O Grito de Zenitar: A Última Esperança

Gabriela Gouvêa
ARKHI
Published in
3 min readMay 22, 2024

Por: Adriano

Dia 300 em Lumn

Ao fugir da cidade em que viveu toda a sua miserável vida, sem alimento e bebida, Habin Laden depara-se com um grupo experiente de exploradores de dunas. Em princípio, ele apenas acompanha sorrateiramente o grupo, mas assim que é descoberto, acena. O grupo de exploradores demonstra receptividade, fazendo de Habin mais um membro da caravana.

Demonstrando experiência no ambiente externo, o grupo analisa as características das dunas para determinar o caminho oeste como o mais seguro no momento. Em pouco tempo, o grupo avista fezes e pegadas insetóides nas areias de Lumn. Decidem mudar a direção para o sul.

Ao seguir a nova direção, o grupo depara-se com uma enorme duna, que exige dos membros uma escalada mediana, pois as dunas daquele local demonstraram alguma estabilidade.

Após transpor a barreira natural do estranho deserto, eles avistam ao longe bizarras aves voando ao redor de um grande vale onde, ao centro, há um enorme monolito.

Ao descer para o vale, o grupo avista na parte da frente da montanha de areia um grupo de estrangeiros. Um dos exploradores conversa em língua estrangeira com eles e repassa ao restante do nosso grupo que o enorme monolito, no caminho para o sul, é um ancestral monumento adorado por um clã de bruxas. É decidido interromper a caminhada ao sul e subir a duna oeste.

O grupo sente as areias nos pés da enorme montanha de areia vibrarem, e um som de borbulhar de água fervente preenche o silêncio daquele inóspito ambiente. O grupo apressa-se em escalar a enorme montanha de areia. Tudo isso era inimaginável aos olhos do xucro Habin Laden. Sua percepção é abarrotada com novas paisagens e insólitos acontecimentos.

Ao executarem a difícil escalada da enorme duna de areias instáveis, o grupo avista uma grande barraca montada no cume plano da montanha. O interior da barraca emite uma conversa tensa num idioma estrangeiro. Habin nunca ouviu tais sons dentro dos muros da cidade. Repentinamente, um velho, com sinais profundos do tempo no corpo, começa a gritar repetidamente palavras, que diminuem o volume até a visão de Habin Laden ficar escura.

Chutes são sentidos por Habin, em seu frágil corpo, e ao levantar-se e abrir os olhos, percebe estarem vindos de um dos exploradores de seu grupo. Ao redor, Habin avista seis corpos caídos, incluindo o do velho que gritava, todos com marcas de luta. O grupo pilha tudo o que parece útil do interior da barraca. Por instinto de sobrevivência, Habin pega o primeiro cantil e derrama em sua seca garganta, enquanto seus olhos esbugalhados procuram por qualquer coisa que possa servir de alimento ao seu enfraquecido corpo.

Seguindo para a borda sul da grande montanha de areia, o grupo logo avista um estranho lago de águas calmas. Após alguns poucos minutos de observação, de dentro das águas, uma figura humana, com os mesmos trajes dos homens do acampamento e com uma das pernas ferida e sangrando, sai em disparada, mas não percorre grande distância sem antes ser atingida por uma pedra na cabeça lançada pelo grupo de Habin.

O grupo decide descer as dunas em direção ao lago, e na sua outra margem, não muito distante de onde o homem fora abatido, os exploradores avistam uma grande quantidade de figuras humanas petrificadas na direção oeste. O grupo decide seguir a exploração em direção ao sul e encontra novamente outra enorme montanha de areia.

Após novas escaladas, o grupo depara-se com um buraco luminoso. Todos ficam apreensivos, e os líderes da expedição decidem por não adentrar naquele grande orifício e seguir em direção sul. O caminho os coloca diante de mais uma enorme duna e o grupo novamente atravessa, com enorme dificuldade, o obstáculo natural de Lumn. O grupo chega exausto até a milenar Estrada dos Mortos.

Ao percorrer os caminhos da lendária estrada, não demora muito e logo se deparam com um enorme mausoléu. Mesmo o relógio quase atingindo o período mais mortal, o grupo não escolhe se abrigar naquela casa dos mortos. O grupo abriga-se numa estreita fenda nas dunas e decidem por abrigar-se enterrados nas areias.

Seguindo viagem, o grupo avista ao longe as muralhas de uma cidade. Muito exausto e quase sem forças, o grupo não espera a noite virar dia e gritam por acolhimento nos portões da Cidade Zenitar.

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