatura pequena, que sumia e reaparecia ao lado daquele miserável: era uma fada. Traquina como outras, ela amaldiçoou Ronnie Von, que passou a sentir areia na boca em vez de saliva. Vários de nós tentaram resolver o problema, até que Ronnie Von enfurecido com seu amargo da boca soltou um lampejo de luz que cegou temporariamente a fada, enquanto outro jogava um saco por cima dela, prendendo-a.
Em um diálogo não muito amistoso, mais próximo de coerção, conseguimos que a fada suspendesse a maldição sobre nosso amigo Ronnie Von. Contrariada e com um rugido assustador, ela finalmente o fez. Prometemos soltá-la caso cumprisse o combinado, e assim foi feito. Ela se apresentou como Loló antes de fugir. Fiquei tentado a fazer dela uma companheira familiar, afinal, uma criatura admirável que brinca com a magia é algo que muito me atrai. No entanto, percebendo que ainda estava conhecendo o grupo, decidi manter minha palavra e libertá-la.
Continuamos nossa caminhada e, após algum tempo, chegamos ao lugar conhecido pelos aventureiros como “corredor da morte”. Tivemos que nos hidratar para prosseguir, suando como porcos no momento do abate. Algo ali me deixou alerta. Pus-me a observar com mais cautela que os outros, lembrando-me de escritos da biblioteca arcana que falavam sobre como as areias podiam nos enviar mensagens através dos ventos. Elas me alertaram: “Cuidado! Pare e vá para outra direção!” Imediatamente avisei meus aliados, que, embora não compreendessem o motivo, decidiram me ouvir.
Já um pouco distantes e retornando, ouvimos soldados gritando por suas vidas enquanto um gigante de pedra, com mais de cinco metros de altura, surgia ao longe. Aquilo poderia acabar facilmente com nossa jornada. Sem muito tempo e com os percalços se acumulando, nosso amigo, que carregava a pedra de teletransporte, decidiu usá-la, e assim o fizemos. Desmaterializamo-nos como se fôssemos engolidos por um buraco e reaparecemos deitados em uma espécie de prato de pedra, em uma mina a nordeste do acampamento Zenitar.
No local, avistamos dois anões que estavam descansando, cochilando um de costas para o outro. Nosso companheiro anão, Rark, decidiu cumprimentar os seus, e foi bem recebido. Os anões eram jovens e se chamavam Rudik e Alamo. Eles nos mostraram complexos túneis. Eu, Rasputin, acabei pisando no meu robe em um desfiladeiro e tive uma queda quase mortal. Ronnie Von fez os primeiros socorros e me salvou daquela situação lastimável.
Passado esse intempérie, Rudik e Álamo, os anões, disseram que precisavam de muitas pessoas para uma arriscada, porém rica, expedição, que poderia nos deixar extremamente afortunados em tesouros. Selamos o compromisso de retornar ali em cinco luas para essa expedição.
Antes de voltarmos com a última carga de teletransporte para a Cidade Velada, mineramos algumas pedras brutas de prata, com a certeza de que, mais adiante, as riquezas seriam maiores e ainda mais valiosas.